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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Governo federal discute uso da bicicleta como veículo essencial




























Uma solução barata e saudável, mas que conta com muitos (e conhecidos) inimigos


O uso da bicicleta como veículo essencial em um sistema de transporte integrado foi discutido hoje (11) numa oficina promovida pelo Ministério das Cidades para tratar a questão da mobilidade urbana.


A falta de investimento em ciclovias foi um dos problemas apontados pelos participantes. Para o coordenador do programa Bicicleta Brasil, Cláudio Silva, é preciso melhorar muito o sistema cicloviário da maioria das cidades do país e citou como exemplo Brasília.


Silva também defendeu a necessidade de campanhas educativas e de conscientização sobre a importância do uso da bicicleta como um meio de transporte. “O uso da bicicleta como um meio de transporte significa qualidade de vida, faz bem para o bolso, para saúde e ao meio ambiente”, disse. 

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Desde o final da década de 50 o Brasil investe firme e forte na indústria automobilística. Nossas cidades estão montadas para o automóvel. Nossos transportes são baseados no rodoviarismo, caro, perigoso, poluente, assassino e que está colapsando as cidades e estradas. 

A bicicleta não irá resolver nenhum destes problemas criados pela civilização do automóvel, mas pode ser uma alternativa de baixíssimo custo e praticamente nenhum impacto ambiental negativo.

6 comentários:

Lucas Jerzy Portela disse...

“O uso da bicicleta como um meio de transporte significa qualidade de vida, faz bem para o bolso, para saúde e ao meio ambiente”

Discurso furadaço!

o que faz o usuário de automóvel migrar, parcial ou completamente, para o uso de bicicleta é:

1) bicicleta é mais agil e eficiente para distancias de ate 10km;
2) pode ser muito mais sexy e elegante do que carro ou moto;
3) te permite consumir mais e viver intensamente sua cidade.

Todo o resto é blablabla que ninguem quer ouvir.

E voce se engana, Feil: só a bicicleta pode eliminar o uso de automovel. Por melhor que seja o transporte coletivo, ele nao substitui o transporte individual. E a bicicleta é transporte individual. Se for dobravel, voce conjuga com os coletivos.

Anônimo disse...

O governo federal tem investido cada vez mais no veículo particular. Basta pensar nos IPIs etc. É verdade que foi uma atitude estratégica, mas, mesmo assim, vai ter que se desdobrar agora que as cidades estão entupidas por carros e por motoristas mal educados e não fiscalizados.

Oscar T. disse...

Bicicleta no meio de carros, em dia frio e chuvoso do nosso RS?? Ta com utopismo, irmão?
Precisamos de transporte publico eficiente, bom e preço justo, subsidiado.

Anônimo disse...

Oscar T., na verdade o número de dias chuvosos em Porto Alegre (entre 90 e 115 por ano) não é o maior empecilho para adotar a bicicleta como meio de transporte. Pelo contrário, em diversos países europeus e no Canadá há grandes dificuldades no inverno (neve etc.), mas nem por isso as bicicletas deixam de ser usadas. É verdade que, no inverno, deve haver uma política especial, para acolher maiores demandas por transporte público, mas é mentira que se trata de utopismo usar a bicicleta como meio de transporte no Brasil e, especialmente, em Porto Alegre. Antes, trata-se de se informar melhor e de planejamento público - o que, todos sabemos, é pedir demais.

Lucas Jerzy Portela disse...

Oscar:

1) a bicicleta pode ser transporte publico: Velib em Paris, Samba no Rio de Janeiro, etc;

2) transporte coletivo (que voce chama de publico, erradamente) nao resolve tudo. Porque a demanda por transporte individual rapido é legitima. Nunca vai haver metro ou onibus de sua casa ate a padaria da esquina, e andando isso daria 10min. De bicicleta da 3min;

3) Amsterdam e Copenhagen tem quase metade de seus deslocamentos realizados sobre bicicletas. E são grandes metropoles.

Experimente usar bicicleta para pequenos trajetos, e vai entender que nem o melhor metro do mundo é capaz de substituir este que é o mais eficiente veiculo ja inventado para trajetos curtos (ate 10km).

Lucas Jerzy Portela disse...

Boa resposta desse anonimo ao Oscar.

é engraçado: em Salvador a desculpa pra não pedalar é o calor; em Porto Alegre o frio; em Goiania porque é seco, em Curitiba porque é umido.

Desculpas não faltam...

e fora os enormes ganhos secundarios da bicicleta: quanto mais bicicleta, mais segura fica a via, menos acidentes ocorrem (inclusive com automoveis ou pedestres); os custos de saude publica despencam no curto e no longo prazo; a criminalidade das ruas diminui, porque ciclista aumenta a visibilidade e usabilidade das mesmas; o comercio de rua floresce (porque combustivel de ciclista é comida, e a gente para quando e onde bem quer sem atrapalhar o trajeto, e muda de trajeto toda hora).

acredite: nada substitui bicicleta como meio de transporte estado-da-arte! Nem teletransporte, se houvesse...

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