Os
fac-símiles acima - acreditem - foram retirados (todos) do jornal
Zero Hora de
Porto Alegre, edição de hoje, 10 de janeiro de 2013.
Temos
a oportunidade de - numa só edição do mesmo diário - flagrar o
que é notícia e o que é torcida ideologizada em favor do "quanto
pior, melhor", ou seja, a vontade manifesta expressa em paixão
e arroubo juvenil pelo chamado desabastecimento de energia no Brasil.
Notícia:
o índice Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) apontou forte alta
nas ações das empresas geradoras e distribuidoras de energia de São
Paulo, Minas Gerais e mesmo da federal Eletrobrás. Isto significa
que os chamados mercados (como a própria mídia gosta de se referir
aos agentes investidores em ações e especulação com papéis,
moedas e mercadorias) - nem estes - estão acreditando nos boatos
terroristas dos últimos dias acerca de um possível racionamento de
energia.
Torcida
Ideologizada e Impressa: o editorial principal de hoje do jornal
da família Sirotsky de Porto Alegre, o diário Zero Hora. Observem a
autorreferência: "devido as notícias sobre um possível
racionamento de energia". Ora, o jornal, dias seguidos, martela
informações usinadas na própria redação (a fonte doméstica da
notícia) e tanto o faz que passa a acreditar que a mesma é a expressão da verdade.
A seguir, baseado nesta projeção ficcional da realidade (um artifício manufaturado de supostos fatos) emite um discurso moralista e prenhe de orientações doutas e definitivas sobre o que falta e o que excede no setor energético brasileiro.
O resultado é catastrófico: o Brasil está à beira da mais severa escuridão. Isso na página 16. Entrementes, dez páginas adiante, os fatos crus e a notícia límpida do Ibovespa: ações da Cesp, Cemig e Eletrobras são objeto de grandes negócios e fazem a bolsa fechar em alta depois de muitos dias de queda e maus negócios.
A seguir, baseado nesta projeção ficcional da realidade (um artifício manufaturado de supostos fatos) emite um discurso moralista e prenhe de orientações doutas e definitivas sobre o que falta e o que excede no setor energético brasileiro.
O resultado é catastrófico: o Brasil está à beira da mais severa escuridão. Isso na página 16. Entrementes, dez páginas adiante, os fatos crus e a notícia límpida do Ibovespa: ações da Cesp, Cemig e Eletrobras são objeto de grandes negócios e fazem a bolsa fechar em alta depois de muitos dias de queda e maus negócios.
O
que motiva esse comportamento autodestrutivo, conspirativo e
antinacional da mídia brasileira, em especial do jornal Zero Hora?
A
mídia brasileira, toda ela de direita, não tolera que a fórmula
Lula-Dilma esteja dando certo, tanto para o capitalismo do Brasil,
quanto para as classes trabalhadoras que estão alcançando melhores
posições no índice de cidadania e reconhecimento social. O tema da
energia no Brasil diz respeito a um largo espectro social que vai da
burguesia industrial às classes assalariadas urbanas, especialmente
os consumidores de eletricidade. A energia no Brasil é - pelo menos
até fevereiro próximo - uma das mais caras do mundo.
Paradoxalmente, temos um dos melhores sistemas elétricos do planeta, com 84% de energias renováveis, com ênfase na energia hídrica. O alto preço da energia é um dos fatores inibidores do crescimento nacional.
A industrialização do país míngua, entre outras razões, por pagar pesado pela energia que consome, reduzindo empregos, aumentando custos e diminuindo a competitividade internacional das nossas mercadorias, abrindo um vasto balcão de consumo para produtos chineses, principalmente. De outra parte, os estímulos governamentais ao consumo estão batendo no teto.
O investimento brasileiro é muito baixo (16% do PIB) comparado ao investimento de países como a China (mais de 40%) ou mesmo da Argentina (quase 30% do PIB). Alguma coisa ia mal na nossa economia. Urgia que se mexesse nos insumos que abastecem a indústria. Chegou a vez do setor elétrico diminuir os seus ganhos estratosféricos (não é à toa que as geradoras e distribuidoras de energia no Brasil são objeto de grandes investimentos especulativos de fundos estadunidenses e europeus em busca de rentabilidade firme, continuada e garantida).
Paradoxalmente, temos um dos melhores sistemas elétricos do planeta, com 84% de energias renováveis, com ênfase na energia hídrica. O alto preço da energia é um dos fatores inibidores do crescimento nacional.
