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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Na Europa, ao contrário da América Latina, a política está capturada pela sua dimensão gerencial

Por isso, não aparece a invenção nem a possibilidade de construir um relato de emancipação. Não aparece o problema da justiça nem o da igualdade, porque se supunha que isto estava superado

Está imperdível a leitura da entrevista do psicanalista argentino Jorge Alemán. Alemán politiza a psicanálise. Alemán psicanalisa a política. Para ele, é preciso recuperar a capacidade da política frente a mesmisse da economia e do mercado unidimensional.

O argentino não hesita em trazer para a esquerda pensadores que não foram originalmente de esquerda, tais como Freud, Heidegger e Lacan. Diante do radicalismo de cada um, pensa ele, é possível aportar novas categorias e linhas criativas de pensamento e ação à esquerda contemporânea.

Alemán (acima) quer recuperar, também para a esquerda, a expressão "populismo", na perspectiva do que não está concertado, do inesperado, da invenção criativa, daquilo que não resultou de mera conciliação com as oligarquias. Jorge Alemán afirma que "o populismo é um momento da soberania". 

Quem perder a leitura desta entrevista de Jorge Alemán é porque comunga da mitologia urdida pela sra. Lya Fett Luft e de sua reverendíssima, autoridade intelectual guasca, dom Dadeus Grings. Por isso, fique com Alemán:

Qual é o aporte de Lacan, a política em questão... para pensar a relação entre psicanálise e política?

É uma relação tensa, problemática, porque a política se ocupa dos feitos coletivos e a psicanálise, em princípio, se ocupa da teoria do sujeito. Mas é certo que a partir de Lacan, essa teoria do sujeito se vincula também à construção dos laços sociais e, em particular, com a construção discursiva da realidade. Por sua vez, a política, as ciências políticas e as teorias sociais estão começando a tomar em conta de como está feito o sujeito. Portanto, já não basta descrever os fatos objetivos, mas é necessário considerar como se constituem certas respostas subjetivas nestes processos. As transformações sociais, ou o que impede que estas ocorram, exigem - em muitos casos - ver de que maneira estão subjetivados esses processos sociais. Depois da crise do modelo neoliberal, na medida em que volta a tomar forma a teoria dos antagonismo sociais, é necessário uma teoria de como funcionam os sujeitos nestes antagonismos. Porque já não são os antagonismos clássicos, como a luta de classes, mas antagonismos mais fragmentados, que não aparecem claramente objetivados, mas funcionam sim dentro da estrutura social. A esse respeito, o psicanalista pode dar conta da implicação subjetiva destes processos.

A que você chama de "antagonismos fragmentados"?

Quando funcionava a teoria da luta de classes, a classe trabalhadora, por sua posição objetiva dentro do modo de produção, era a destinada a levar a cabo a transformação. Se pensava que pelo mesmo motivo era o sujeito histórico que iria realizar a essência humana. Hoje não aparece desta maneira um sujeito histórico objetivável.

Por quê?

Porque há excluídos e porque, dentro dos mesmos trabalhadores, há fragmentos: estão os imigrantes, os excluídos, os que não têm trabalho. Houve uma metamorfose na pobreza. No conceito clássico do marxismo, a pobreza era a privação das satisfações, das necessidades materiais, era uma carência. Hoje, um conceito como o de Lacan - o "plus-de-gozar", que se refere aos modos de satisfação - mostra que a pobreza não é somente um menos, mas que também é um mais, que na miséria atual participa o consumo da droga, o consumo de armas, a dependência química. Já não se pode pensar somente na lógica da falta, há um monte de processos de subjetivação onde podemos ver que há uma fragmentação, e portanto, se estes antagonismos que formam parte da dinâmica social querem tomar uma forma política, devem ser tomados em conta todos estes fatores.

Por que você acredita que ser lacaniano implica em ser de esquerda?

Lacaniano e de esquerda não são palavras que andam juntas. Primeiro porque Lacan nunca foi de esquerda. Com respeito aos projetos da esquerda clássica sempre teve uma relação crítica. No entanto, Lacan é um pensador radical, entendeu muito bem a lógica capitalista, entendeu muito bem os efeitos da técnica no mundo contemporâneo. Portanto, posto que a esquerda já não dispõe daquele sujeito histórico que prometia a transformação, pode encontrar em Lacan uma oportunidade para renovar seu discurso.

Como encontraria essa oportunidade?

Ao poder ver de que maneira se pensa a realidade, a que, a partir de Lacan, não é uma coisa contínua. Em Lacan há uma oposição muito clara entre o real e a realidade. O real é o que não se simboliza na realidade. Portanto, os sujeitos constroem diferentes tipos de respostas com respeito a esse real que é impossível de simbolizar. Até agora os projetos de transformação partiam do suposto de que somente com a tomada de consciência, somente através da crítica e através da análise objetiva da realidade, se poderia iniciar um processo de mudança. Mas a partir da lógica lacaniana, que exige a construção de mediações, isto já não está garantido. Esta ausência de garantias tem levado alguns lacanianos a se tornarem conservadores, irônicos, ou a exercer uma espécie de ceticismo lúcido. Mas, por outro lado, também se pode aproveitar esses mesmos obstáculos para repensar os projetos políticos, como o faz Ernesto Laclau.

