Em
artigo publicado no blog RS Urgente (aqui) o governador do Rio Grande
do Sul, Tarso Genro, fez uma avaliação acerca do golpe parlamentar
contra o presidente Fernando Lugo, do Paraguai. Análise objetiva, no
estilo de Tarso, sem novidade.
Mas o que chama a atenção é a
revelação inédita que o artigo porta. E chama mais a atenção, o
fato de que tal testemunho não tenha sido objeto de repercussão na
grande mídia brasileira, uma vez que foi publicado no domingo passado (24). O trecho a que me refiro é este:
[...] Aqui, eles não tiveram sucesso porque – a despeito das recomendações dos que sempre quiseram ver Lula isolado, para derrubá-lo ou destruí-lo politicamente – o nosso ex-Presidente soube fazer acordos com lideranças dos partidos fora do eixo da esquerda, para não ser colocado nas cordas. Seu isolamento, combinado com o uso político do ”mensalão”, certamente terminaria em seu impedimento. Acresce-se que aqui no Brasil – sei isso por ciência própria pois me foi contado pelo próprio José Alencar - o nosso Vice presidente falecido foi procurado pelos golpistas “por dentro da lei” e lhes rejeitou duramente. [...]
Aí
está, pois, rica matéria prima para a pesquisa histórica e
recomposição da nossa memória política recente.
Os
fatos recentes do Paraguai, tentativas frustradas na Venezuela, o
caso que envolve o ex-vice-presidente José de Alencar, com o
testemunho do ex-ministro Tarso Genro, e muitos outros indícios
mostram que o golpismo é uma saída política estratégica que está
sempre presente nos estudos de cenário avaliados pela direita de
qualquer quadrante, inclusive nos Estados Unidos. Aliás, lá eles
não dão golpes, assassinam seus presidentes caso estes não se
enquadrem no formato exigido pelo establishment das grandes
corporações associado ao que o imaginário médio conservador
exige do império do qual faz parte.
Coisas
da vida.
4 comentários:
O PIG trabalha com escândalo e ocultamento, ênfase e omissão.
E isso também não é novidade para o PIG.
Dar crédito a um mentiroso contumaz como esse desgovernado Tarso Genro é mais uma do Feil. O peremptório é uma das figuras políticas execráveis do RS.
Feil, deste trecho do artigo do governador que você destacou o que me chamou a atenção foi o discurso justificador do Tarso para a necessidade da esquerda fazer alianças com a direita( que Tarso denomina de forma eufemistica de "centro democrático). É como um mantra que o PT vêm utilizando para justificar as alianças pragmáticas, na lógica dos "fins que justificam os meios".O problema é que os meios se tornam o fim, para a velha prática da social democracia que o PT encarnou de forma definitiva. Ou seja, Tarso não tem interesse em falar da nova forma de "golpe institucional", até porque não é nova, pois o Golpe de 64 também pode ser considerado "legal" quando o presidente da Câmara declarou vaga a presidência com a fuga de J. Goulart. A questão é que o governador utiliza o advento do golpe parlamentar do Paraguay, para legitimar suas posições sobre aliança PT-direita. Não fala que Lugo não construiu nenhuma bases social ou estratégia de resistencia popular, tanto que o movimento dos sem terra não se mobilizou para defendê-lo. Tarso poderia falar sim sobre a necessidade de uma base social ampla que tenha força para barrar um golpe. O que, acredito possa ser encontrado na Bolívia ou Venezuela, com todos os limites que tem, como exemplo.
Não dá para acreditar no 'peremptório' Tarso Genro.
Ele mente para o povo gaúcho há muito tempo.
Mentiu até para os militantes petistas, embasbacados com suas medidas no atual governo do Estado, que fazem corar os mais ferrenhos liberais.
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