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terça-feira, 21 de julho de 2009

Lula diz que o caixa dois quebrou os bancos estatais


E criticou a privatização “a troco de nada”

Ao voltar a defender a atuação de bancos públicos contra a crise financeira mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem a privatização, no passado, de bancos públicos “a troco de nada”. A informação é da Agência Brasil.

Lula citou como exemplo a venda do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) vendido para grupo espanhol Santander, em 2000, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Na verdade, jogou-se em cima dos bancos a irresponsabilidade dos governantes que gerenciavam esses bancos, porque, muitas vezes, utilizavam esse banco para fazer, quem sabe, os caixas dois da vida em época campanha eleitoral. Por conta disso, os bancos públicos estavam quebrados”, disse o presidente em encontro com superintendentes e diretores do Banco do Brasil, fechado à imprensa.

O presidente brincou ter pena de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, pelo fato de não poder contar com um banco estatal forte como o Banco do Brasil nesse momento de crise. “Fico com pena que o Obama não tem um banco como temos aqui o Banco do Brasil”, afirmou, conforme áudio divulgado pela Presidência da República.

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Admira duplamente que Lula tenha se manifestado dessa forma, a propósito das privatizações de bancos estatais.

Primeiro: as privatizações jamais foram “a troco de nada”. Foram sim uma fórmula encontrada pelas elites tradicionais de se apropriarem de bens públicos protegidos pelo biombo ideológico do “Estado mínimo” e outros bordões da propaganda neoliberal. Foi um saque legalizado pelo Legislativo e pelo Judiciário brasileiro, amparado por um “espírito do tempo” hegemonizado pela banca.

Segundo: o presidente Lula com essa crueza que não lhe é peculiar, pode ferir suscetibilidades junto a novos aliados, sobretudo, ao capital financeiro com o qual ele fez um pacto tácito de governabilidade através do inefável Antonio Palocci, expresso na famigerada Carta aos Brasileiros, em junho de 2002.

11 comentários:

Anônimo disse...

Pô Cristóvão, tu criticas quando ele é suave e critica quando é duro. assim o Lula ficará sem saber o que fazer...

André F. disse...

...Ridere, "Palocci"!Ridere!...

Fabrício Nunes disse...

Mas e tudo isso que o Lulla critica não é justamente aquilo que o seu governo faz com o BNDES, capitalizando a iniciativa privada na maior transferência de renda pública para o sistema empresarial que se tem notícia?
O presidente não conhece limites para o cara-durismo!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Estado federado não tem que ter banco estatal. Isso sempre acontece quando um banco é gerenciado por políticos. Não existe exceção, sempre foi assim. E continua sendo assim com o Banrisul. Fez muito bem o governo FHC em licitar bancos estatais administrados pela politicagem. Acabou a farra. Mas tem gente, como se vê, que quer continuar com a farra.

Anônimo disse...

Banco Estatal serve para aquelas ascenções astronómicas da irmã da Maria do Rosário que passou de escriturária a Gerente Reginal de Agência, cargo inferior somente à Diretoria Geral do Banrisul no Governo Olivio.
Por que vocês acham que a Petezada defende tanto esses cabides de emprego? Claro que é para assentar seus fanáticos militantes?
Tem que retribuir as "organizadas manifestações" no centro e/ou na frente da Casa da Yeda. Onde vão colocar aquela gente como pagamento das "arruaças"?
Anônimo

Anônimo disse...

DEU NO LE FIGARO

Lula, novo editorialista dos jornais brasileiros,

Lamia Oualalou - Le Figaro - 20/07/2009

Os rumores mais disparatados correm sobre o futuro de Luiz Ignácio Lula da Silva. O presidente brasileiro, que goza de uma popularidade de mais de 80% em seu país, não pode se reapresentar às eleições em outubro de 2010. No Brasil, os eleitos não permanecem no posto mais de dois mandatos consecutivos. Diplomatas asseguram que ele estará à frente do Banco Mundial, tornando-se o primeiro não-americano a ocupar o posto. Outros já resolveram: ele será o próximo secretário geral da Organização das Nações Unidas, uma vez que não é certo que o coreano Ban Ki-moon se reengaje num segundo mandato. Enquanto isso, Lula abraçou uma carreira paralela, a de “super-editorialista” da imprensa popular brasileira.