De algumas passagens da sua obra parece surgir a ideia de que a psicanálise sempre foi de esquerda. É assim mesmo?

É curioso porque Freud (ao lado) nunca acreditou nos processos revolucionários e Lacan tampouco. Minha afirmação é que a psicanálise tem sido um sintoma na esquerda. No entanto, os momentos mais fecundos da psicanálise tem a ver precisamente com uma discussão que sempre buscou transformar a civilização. Há sempre duas possibilidades: se pode ser hegeliano de esquerda ou hegeliano de direita, se pode ser heideggeriano de esquerda ou heideggeriano de direita.

Pode?

Sim.

Como?

Heidegger não era de esquerda. Ainda assim, toda a descrição do mundo da técnica foi finalmente assumida pela esquerda, porque Heidegger (ao lado direito) entendeu que a técnica não era simplesmente um instrumento técnico, mas uma maneira de situar todos numa sociedade do espetáculo onde iríamos virar imagem, como está confirmado atualmente na realidade. Portanto, hoje em dia, a leitura heideggeriana do mundo contemporâneo é parte dos instrumentos críticos. Esse é o caso de um pensador que não surge do âmbito da esquerda, e que de qualquer forma grandes discípulos - inclusive judeus - o transformaram numa referência para a esquerda. Em outra ordem poderia também funcionar as teses lacanianas. Lacan entendeu como era o que podemos chamar de o discurso capitalista, que tipo de lógica o regia. Ele pensou bem todos os obstáculos que há do lado do sujeito para assumir um processo de mudança. No entanto, se no momento a esquerda não assume em definitivo o entendimento de como estão os sujeitos, estaria numa posição idealista, seguiria desconhecendo um dos motores decisivos para o que seja a mudança política.

Hoje, o que é ser de esquerda na América Latina?

Dá a impressão de que é mais fácil pensar o que é ser de esquerda na América Latina que na Europa, neste momento. Não podemos imaginar como é a saída do capitalismo. É mais fácil imaginar o fim do mundo que a saída do capitalismo. Pela sua lógica cultural, pela presença da imagem e a sociedade do espetáculo, pelas possibilidades que transformar tudo em mercadoria, inclusive a subjetividade. Daí a importância da psicanálise.

Por que você atribui tanta importância à psicanálise?

Porque estamos num tempo histórico onde o subjetivo mesmo se introduziu na forma mercadoria. Então, ser de esquerda é pensar que mesmo que não seja possível conceber esse exterior, o capitalismo é uma realidade histórica contingente, não é a última palavra da condição humana, não é eterno. Não há nada que nos garanta qual é essa saída, diferentemente de outras épocas. Voltamos ao fragmentário, onde alguém pode dizer: "Isto é apenas uma etapa, que precede a outra, onde haverá um sujeito histórico que nos conduzirá a esta outra etapa". Não há nada que garanta esta saída. No entanto, é parte da aposta poder pensar em quê condições uma saída tal seria possível.

Como você define "a política da psicanálise"?

A política específica da psicanálise se refletiu muito bem quando Lacan pretendeu construir a sua escola. Por um lado, a experiência analítica leva ao sujeito que leva adiante esta experiência, a ir além das suas identificações. Por sua vez, se tem que pertencer a uma escola, como pertence a uma escola alguém que sempre tomou distância de suas identificações. Porque, em geral, quando se pertence a um conjunto é através de identificações, através daquilo que Freud chamava de "psicologia de massas". Em geral, os conjuntos se organizam por significantes, patrões que funcionam como ideais e se misturam aos sujeitos.

Como se pensa um coletivo que não está organizado através da identificação?

Esse é um problema político da psicanálise. Um coletivo fica interessante quando não se orienta somente pela identificação, porque um coletivo regido pela identificação, cedo ou tarde, termina na inércia, numa segregação, num recuo. Então, um coletivo que não seja somente construído pela identificação é uma das experiências políticas mais cativantes. A psicanálise, do ponto de vista político, não aposta no fortalecimento das identificações. Este é um debate com outros movimentos políticos que reivindicam o identitário. Na psicanálise, as possibilidades de transformação se abrem na medida em que nem tudo está jogado no plano da identificação.

Além da identificação, quais são esses outros componentes que garantem a luta de um coletico através do tempo?

Uma causa. Mas, diferente de outras épocas, onde ainda se podia objetivar a causa, conhecê-la e colocá-la diante de todos, esta causa hoje está pouco sólida, não tem um fundamento que se possa apresentar claramente e também tem muito de aposta.

Frequentemente se vincula a psicanálise a uma prática para poucos, essa ideia não é contraditória na relação da psicanálise com a esquerda?

