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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Walt Whitman



Quando em teu colo deitei a cabeça

Quando em teu colo deitei a cabeça, meu camarada,
a confissão que fiz eu reafirmo,
o que eu te disse e a céu aberto
eu reafirmo: sei bem que sou inquieto

e deixo os outros também assim,
eu sei que minhas palavras são armas
carregadas de perigo e de morte,
pois eu enfrento a paz e a segurança

e as leis mais enraizadas
para as desenraizar,
e por me haverem todos rejeitado
mais resoluto sou

do que jamais poderia chegar a ser
se todos me aceitassem,
eu não respeito e nunca respeitei
experiência, conveniência,

nem maiorias, nem o ridículo,
e a ameaça do que chamam de inferno
para mim nada é, ou muito pouco,
meu camarada querido: eu confesso

que o incitei a ir em frente comigo
e que ainda o incito sem a mínima idéia
de qual venha a ser o nosso destino
ou se vamos sair vitoriosos

ou totalmente sufocados e vencidos.

Walt Whitman (1819-1892)


Na foto, WW em 1887.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tradução de...
Abraço,
Vinicius

Cristóvão Feil disse...

Vinícius,

Desconheço.

CF

Miguel Graziottin disse...

Walt Whitman, autor do célebre poema, Oh Captain!My captain, eternizado no filme Sociedade dos Poetas Mortos.

Demetrio disse...

Esta foi a epígrafe da minha dissertação. Creio que a tradução desta versão, se não me falha a memória, seja do Paulo Leminski.

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