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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Militares festejam golpe e ditadura


Falta alguém na festa do pijama

O Clube Militar, Naval e da Aeronáutica do Rio de Janeiro irá comemorar os 45 anos do golpe civil-militar. No convite para a sessão solene do Clube, os militares se referem ao golpe como uma “revolução democrática”. Os militares ainda irão homenagear 120 pessoas que, segundo eles, seriam vítimas de “terroristas que pretendiam implantar uma ditadura no Brasil”. Cerca de 380 pessoas foram mortas ou desapareceram durante o regime militar. A informação é da Agência Chasque.

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Uma manifestação tola e nostálgica de senhores idosos, vestindo pijama, e lembrando como “era verde o meu vale” da nossa (deles) juventude. A tolerância democrática exige que se aceite esses arroubos, ainda que movidos por convicções autoritárias e excludentes. Entretanto, certamente irá faltar muita gente nessa festarola de apijamados.

Estarão ausentes – porque estão reciclados para os novos tempos – os civis que criaram condições ideais para o golpe gorila, os empresários urbanos associados e dependentes, os empreiteiros, os banqueiros, os latifundiários devedores do Banco do Brasil, as senhoras pias que criaram clima de terror junto à classe média urbana instrumentalizando passeatas pseudo-religiosas anunciando o fim dos tempos, o indizível baronato midiático brasuca que – de fato – não foram esquecidos pelos novos donos do poder, uma vez que prosperaram a partir daquele Primeiro de Abril como nunca, e seguem por outros meios pregando golpes, a exclusão social, o atraso nas relações políticas, a redução dos espaços democráticos e a mediocrização da cultura de massas.

Como se vê, falta alguém na festa dos gorilas de pijama.

6 comentários:

el barto disse...

será que a rede bunda suja vai mandar representante? afinal de contas, eles devem, e muito, à "revolução"...

Carlos Eduardo da Maia disse...

É impressionante como certa esquerda se preocupa com as picuinhas dos assuntos sepultados. Democracia tem disso. Cada um comemora o que é bom para tosse. A história do golpe de 1 de abril de 64 tem que ser interpretado de acordo com o contexto da época. Havia sim insatisfação e impopularidade com o governo Jango e o golpe veio e derrubou o governo como castelo de cartas. Praticamente não houve resistência. O que certa esquerda gosta de fazer é confundir a situação golpista de 64 com a ditadura imposta pelo AI 5 de 68. Importante lembrar que muita gente que apoiou o golpe de 64 foi cassada em 68.

Carlos Castelo Costa e Silva Médici de Figueiredo do Brasil disse...

Como assim "assuntos sepultados"?

A milicada está fazendo festa e o "assunto está sepultado", como assim, meu querido?

Agora eu fiquei confuso, seu Maia.

Anônimo disse...

É uma observação importante essa desse post.
Só os milicos de pijamas ainda estão defendendo e comemorando o golpe.
Um golpe-crime, assim como seria a brigada militar hoje em dia derrubar a Yeda.
Um golpe-crime celebrado pelos criminosos que o praticaram, e que estão cada vez mais esquecidos pelos comparsas da iniciativa privada.
Esquecidos e abandonados, nada mais justo.
Aliás desvendamos a idade e profissão do nosso ogro amestrado e aposentado.

Anônimo disse...

PÔ a unica festa que o Maia foi convidado e a turma cai de pau.

Anônimo disse...

Estarão ausentes também os que vestiram o pijama de madeira. Que o inferno seja suficientemente quente para queimá-los eternamente.

Bem, esses saudosistas são caras de pau, pois hoje podem comemorar essa bobagem, e ontem nos repremiam quando exigíamos a democracia.

armando

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