A industrialização do país míngua, entre outras razões, por pagar pesado pela energia que consome, reduzindo empregos, aumentando custos e diminuindo a competitividade internacional das nossas mercadorias, abrindo um vasto balcão de consumo para produtos chineses, principalmente. De outra parte, os estímulos governamentais ao consumo estão batendo no teto.
O investimento brasileiro é muito baixo (16% do PIB) comparado ao investimento de países como a China (mais de 40%) ou mesmo da Argentina (quase 30% do PIB). Alguma coisa ia mal na nossa economia. Urgia que se mexesse nos insumos que abastecem a indústria. Chegou a vez do setor elétrico diminuir os seus ganhos estratosféricos (não é à toa que as geradoras e distribuidoras de energia no Brasil são objeto de grandes investimentos especulativos de fundos estadunidenses e europeus em busca de rentabilidade firme, continuada e garantida).
O
que o setor bancário já vinha perdendo, o mesmo agora ocorrerá com
o nosso dourado setor elétrico. Vejam que são dois setores
hegemônicos no País, com relevante importância econômica, mas
sobretudo política, e que agora estão na berlinda pelo fato de estarem
sendo convocados a abrir mão de suas altas rentabilidades em favor
da retomada do desenvolvimento produtivo, industrializante e capaz de
criar excedentes de riqueza que sejam apropriadas de forma mais
distribuída e horizontal entre o maior número de brasileiros.
De inhapa, a energia que pagamos nas nossas residências também será menos salgada, em cerca de 20%, mais ou menos. Vejam o vasto arco de beneficiários da nova política dilmista para o setor elétrico.
É isso que se torna intolerável, pornográfico e mobilizatório para o ódio de classe nutrido pela direita do Brasil. Eles olham o horizonte eleitoral e o céu está fechado. Não há uma única estrela brilhando na noite de jejum da direita do Brasil. As estradas para o poder ficam cada vez mais estreitas, esburacadas e arriscadas. “Quem pode ainda clamar por nós neste deserto de esperança e iniciativas?” Ora, a mídia tradicional. A nossa voz, a voz dos donos (ex-donos) do poder, pelo menos até 2002.
De inhapa, a energia que pagamos nas nossas residências também será menos salgada, em cerca de 20%, mais ou menos. Vejam o vasto arco de beneficiários da nova política dilmista para o setor elétrico.
É isso que se torna intolerável, pornográfico e mobilizatório para o ódio de classe nutrido pela direita do Brasil. Eles olham o horizonte eleitoral e o céu está fechado. Não há uma única estrela brilhando na noite de jejum da direita do Brasil. As estradas para o poder ficam cada vez mais estreitas, esburacadas e arriscadas. “Quem pode ainda clamar por nós neste deserto de esperança e iniciativas?” Ora, a mídia tradicional. A nossa voz, a voz dos donos (ex-donos) do poder, pelo menos até 2002.
Agora
vocês compreendem por que Zero Hora mente tanto?
“Porque o céu escurece, as estrelas não apareceram e eu perdi os meus cadernos” - diria o poeta aflito.
“Porque o céu escurece, as estrelas não apareceram e eu perdi os meus cadernos” - diria o poeta aflito.
12 comentários:
As lontras dos jornalões tem memória curta ou seletiva demais: os tempos escuros do tucanato onde refrigeradores e freezers viraram armários como vi em viagens pelo país, parece que foi apenas um pesadelo a esquecer e não uma realidade dura a ser avaliada, comparada e apreendida. Cáspite!!
Nem é preciso ir tão longe para ver a falácia que é esta história de racionamento de energia. A Zero Hora tem a grande vênus platinada como mestra e hoje foi até hilário ver no JH notícia sobre o famigerado racionamento (motivado pelas represas vazias e pouca chuva) seguida de mais uma previsão do tempo com muita chuva do sul ao Amazonas, um mapa climático que se repete nos últimos seis meses com assustadora frequência. Para onde vai toda esta água das chuvas? Se for para os rios, vai para as represas, que devem ter uma lâmina de metros correndo por cima das vertentes... É terror puro, com objetivos claríssimos!
é, 2014 tá logo ali... agora, uma sugestão: cortar a energia consumida pela rede bunda suja e similares e aplicar a mesma em algo produtivo.
recadinho pra essa gentalha: TUCANALHA NUNCA MAIS!!!
Ao ler a ZH, sinto como se o mundo fosse difícil de entender...
