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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Lula diz que imprensa deveria assumir "categoricamente" que tem candidato e partido
"Temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse país", afirma o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas à imprensa brasileira em entrevista nesta quarta-feira (23) ao portal Terra.
"A imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido, que falasse. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes fica explícita no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro. Tiveram assim em outros momentos. Acho que seria mais lógico, mais explícito. Mas, eles preferem fingir que não têm lado e fazem críticas a todas as pessoas que criticam determinados comportamentos e determinadas matérias", disse.
Segundo ele, o que acontece muitas vezes é que "uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática". "Ou seja, como se determinados setores da imprensa estivessem acima de Deus e ninguém pudesse ser criticado. Escreveu está dito, acabou e é sagrado, como se fosse a Bíblia sagrada. Não é verdade. A posição de um presidente é tomada como ser humano, jornalista escreve como ser humano, juiz julga como ser humano. Ou seja, temos um padrão de comportamento e julgamento e, portanto, todos nós estamos à mercê da crítica."
Lula disse ainda que, nesse momento do Brasil, é um "absurdo" falar em falta de liberdade de comunicação. "Nesse momento do Brasil! Eu duvido, duvido. Eu quero até que vocês coloquem em negrito isso aqui: Eu duvido que exista um país na face da Terra com mais liberdade de comunicação do que neste país, da parte do governo. Agora, a verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse país. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais."
A entrevista dura 55 minutos, assista aqui.
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3 comentários:
Pois é? Mas por que o LULA não enfrentou essa realidade, esse oligopólio da mídia? Ele já sabia disso pelo menos desde 1989 com a globo editando um debate tal como se adulteravam fotos históricas no passado. Talvez a pior herança da ditadura seja exatamente essa, essa quadrilha que controla os meios de comunicação no Brasil e que ninguem teve coragem de enfrentar(com excessão talvez do velho Brizola que impediu a grande fraude eleitoral da globo/ditadura em 1982 ocasião em que aqui no RG do SUL o pedro parlapatão simão fugiu para praia enquanto viamos estarrecidos a eleição para governador ser roubada)
Em qualquer lugar do mundo socialmente desenvolvido, mídia é oligopolista por natureza. A exceção são os regimes autoritários onde a mídia é monopolista como Cuba, Irã e Coreia do Norte. Não existe, em lugar nenhum do mundo, mercado de mídia de concorrência perfeita. Então é pura ignorância dizer, como se diz por aqui, vamos acabar com a mídia oligopolista. A mídia vai ser sempre oligopolista. Se não é assim é pior. é monopolista. Gente, vamos estudar um pouco antes de dizer maluquices. Na Europa a mídia é também dominada por grandes grupos. E mídia é empresa, é atividade econômica, ela defende mercado e sociedade de consumo. Ou seja mídia oligopolista tem sempre uma linha ideológica bem determinada. Mas não existe nenhuma obrigação que a linha editorial de um órgão de mídia apoie expressamente um candidato. O New York Times apoiou o Obamas, mas poderia ficar quieto e calado. Era uma opção, apenas uma opção. É claro, é cristalino, o Brasil inteiro sabe que a grande mídia apoia Serra, porque é um candidato que dá mais segurança ao mercado e aos contratos. E o Luiz Fernando Veríssimo disse hoje, em artigo cujo conteúdo discordo o seguinte:
"O que talvez precise ser revisado, depois dos oito anos do Lula e depois destas eleições, quando a poeira baixar, seja o conceito da imprensa como formadora de opiniões."
Essa discussão deve se manter na teoria, no aspecto conceitual. O que não se pode fazer - sob pena de levar este país a um rumo autoritário - é levar essa discussão para o aspecto prático de se construir mecanismos de controle da mídia. Mesmo essa forma dissimulada de "controle social da mídia". Em nenhum país socialmente desenvolvido isso ocorre. Nenhum. Apenas nas republiquetas bolivarianas que a gentem bem sabe qual é.
Em qualquer lugar do mundo socialmente desenvolvido, mídia é oligopolista por natureza. A exceção são os regimes autoritários onde a mídia é monopolista como Cuba, Irã e Coreia do Norte. Não existe, em lugar nenhum do mundo, mercado de mídia de concorrência perfeita. Então é pura ignorância dizer, como se diz por aqui, vamos acabar com a mídia oligopolista. A mídia vai ser sempre oligopolista. Se não é assim é pior, porque monopolista. Seria bom estudar um pouco de direito da concorrência antes de dizer maluquices. Na Europa a mídia é também dominada por grandes grupos. E mídia é empresa, é atividade econômica, ela defende mercado e sociedade de consumo. Ou seja mídia oligopolista tem sempre uma linha ideológica bem determinada. Mas não existe nenhuma obrigação que a linha editorial de um órgão de mídia apoie expressamente um candidato. O New York Times apoiou o Obama, mas poderia ficar quieto e calado. Era uma opção, apenas uma opção. É claro, é cristalino, o Brasil inteiro sabe que a grande mídia apoia Serra, porque é um candidato que dá mais segurança ao mercado e aos contratos. E o Luiz Fernando Veríssimo disse hoje, em artigo cujo conteúdo discordo o seguinte:
"O que talvez precise ser revisado, depois dos oito anos do Lula e depois destas eleições, quando a poeira baixar, seja o conceito da imprensa como formadora de opiniões."
Essa discussão deve se manter na teoria, no aspecto conceitual. O que não se pode fazer - sob pena de levar este país a um rumo autoritário - é levar essa discussão para o aspecto prático de se construir mecanismos de controle da mídia. Ou mesmo regulação nesse sentido. Mesmo essa forma dissimulada de "controle social da mídia". Em nenhum país socialmente desenvolvido isso ocorre. Nenhum. Apenas nas republiquetas bolivarianas para se impedir o sagrado direito de crítica.
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