Entre 2006 e 2007, milionários cresceram em 10% no Brasil
Estudo da consultoria Merrill Lynch e Cap Gemini aponta que o número de milionários no Brasil cresceu em 10% de 2006 para 2007. De acordo com o levantamento, existem 120.400 pessoas nesta condição, o que representa apenas 0,06% do total de brasileiros.
Apesar de os milionários representarem uma porcentagem pequena entre uma grande população empobrecida, eles vêm crescendo no País. A pesquisa afirma que o Brasil gera vinte novos ricos por dia desde o ano de 2004. A pesquisa considera um milionário a pessoa que possui mais de dois milhões de reais no banco, sem contabilizar bens como imóveis, veículos e obras de arte. A informação é da Agência Chasque.
20 comentários:
Gostaria que a consultoria Merrill Lynch e Cap Gemini (a serviço de quem?) verificasse qual o número de pessoas que empobressem por dia. Espero que seja menos de 20, quem sabe uma ou duas por dia, assim saberemos que o país está melhorando, hehe!
Daniel, exatamente o que eu ia dizer, só que você pode ter certeza que para cada um daqueles que se tornou milionário, temos mais um milhão que baixou seu padrão de vida. Com certeza é a classe média que vem sendo esmagada, na maioria das vezes deixando de pagar plano de saúde, retirando filho da escola paga, consumindo menos, enfim, engrossando a classe D e E. Infelizmente quando alguém ganha, temos alguém perdendo... Conheceste aquela história de "pirâmide", uma brincadeira, na verdade um golpe, que consiste em reunir 5 pessoas, que por sua vez tem que conseguir 5outras pessoas que contribuem com algum dinheiro para o lider do grupo, e por ai vai até que obtemos uma pirâmide de base enorme onde as pessoas já não conseguem convencer mais ninguém a aderir, e ai temos centenas de pessoas que só contribuiram e nada recebem.
O aumento do número de ricos não significa, necessariamente, que aumenta o número de pobres. O problema não está no topo da pirâmide, mas sim na sua base. O importante é aumentar a pirâmide no meio, fazê-la obesa no centro. É assim que um país se desenvolve.
Significa sim, caro Maia. Significa, pois o topo da Pirâmide domina 70% do PIB. Sobram 30% para ser divididos por 180 milhões de tuopiniquins. Daria se, por decreto, mudássemos a matemática...
armando
Armando, a questão não é matemática, mas econômica. O raciocínio não é exato, mas complexo. O fato de alguém estar ganhando não significa -- necessariamente -- que alguém esteja perdendo. Uma coisa nem sempre está ligada a outra. O equívoco dos marxistas é exatamente esse: a divisão social entre explorados e exploradores, sendo que não existe interesse dos exploradores em melhorar as condições sociais dos explorados (exército de reserva). Essa lógica não tem sentido, porquanto o que interessa ao grande empresário, ao grande empreendedor é o consumo. Quanto mais pessoas consumirem, mais o empresário arrecada, mais o Estado ganha, mais emprego se gera. A política de podar empreendimentos, com a desculpa de dividir o bolo, nunca deu certo em lugar algum. Qual país do mundo melhorou sua condição social podando as iniciativas da elite econômica? O papel do Estado é sim realizar justiça social e tem formas e formas de realizar esse necessário empreendimento. Existe linguagem para isso que deram certo em diversos países. A mais óbvia delas é o investimento em educação para que as pessoas tenham condições de participar do mercado de forma mais igualitária. Infelizmente, a preocupação com a educação entrou na agenda do Brasil por um motivo simples: a abertura econômica expôs à competição internacional uma gigantesca massa inempregável. É exatemente ai que o Brasil tem que investir. Este assunto deve estar sempre bombando e nunca pode fugir da pauta.
Alguém já ouviu falar em luta de soma zero. No equilíbrio paretiano para alguém ganhar o outro necessariamente deve perder. A renda é fixa, evolui lentamente no tempo, assim para distribuir renda alguém tem que perder. O que está ocorrendo é o inverso do ideal de justiça social. Um dos mecanismos para a ampliação do número de ricos é a especulação financeira que tem como uma das suas faces o endividamente do Estado mediante a loucura dos juros abusivos do senhor Meireles.
A distribuição de renda é feita pela cobrança de impostos. Quem ganha mais deve ter maior alíquota e pagar mais. O justo dos justos. Cabe ao Estado fazer bons investimentos com os recursos que arrecada, investindo em educação, implementando política de geração de empregos e de inclusão social. Mas para fazer tudo isso dar certo é necessário um certo equilíbrio, se taxar demasiadamente o capital ele vai para a China, para a India ou para o Ceará. Riqueza e elite econômica sempre vai haver no sistema capitalista e não é este o problema. O problema é a pobreza, a exclusão social. É isso que tem que ser combatido e existe uma linguagem para esse combate. Basta segui-la. E o Brasil engatinha.
Maia, na vontade de defender o capital, v. está trocando alguns valores. Na Alemanha, que está longe de ser socialista, a diferença entre o maior e menor salário, varia de 10 a 15 vezes. Fortunas são taxadas violentamente, idem na França. Essas medidas não eliminam mas minoram a miséria. Aqui não. Aqui a concentração em poucos, aumenta a miséria exponencialmente. Não existe milagre e nem almoço gratuíto.
armando
É isso, anônimo. Mas faltou dizer que mesmo o Lula ter incluído cerca de 20 milhões de pessoas no consumo alimentar diário, o que não é pouco, ainda assim houve concentração de renda, segundo o IPEA do prof. Pochman.
