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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Muitas emoções na posse do novo secretário


Yeda foi arrepiante

A posse ontem do novo secretário da Fazenda estadual, senhor Ricardo Englert, foi uma sucessão de pieguice, olhos úmidos e tiradas “eruditas” de orelha de livro.

Rosane de Oliveira, jornalista e abelhinha, informa que o novíssimo secretário da governadora Yeda estaria citando Sêneca quando encerrou seu discurso dizendo que “não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe aonde ir”.

Englert estaria certo ao citar um estóico como Sêneca, uma vez que para participar do desastrado governo tucano é preciso mesmo muito espírito de resignação ao sofrimento e ao infortúnio, mas a frase não é de autoria do grande intelectual do Império Romano. O verdadeiro autor desta frase tão vulgarmente citada é o explorador alemão Erich Dagobert von Drygalski (1865-1949), professor de Geografia na Universidade de Berlim, e também desbravador da Groenlândia e mais tarde do polo Sul. [É espantoso que a abelhinha não consulte a Wikipedia antes de repassar informações temerárias em sua coluna.]

A governadora, que também não poderia ficar atrás no quesito erudição de orelhada, citou – segundo Rosane – o best-seller “Comer, Rezar, Amar”, de Elizabeth Gilbert.

Vocês conhecem essa intelectual Elizabeth Gilbert?

Vendo o pai de Englert chorar ao abraçar o filho secretário, a governadora proferiu uma sentença definitiva e original sobre as emoções, algo que jamais ocorreu a nenhum pesquisador do tema:

- A emotividade é genética! – disse a governadora, sem piscar.

De arrepiar qualquer um.

15 comentários:

Anônimo disse...

Mal consigo digitar. A emoção faz brotar lágrimas em meus olhos.

Não só a tristeza leva-nos às lágrimas, mas a alegria também. (Frase definitiva de Milton Elizabeth Gilbert Ribeiro.) Poderia mudar para "Nem só a tristeza faz-nos chorar". Espero que a governadora não veja "Marley e eu" com o secretário: minha filha de 14 anos disse que TODOS CHORAM. Imagina então esses dois, um deles com problemas genéticos.

Mas agora vou acabar com a frase de marítima. Sabe quem a usa frequentemente? Sim, o PASTOR TITE, técnico do Inter, o maior leitor de auto-ajuda do mundo ocidental.

E agora, à bombordo!

Anônimo disse...

Errata: "frase de marítima" é "frase marítima". É que ia escrever frase de marinheiro e mudei de ideia.

Peço a compreensão dos leitores do blog. É muita emoção.

Anônimo disse...

Cerimônia entre notáveis é isto, a cultura aflora. Ricardo Englert parece que esta empenhado no novo aparelho voador da governadora, pois é essencial para governar o RS!

Anônimo disse...

o governo Yeda é multimodal, vai por terra (pedágios), pelo ar (aparelho voador) e agora por mar (com Englert e sua cultura de marinheiro).

Anônimo disse...

rolou uma lágrima agora...
bah!!!

Anônimo disse...

Feil, vc prova diariamente que essa elite política do RS é muito rala e chulé. Que decadência, meu caro.
Parabéns por registrar todos os dias essa curva de mediocridade da guascada.

Anônimo disse...

O Ricardo Englert é neto de um Secretário da Fazenda: Gaston Englert. Este último foi secretário no governo de Walter Jobím, do PSD, pai de Nelson Jobim, dito do PMDB, mas sob a influência do PSDB do "ético" Serra.

A gestão do atual Englert poderá ser um indicativo de como a elite guasca se reproduz.

Em resumo, se pode dizer que um mesmo grupo político está conduzindo o RS a muito tempo, a perder de vista. Esses são os responsáveis pela falência do Estado gaúcho, ou seja, existem os pais com nomes e sobrenomes.

Anônimo disse...

O governo do Walter Jobim, que não é pai, é avô do ministro Nelson Jobim, foi um dos mais medíocres da história do RS.
Walter Jobim foi um vira-casaca, esteve com Getúlio em 1930 e depois se bandeou de mala e cuia pros braços dos paulistas, em 1932, na revolução dita Constitucionalista, mas que na verdade era pra golpear Getúlio Vargas.
Parece mesmo que o RS ainda está na década de 40/50, a genética dos personagens continua a mesma e o caráter também.

Anônimo disse...

Obrigado pela correção.

Anônimo disse...

A "literatura" de auto-ajuda, da qual a governadora só lê as orelhas, ~provavelmente é indicada pela Rosane de Oliveira, a "intelectual orgânica" do tucanato guasca.

Anônimo disse...

O RS teve, depois da "redemocratização", somente dois governos fora do circuito da elite rural e urbana gaudéria. Foram eles Auceu Colares e Olívio Dutra. No mais... sempre os mesmos a dividir verbas e cargos.

Anônimo disse...

Assim mesmo com o Collares fazendo o jogo deles.

Anônimo disse...

Chinelagem pura!

Anônimo disse...

Nada como um ambiente cultural pra emocionar a gente!

Anônimo disse...

So gente bonita e culta, que vontade de chorar. . .

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