Pior, as vezes tenho a impressao sair mais confuso do que entrei. Antes, nao sabia se era burrice minha, mas hoje em dia é muito clara a má fé no jornalismo. A sensacao de pegar uma ZH é a da desinformacao. "Consumir" os produtos RBS se torna uma aventura com um objetivo, descobrir onde está a "pegadinha". Depois de desvendada, tudo faz sentido. Mas precisa ser assim? Esses textos com fatos picotados, tentando dar sentido a um argumento fabricado, quando comecam a ser descobertos pelos leitores, deixam-nos cada vez mais desconfiados. O resultado é ter que ler 3 vezes o que seria o normal pra se informar.... A midia PIG, e depois as desconstrucoes dessa mídia. Isso pra entao entrar nos temas que sao realmente importantes.
Marcelo S.
Equeçam a Zero Hora e3 vamos para a prática. Por que basta ameaçar chover a falta luz em tudo que é canto?
Boa pergunta, anônimo.
A partir de 1997, a distribuição de energia no RS passou a ser feita por 3 grandes concessionárias em três grandes áreas: Norte-Nordeste, pela Rio Grande Energia (RGE); Sul-Sudeste, pela CEEE Distribuição; e Centro-Oeste, pela Distribuidora Gaúcha de Energia Elétrica (AES Sul). Alguns municípios, no entanto, contam com serviços prestados por cooperativas de eletrificação e pequenas concessionárias independentes, correspondendo a 5,73% do mercado.
Quando dá temporal de fato "falta luz em tudo que é canto" no RS. O motivo é a falta de investimento das 3 distribuidoras CEEE, RGE e AES Sul. Elas não investem em alimentadores, rebaixadores de tensão e pouco fazem de manutenção em áreas rurais onde os linhões passam, ficando à mercê de acidentes de queda de árvores e galhos na rede elétrica.
Isso não tem nada que ver com os boatos da mídia sobre desabastecimento ou racionamento de energia. São duas coisas distintas. A mídia está politizando o assunto e torcendo para que aconteça um apagão no sistema elétrico nacional. Mas isso é coisa do passado, lembra que no governo FHC nós tivemos racionamento de energia por mais de 15 meses, de 2001 a 2002.
O que mais espanta é que isso que o Carlos descreveu é muito simples de entender e mesmo assim a desinformacao vence. Até entao a desinformacao trabalhava com coisas menos concretas e mais maleáveis, mas agora é um assunto técnico que nao comporta "versoes".
marcelo s.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/folha-admite-o-erro-sobre-o-suposto-apagao-energetico
O PT, Dilma e Lula têm dois remédios para enfrentar esta praga midiática: "Ley de Medios" e devassa fiscal. Os livros contábeis do grupo RBS não resistem a uma simples auditoria de um primeiro anista de Ciências Contábeis. Não se esqueçam que o chefão do grupo já tem um processo junto a Receita por remessa ilegal de recursos ao exterior.
No entanto,o atual governo é muito covarde ao lidar com esta gentalha do PIG. Ao contrário, da Argentina e Venezuela que já adotaram medidas duras para impedir a atuação nefasta desta malta, aqui eles deitam e rolam.
Por falar em Venezuela, é lamentável a forma mórbida e irresponsável como tentam explorar a doença de Chavez, na tentativa de desestabilizar aquele País. Após a decisão da Suprema Corte e da grandiosa manifestação no dia da posse, caíram um pouco na real. Mas, só um pouco, pois já assisti um fedelho da Globo afirmar que foi uma decisão polêmica. Engraçado que as decisões da Suprema Corte de Honduras e do Paraguai não tiveram o mesmo qualificativo.
Prezado blogueiro que outra razão haveria para que a rede bunda suja exista que não a de mentir e extorquir dos governos em publicidade.
Para nada mais serve essa m...
Esse tipo de conjectura política feita pela RBS também atende aos interesses de quem (governo) quer ver cada vez mais as desastrosas Belo Monte sendo construídas em cada rio deste país, bem como fazer funcionar as contaminantes e obsoletas termoelétricas.
Só têm esse argumento? kkkkk
Mentiras? Nossa! A PresidANTA é mestrA nesse quesito .
Imbecis Já deu sua contribuição pra livrar os condenados mensaleiros da cadeia... Pague a multa!!
"Mentirosos de merdinha.
Viva a Imprensa livre "sem ditadura, porque é isso que vocês querem.
Que a Imprensa denuncie sempre os podres da política corrupta, Sim!
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