A partir de 1941, os estudios Disney
se envolveram com o Departamento de Estado do Governo Roosevelt para
fins de investida comercial na América do Sul. Os mercados europeus
estavam fechados pela guerra, assim, os EUA precisavam de parceiros
comerciais na própria América, bem como em fazer aliados e
estreitar relações com os governos do Brasil e da Argentina,
especialmente.
Disney foi usado para tais finalidades,
por isso criou dois personagens para agradar os sulamericanos. Foram
criados o Joe Carioca (Zé Carioca) e El Gaucho Goofy (Pateta
Gaúcho), este já existia, mas foi redesenhado como um tipo cowboy
dos pampas com a finalidade de fazer-se simpático ao povo argentino.
Como se vê, o uso político-comercial
do gaucho (ou gaúcho) foi uma ideia anterior aos jovens estudantes
do Colégio Júlio de Castilhos de Porto Alegre, quando, na década
de 1950, resolveram dar um perfil mais definido ao “tipo ideal”
(Weber) do Rio Grande do Sul.
Os jovens sulinos, representados
basicamente por Paixão Cortes e Barbosa Lessa, estavam inventando
uma tradição, como tantas outras que se criam mundo afora, à guisa
de suporte de feitos heróicos para fins de coesão social, mitos
políticos (comumente de direita, como Joana D'Arc na França) e
mesmo meros produtos comerciais passíveis de virarem fetiches
mercadológicos.
Vejam que a própria ideia já é de segunda mão, os rapazes do Julinho chegaram tarde ao mercado do gaucho. Disney chegou primeiro.
Vejam que a própria ideia já é de segunda mão, os rapazes do Julinho chegaram tarde ao mercado do gaucho. Disney chegou primeiro.
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