Você está entrando no Diário Gauche, um blog com as janelas abertas para o mar de incertezas do século 21.

Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Conversinha de parlapatões



Sábado passado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o governador do Rio, Sergio Cabral, fizeram como que um balanço da recente guerra do Complexo Alemão/Penha, onde forças policiais militares avançaram em uma grande (e espetaculosa) operação de cerco/ocupação/aniquilamento.

Muita retórica, muito blablablá, mas faltou dizer o seguinte:

1) As forças armadas envolvidas na operação precisam admitir o fracasso no quesito aniquilação do inimigo. Como a estratégia militar foi falha, já se vê que não houve previsão de potencial linha de fuga das centenas de agentes do tráfico que estavam homiziados na área de conflito. Foram presos poucos suspeitos, alguns capturados e outros se apresentaram espontaneamente à polícia. A grande massa conseguiu fugir pelos dutos de águas pluviais, que as forças armadas sequer sabiam de sua existência. As armas apreendidas foram ao redor de 150 unidades, a maioria revólveres e armas menores. O cerco/ocupação foi exitoso, mas a aniquilação foi um rotundo fracasso.

2) Os presos na operação foram somente alguns lambaris e cabeças de bagre. O tubarões estão livres, certamente reorganizando-se do recente abalo que sofreram.

3) Não houve referência à ação criminosa das milícias organizadas no Rio de Janeiro, que causam gravíssimos danos à cidadania, desmoralizam o Estado e corrompem as forças policiais e militares, em todos os escalões hierárquicos.

4) Jobim e Cabral são dois parlapatões. Mas isto, por óbvio, eles não admitiriam.

6 comentários:

Anônimo disse...

Além disso, não houve explicação sobre porque as UPPs escolheram território de uma determinada facção para realizar as ocupações. Tampouco se falou dos avisos prévios que permitiram o grosso do tráfico deixar o morro em segurança antes da entrada do aparato midiático-militar.

Luiz Otávio Ribas disse...

Galera

Vamos rever esta postura autoritária!

Anônimo disse...

Outro detalhe não explicado é a ausência da decretação do dispositivo constitucional da Intervenção Federal, requsito obrigatório em requisições de auxílio das Forças Armadas por ente federativo fudamentadas em acontecimentos como este.
Basta a simples análise dos incisos do art. 34.
Ainda mais agora com o invocado "poder de polícia" pelos militares.

Abraço, Luciano.

Nelson disse...

Quanto à imagem dos papais noéis, permita-me dar uma cutucada, Feil.
Fosse a imagem captada na Coréia do Norte e, possivelmente, analistas e "especialistas" em geral estariam a deitar falação procurando nos convencer de como o governo comunista impõe a todo o seu povo um comportamento bovino, padronizado.
Como foi captada na Inglaterra, que dizem civilizada, o discurso é, possivelmente, o de que a patuleia deixou-se absorver pelo espírito natalino.

Dri disse...

Cheguei aqui por acaso e fiquei surpresa com a sua interpretação da corrida de Papais Noéis. "Santa Dash" ou "Santa Run" é um evento que não acontece apenas em Liverpool, é bem comum pela Inglaterra toda; os participantes arrecadam dinheiro para campanhas e causas variadas. A corrida que acontece na minha cidade, por exemplo, arrecada dinheiro para um hospital infantil. O trajeto é bem fácil e acessível para cadeirantes e pais com crianças em carrinhos. Enfim, eu vejo como um evento inocente e divertido, voltado para uma boa causa.

zé bronquinha disse...

Esses dois aí da foto são os "queridões" do Lula. Um porque é ponte com os militares sempre aterntos atrás de vantagens, ainda vendo terrotistas em todo canto. O outro é Lula carioca. Sem ideologia, populista e bom de discurso. E ainda tem gente no PT que se pretende de esquerda e socialista.

Contato com o blog Diário Gauche:

cfeil@ymail.com

Arquivo do Diário Gauche

Perfil do blogueiro:

Porto Alegre, RS, Brazil
Sociólogo