Desde 7 de julho, o ex-trabalhador metalúrgico responde, cada terça-feira, a três questões de leitores sobre a gestão do país ou as condições de vida. Em torno de 115 jornais populares pediram para serem associados à operação. Distribuídos por 85 cidades, eles encaminham as questões de seus leitores e põem no papel as respostas como quiserem. Mas o texto final deve ser publicado integralmente, sem retoques. O título da coluna é igualmente imposto: “O Presidente responde”.

No último artigo publicado, João Paulo Passos, de 27 anos, interpela o chefe de Estado quanto à alta da carga tributária. Lula responde alternando pedagogia e paternalismo. Explica que a carga fiscal brasileira é “muito inferior a de países como a Bélgica, a Suécia e a Dinamarca, admirados pelos benefícios sociais que concedem”. Conclui que “os impostos servem para financiar os programas que geram o crescimento, o emprego e a inclusão social”.

O primeiro mandato de Lula (2003-2007) foi marcado pelas relações bem delicadas com os grandes jornais do país. A maioria deles adotou a causa da oposição carente de líderes, notadamente às vésperas da eleição de 2006. Sem jeito, Lula evitava o quanto podia dar entrevistas e coletivas de imprensa. “Isso mudou no segundo mandato, Lula fala, mas se concentra na imprensa popular e regional”, explica seu ministro da Comunicação, Franklin Martins.

Essa escolha parte da constatação de que a “grande imprensa” está em queda livre. Seus principais expoentes, o Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e O Globo no Rio de Janeiro perderam, respectivamente, 16,93%, 10,84% e 7,75% da tiragem entre abril de 2008 e 2009. A Folha, que vendia 430.000 exemplares em 2000, distribui hoje menos de 290.000. “Esses jornais circulam cada vez menos no seio de uma elite bastante reduzida”, analisa Venício Lima, professor de comunicação na Universidade de Brasília.

Os jornais populares e regionais vão, em contrapartida, de vento em popa. Aproveitam-se da alta dos salários e do nível de educação registrado nesses últimos anos. Mesmo nas mãos de caciques pouco favoráveis ao governo, levam à frente sua política e suas declarações, pois Lula faz vender papel. Para Israel Bayma, consultor da Câmara dos Deputados em Brasília, o alcance dessa mudança de rumo permanece no entanto limitado : “Na televisão e na rádio, Lula não fez nada para atacar os monopólios. Quantas pessoas lêem jornais nesse país?” Reconhece, contudo, que a medida deverá beneficiar Dilma Roussef, a herdeira de Lula. “Isso vai lhe permitir fazê-la conhecida dos movimentos sociais em todo o país”, continua. Os leitores ainda não perguntaram nada sobre isso.
(post no Blog do Nassif)

André F. disse...

Se eu quizer ler o Le Fígaro eu sei onde fica!!...

Anônimo disse...

Quero ver o Lula responder três perguntas para nós:
1. Onde ele estava quando o Dirceu praticava uma das maiores corrupções que este País já viu, bem ao lado de seu Gabinete?
2. Como ele explica seu filho e seu compadre Teixeira terem tanta sorte nos negócios envolvendo empresas ligadas e/ou interessadas no Governo?
3. Por que não mostra para o povo onde ele enfia tanto dinheiro gasto em cartões corporativos da presidência, principalmente em viagens e por que leva tanta gente nas suas viagnes às custas dos brasileiros?
Garanto que este tipo de pergunta é descartada pelos produtores do programa.
Baby

Anônimo disse...

"BABY MAIA",muito prazer!

Anônimo disse...

DESESPERO À VISTA
BLOG DA PETROBRAS:
1 MILHÃO DE ACESSOS EM 47 DIAS

O blog da Petrobras ultrapassa 1 milhão de acessos 47 dias depois de divulgado ao público. São 186 posts com 8550 comentários e mais de 6600 seguidores no Twitter.

Tão importante quanto os acessos e a repercussão dos posts e comentários é o compromisso da Petrobras com a transparência e sua persistência pela informação.

André F. disse...

A desgovernadora resolveu adotar a "transparência" total e SAI DE FÉRIAS!!! Tranquem as portas e ajam rápido!!!...

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