Na verdade, então, Lula está continuando a política de concentração de renda que vige desde 1966, com o prof. Bulhões.
O "anônimo" que eu referi é o que falou no Pareto, que fique claro.
A classe média é a mais estável sempre e nunca é ou vai ser esmagada.
É a essência do sistema, a manutenção sem riscos.
A renda (Y) é composta dos seguintes itens: salários, lucros (indústria, agricultura, comércio, etc.) alugueis (ou arrendamentos)e os juros auferidos. Essa é a equação. Para aumentar os salários, NECESSARIAMENTE, os outros componentes devem diminuir.
Não tenho nada contra essas pesquisas, nem nada contra os pseudo-marxistas. Não sou trotskista, embora adore assistir o PCO e o PSTU no horário eleitoral gratuito, talvez por ser engraçado o discurso, talvez por puro sadismo de ver o que restou do sonho de um mundo melhor. Porém tenho minhas dúvidas quanto a utilidade da classe média, Há quem diga que ela não existe mais, acho que é mentira. Os Shoppings Centers foram feitos para ela. Não existiria comerciário, nem piso do comerciário, que é uma m., se não existisse classe média. Acho que a pesquisa do Merrill Lynch e Cap Gemini foi feita para ela. Pois a classe média acredita em tudo. Principalmente se der no JN e na Zéagá. No Brasil, a classe média é massa de manobra. Achava que Vargas era pai dos pobres, depois ajudou a puxar o gatilho mortal, acreditou que se podia fazer 50 anos em cinco, votou no vassourinha. Marchou com a família e Deus pela propriedade, temeu os comedores de crançinhas. Adulou o Pelé do Médici em 70 e foi comparada (perdeu!) para o cavalo do figueiredo. Defendeu uma diretas já e foi presidida pelo ACM (ops!)Sarney e sua turma. Depois, junto à Globo foi à caça dos Marajás. Vestiu-se de Preto, pintou a cara... e elegeu o ex-marxista que criou o Real e desbundou para o capital flutuante do mercado financeiro internacional....Hoje a Classe média está contente com seu carrinho zero na garargem, financiado em 84 vezes e acreditando que o papai noel existe e que o Fome Zero deu certo. O ex-sindicalista preso e salvo pelo Golbery está a aí pronto para eleger-se infinitamente por essa classe média que um dia vai crucificá-lo, nesse grande Big Brother. Desculpe a franqueza, mas a classe média não vai fazer distribuição de renda ou de terra. A classe média não investe na bolsa, não empresta dinheiro a juros, não é dona de latifúndio e nem de Usinas de pro-álcool e de biocombustível (será que é a mesma coisa. A Classe média é e sempre foi massa de manobra das Elites dirigentes, que pouco mudaram nos últimos 50 anos.
Daniel, o Brasil se tornou um país classe média e é esse o motor do país. E essa classe média aumenta a cada dia, frequentam os aeroportos, as nossas praias, constroem prédios nas cidades e fica muito p. da vida quando um grupo de espertinhos quer bloquear o livre fluxo das nossas vidas.
A classe média não é motor em lugar algum, nem aqui e nem na China, o que move uma economia é o volume de investimento, que é depende do nível de juro. Compra o Diconário de economia do Sandroni antes de dar palpite furado. Chutador de meia tigela.
Caro anônimo, concordo em parte contigo, mas também não penso que o Carlos esteja tão errado. Principalmente por que ele "se pensa" como classe média, e talvez tenha se sentido ofendido. Concordo contigo, e não há como discordar, em relação ao nível do juro. Sim esse é o motriz, que mantém os verdadeiros espertalhões "investindo". Em relação ao "País Classe Média", que o Carlos cita, gostaria de saber onde fica. Quem lota os aeroportos e constrói os prédios são os pobres e não a classe média. Não sei quem está impedindo o "livre fluxo" de suas vidas, mas nesse caso, acho que serão atropelados. Cuidado com o ufanismo, essa novela já é antiga.
O que move a economia em um país capitalista são diversas causas. Não estamos em Cuba, onde apenas o turismo movimenta a economia. Concordo que o investimento que é também pautado pelo juro também move a economia, mas tem que haver consumo. E quem mais consome?
Compra o Sandroni e depois volta.
Sociedades com elevados níveis de consumo têm crescimento pífio do PIB. É só ver as economias européias, por que? Quem consome não poupa e o investimento depende do nível de poupança. A classe média tupiniguim não poupa, vai para punta, calle florida, miami, bariloche, ou seja, delira.
É a classe média alta que vai para Punta, Flórida, esquiar na linda Bariloche e para Cuba. Mas o Brasil de nossos dias está inserindo no contexto classe média pessoas que não tinham condições de consumo. HOje essa imensa massa está consumindo, está poupando, está assinando contratos de financiamento de casa própria, carro do ano e crédito consignado. Isso faz circular capital, empurra a economia para cima, alimenta os serviços (que é o que move a grande cidade brasileira) e assim o Brasil da mediocridade do BBB 8 segue seus passos tímidos. Vamos além que tem muita gente ainda a ser incluída.
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