
O absurdo da Grécia
A crise grega colocou mais economia na política, mais privado no público. E de uma forma assustadora. Uma forma onde a vigarice penetrou profundamente no setor estatal e fez do Estado fonte de rendimento, fonte de especulação, fonte de expansão das finanças e fonte de desmoralização do próprio Estado. A situação da Grécia é imensamente grave e suntuosamente absurda, a tal ponto que o que está em jogo não é apenas a credibilidade de um país; pôs na reta, e em perspectiva de crise, o euro. E no limite, jogou a questão no colo da União Européia. Isto sem contar que apareceu, de novo, como um leme inacreditável, a revelação da audácia, da impunidade e do descontrole das entidades financeiras. Elas mantêm, sem perder a irracionalidade, ainda, um cenário de contundente instabilidade na economia mundial.E no fundo dos bastidores do caso grego, emerge a indisfarçável presença de um capital predador, o Goldman Sachs, para confirmar a fotografia dos gestos contemporâneo preferido das finanças. [...]
O artigo do economista Enéas de Souza continua no blog EconoBrasil, de outro agudo economista, o André Scherer. Análise lúcida da economia internacional e brasileira. Recomendamos.
Foto de protestos populares realizados na semana passada em Atenas, contra as medidas de austeridade do governo grego. Aris Messinis/Agence France-Presse/Getty Images.
Um comentário:
Não é só a Grécia. Polônia, República Checa, Hungria, Eslováquia, Eslovênia, Lituânia, Letônia, Estônia, Romênia e Bulgária, todos componentes da União Européia, estão com as respectivas economias em franca decadência, à beira de explosões sociais. Sem falar na Espanha.
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