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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Fogaça quer transformar Porto Alegre em cidade da barbárie


Mundialmente conhecida como a capital da contra-hegemonia, agora corre o risco de ser famosa por estimular a indústria de morte

Terça-feira passada, dia 27 de outubro, o jornal Zero Hora (fac-símile parcial acima) informava sobre os projetos da empresa israelense Elbit para Porto Alegre. A empresa de tecnologia de guerra já opera na cidade desde 2001 com o nome fantasia "Aeroeletrônica". Agora, os israelenses querem investir aqui cerca de 50 milhões de dólares, segundo eles, para "modernização de aviões bélicos", seja lá o que isso signifique. Lanternagem de aviões? Funilaria de máquinas de matar? "Martelinho de ouro" de aviões avariados? Ou fábrica de robôs assassinos?

O que Zero Hora oculta é o seguinte. A Elbit Systems Group, empresa privada, está implicada na construção de um dos trechos do famigerado muro do apartheid, na Cisjordânia. Fornece ao exército sionista de Israel veículos não-tripulados, manipulados por controle remoto, conhecidos como Drones, a rigor, robôs assassinos. De acordo com organizações de solidariedade ao povo palestino, cerca de cem palestinos morreram em decorrência destes veículos na recente Operação Chumbo Derretido. Os robôs são muito utilizados nos assassinatos seletivos de lideranças da Resistência Palestina. Além da palestina, esses Drones estão sendo usados no Iraque e no Afeganistão, atualmente.

O governo norueguês tomou a decisão de retirar o seu investimento da empresa israelense Elbit Systems Ltd, pelo seu papel central na construção do muro de apartheid na Palestina. Enquanto isso, ao propor reduzir o ISSQN de 5% para 2%, o prefeito José Fogaça (PMDB) ajuda a financiar esta empresa e associa o cidadão porto-alegrense - e a imagem de Porto Alegre - a essa empresa de barbárie e ódio. Uma empresa de morte e destruição. É um futuro de barbárie que Porto Alegre quer ajudar a construir?

Os vereadores de Porto Alegre, especialmente os de oposição, tem a chance (como obrigação) de fazer esse debate. Não é possível passar um cheque em branco para uma indústria sabidamente de guerra. O que mesmo essa empresa produzirá em Porto Alegre? Não se pode permitir que José Fogaça, futuro candidato da direita ao Palácio Piratini em 2010, transforme Porto Alegre em seu contrário. Conhecida mundialmente por ter sido sede de protestos e conferências pacifistas e que lutam por um outro mundo possível, Porto Alegre - pela estreiteza do prefeito Fogaça - corre o risco de ficar conhecida pelo contrário de sua fama - por abrigar empreendimentos de morte, desumanidade, racismo e intolerância.

Tema pautado pela leitura do blog Paidéia Gaúcha, sempre atento.

6 comentários:

Francisco Goulart disse...

Eu não compro produtos israelenses.

rafael disse...

preocupante...

Nelson Antônio Fazenda disse...

"Quem poderá nos salvar?". Essa é a pergunta que ouvimos ao assistir o seriado mexicano Chapolin. A resposta é sempre a mesma: "Eu, Chapolin Colorado!".
Pois, aqui por estas plagas, a resposta à pergunta "Quem poderá nos salvar da crise de baixa atividade econômica?" é também sempre a mesma: "subsídios públicos a grandes empresários, sejam eles locais ou estrangeiros".
Temos governos, universidades e outras instituições abarrotadas de pós-graduados, mestres e doutores para pensar um desenvolvimento sustentado, integrado e integrador (na expressão muitas vezes dita pelo "tio Olívio")? Não. A maioria desses "especialistas" está aí apenas a corroborar os projetos do tipo que é mencionado no texto. Projetos que, para serem financiados, será preciso tirar daqueles que já têm pouco, ou nada, para "embuchar" recursos nos que já estão "balofos" de lucros.
Empregos, alardeiam eles, empregos. Essa seria a justificativa para o dispêndio de dinheiro em projetos desse tipo. Como se tivessem preocupação verdadeira para com os desempregados.
Então, continuamos a relegar as potencialidades existentes entre nós que, se incentivadas, teriam muito maiores possibilidades de nos conduzirem ao tipo de desenvolvimento citado. Ao mesmo tempo, seguimos acreditando que um benfeitor qualquer, um desconhecido dado a benemerências, uma espécie de mecenas da economia, vai surgir para nos salvar do desespero do desemprego.

Anônimo disse...

Israel foi o unico país, junto com os EUA, que votaram para manter o bloqueio a Cuba.

Como dizia o Grouxo Marx:

O Sionismo é o facismo circuncisado.

Além do Holocausto Palestino, que a midia nega e ninguém condena, o povo de Cuba paga, também, pela sede morte de Israel Sionista.

Claudio Dode

Jacózinho disse...

sem esquecer, Dode, que o Groucho e seus três irmãos eram judeus de pai e mãe, por isso tanto mais ele sabia do que estava dizendo

Angelo Frizzo disse...

Não podemos realmente apoiar negócios com um país(na realidade o 51o.estado americano)que pratica genocídios, a vir aqui faturar lucros em cima da industria de guerra. Israel (não confundir com o povo Judeu), promotor de todas as chacinas e massacres atualmente em andamento no Oriente Médio, mantenedor de dezenas de campos de concentração e construtor de MUROS separatistas, não merece nenhuma atenção do POVO BRASILEIRO.

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