Viramos meros exportadores de matéria-prima
O economista chileno Gabriel Palma afirmou ontem que o Brasil se acomodou como um mero exportador de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) e por isso, durante os últimos 50 anos, reduziu o nível de industrialização. Em sua última participação durante o Programa Avançado Latino-Americano para o Repensamento do Macrodesenvolvimento Econômico (Laporde, na sigla em inglês), Palma disse que o país padeceu do mesmo mal de outros países latino-americanos ricos em recursos naturais e, agora, terá que criar uma séria política industrial se quiser alcançar índices de crescimento mais altos. A informação é da Agência Brasil.
“Hoje, não há uma política industrial verdadeira no Brasil. O que há crédito para a indústria”, criticou ele, citando as medidas anunciadas pelo governo federal no ano passado para estímulo do setor industrial brasileiro.
“Sem indústria, o Brasil pode continuar crescendo, em média, 3% ao ano. Crescerá até um pouco mais, como cresceu nos últimos anos”, afirmou ele. “Porém, nunca crescerá 6%, 7%, assim como crescem países asiáticos que apostaram na indústria.” Palma, que é professor da Universidade de Cambridge e estudioso da economia da América Latina e Ásia, afirmou que, nos anos 60, o Brasil tinha um nível de industrialização mais alto do que outros países com características semelhantes. Entretanto, a partir de 1980, esse nível começou a cair, devido, principalmente, à falta de investimentos. “O Brasil se acomodou como exportador de soja e outras commodities, assim como outros países latinos."
O economista chileno Gabriel Palma afirmou ontem que o Brasil se acomodou como um mero exportador de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) e por isso, durante os últimos 50 anos, reduziu o nível de industrialização. Em sua última participação durante o Programa Avançado Latino-Americano para o Repensamento do Macrodesenvolvimento Econômico (Laporde, na sigla em inglês), Palma disse que o país padeceu do mesmo mal de outros países latino-americanos ricos em recursos naturais e, agora, terá que criar uma séria política industrial se quiser alcançar índices de crescimento mais altos. A informação é da Agência Brasil.
“Hoje, não há uma política industrial verdadeira no Brasil. O que há crédito para a indústria”, criticou ele, citando as medidas anunciadas pelo governo federal no ano passado para estímulo do setor industrial brasileiro.
“Sem indústria, o Brasil pode continuar crescendo, em média, 3% ao ano. Crescerá até um pouco mais, como cresceu nos últimos anos”, afirmou ele. “Porém, nunca crescerá 6%, 7%, assim como crescem países asiáticos que apostaram na indústria.” Palma, que é professor da Universidade de Cambridge e estudioso da economia da América Latina e Ásia, afirmou que, nos anos 60, o Brasil tinha um nível de industrialização mais alto do que outros países com características semelhantes. Entretanto, a partir de 1980, esse nível começou a cair, devido, principalmente, à falta de investimentos. “O Brasil se acomodou como exportador de soja e outras commodities, assim como outros países latinos."
Para ele, a economia brasileira tem um grande potencial, mas ele precisa ser mais bem aproveitado. “O Brasil tem que ser o transformador de commodities do mundo, parar de exportar minério e começar a exportar aço, por exemplo”, afirmou Palma. “Há um espaço aberto na economia e o Brasil tem que aproveitar.”
..............
Esse tema da desindustrialização brasileira não é tratado pelas nossas burocráticas centrais sindicais.
É um tema estratégico, de fundo, mas ao mesmo tempo, ignorado pelas demandas imediatistas dos nossos sindicalistas de resultados. Basta ver que o assunto nem faz parte das discussões que ora são travadas sobre quem vai arcar com o ônus da crise do capitalismo, no Brasil.
Outro ponto completamente ignorado é o do crescente aumento das taxas de exploração. Exemplo: as montadoras de veículos produziam há 15 anos, cerca de um milhão de carros/ano e empregavam mais ou menos 110 mil operários; hoje, produzem cerca de 3,2 milhões de carros/ano, com o mesmo número de empregados.
Que central sindical está pautando o tema do aumento das taxas de exploração do trabalho assalariado, hoje, no debate público com o governo e o patronato industrial-financeiro?
5 comentários:
Ve se tu localizas ai este IP : 201.31.179.129 É de um site de monitoramento de sites. Não sei como funciona, mas tenho encontrado nos referrers aqui.
abraço
Prezada Suzana, sou apenas um usuário.Não tenho habilidades nem conhecimentos para essas tarefas de diligenciar mecanismos da web.
Lamento.
Abç.
CF
A grande sorte do Lula foi a alta do preco da soja e do minério de ferro nos mercados internacionais durante o seu governo. Sem isso o brasil nao teria acumulado saldos positivos na balanca comercial. O governo Lula tem usado essa vantagem só pra pagar a dívida, acumular divisas e manter a inflacao sob controle... mas o fato é que o aumento da capacidade pra importar tem pouco valor, se ele nao se transforma em investimento produtivo.
Sim, Marcelo, investimento produtivo na indústria e em pesquisa tecnológica, que estamos paralisados há anos.
O lulismo está nos dando uma bolha, mas que pode estourar ali na frente. Isso nada é sustentável, como está. E além do mais estamos exportando água, um bem precioso, e queimando nossas florestas pra produzir carne pro mundo.
Nada disso é sustentável a longo prazo. Lula quer ser comparado a Vargas, mas o velho deixou um legado perene pro futuro, coisa que Lula ainda está nos devendo.
Faz tempo que a crítica ao capitalismo não vem sendo pauta de boa parte da esquerda mundial. Parece que compraram o discurso de "fim da história", de que Marx é ultrapassado, etc. A discussão da esquerda ficou na inclusão de minorias e na questão do meio-ambiente. Entretanto, a exploração econômica continua atualíssima, embora já não seja tão latente.
Postar um comentário