Que a psicanálise esteja vinculada a poucos evidentemente é parte da lógica cultural deste momento histórico. Meu propósito não é transformar os psicanalistas numa corrente de esquerda, mas que na esquerda surja como problema algo explicado na psicanálise. Tenho insistido na difícil tensão de conciliar estes dois legados - posto que minha herança simbólica é tanto a psicanálise quanto o meu pertencimento à esquerda - sem nenhuma expectativa de casar estes dois termos, mas também vivendo uma tensão irredutível com respeito a eles. O que me interessa é que emerja algo que a esquerda em geral não se deu conta, mas depois de experiências históricas me parece que vale a pena que se tenha em conta que o mal-estar na civilização descrito por Freud, o discurso capitalista descrito por Lacan e as maneiras em que um sujeito está constituído. Porque sem pensar como um sujeito está constituído, é impossível pensar num processo de transformação.

Como se pensa hoje o mal-estar na civilização?

Há muitos modos de pensar, todos podem ser suscetíveis de uma articulação. Primeiro, com a despolitização: a política perdeu a sua condição, já não tem a dignidade de uma experiência. Em segundo lugar, com a impossibilidade de construir relatos simbólicos. Cada vez mais, o estímulo aos modos de gozar produz o que é estar a sós com a pulsão de morte, sem poder construir nenhum relato: aí temos uma definição psicanalítica ou lacaniana da miséria. Em segundo lugar, então, esta corrosão dos relatos. Em terceiro lugar, na presença de um mundo que estimula cada vez mais a dizer tudo, a contar tudo em partes, para que tudo se transforme em mercadoria. Isto, na aparência, parece muito subjetivo, mas é um assassinato da subjetividade, porque o sujeito não faz a experiência do que é habitar a língua, faz sim uma experiência de disciplinamento.

Por que é mais fácil pensar a esquerda desde a América Latina que desde a Europa? Que acontece hoje na Europa com a possibilidade de pensar a esquerda, sobretudo no pós crise?

A Europa está sempre se protegendo do que vem, porque tem o sentimento de ter sido muito importante e de que tudo o que vem pode piorar o quadro. Então, está muito conservadora. A crise econômica gerou novas formas de racismo, já previsto pelo próprio Lacan (ao lado esquerdo) quando dizia ser desnessário uma ideologia explícita para ser racista. O racismo, como um fenômeno da própria subjetividade, como um fenômeno que se constroi espontâneamente, inclusive de costas para o próprio sujeito. O sujeito é racista e não sabe mesmo em que medida o é. Há uma espécie de metamorfose política que tem muito a ver com a presença do estrangeiro e os fenômenos racistas. Por sua vez, a presença da técnica, a estrutura midiática e os movimentos do capital tem logrado estabelecer um sistema em que as opiniões políticas não apresentam um antagonismo, se constroem sempre num consenso, se trata de ver quem é que faz melhor, quem administra melhor. Na Europa, a política está capturada pela sua dimensão gerencial e administrativa, não aparece a invenção nem a possibilidade de construir um relato de emancipação. Não aparece o problema da justiça nem o da igualdade, porque se supunha que isto estava superado.

Muitas vezes se pensa a crise como oportunidade. Por que esta crise não pode ser uma oportunidade na Europa?

O que se chama crise não é uma crise do capitalismo. O capitalismo tem uma estrutura tal que não entra em crise, o que entram em crise são as instituições que o querem regular. E como se produziu um desmantelamento da experiência política, a crise está sendo paga pelo imigrantes, os trabalhadores, que não dispõe de arsenal teórico, crítico, nem simbólico para enfrentar, porque houve muitos anos de despolitização. Por exemplo, Itália, que tem um dos partidos comunistas mais importantes do mundo, neste momento está sob o fenômeno Berlusconi.

Novamente...

Novamente. É uma catástrofe moral na Itália. Mas, para não ter somente uma visão obscura do assunto, penso na contingência, outra lição da psicanálise. Antes se pensava os processos sociais como contínuos e objetivos, agora se pensa cada vez mais que o contingente pode-se introduzir, a emergência de um sujeito é a emergência de algo novo. Pode ser que a contingência introduza algo imprevisível que agora não possamos pensar. Na Europa, se olha a América Latina como uma espécie de retrocesso, não estão pensando desde a invenção de algo novo, que implica esta construção latinoamericana.

E você como enxerga a realidade política latinoamericana?

Para mim a nova subjetividade está na América Latina. Primeiro, porque está construída com outra lógica, não como antes, que se sabia como iria acontecer. Neste momento, estão se inventando os processos. Não são relatos que estão assegurados de antemão e podem ser objetivos ou estejam determinados qual é o sujeito que os levará adiante. Mas sim que estão improvisando, mas por sua vez com uma perspectiva histórica de a quê legado pertencem, a quê herança simbólica pertencem. Então, esta dupla conjunção de a quê legados se pertencem, mas por sua vez a ideia de que há previamente um conceito determinado. De que há sim que inventar, e de como esta América Latina me parece apaixonante e muito diferente do que agora está acontecendo na Europa.

Pode-se pensar que na América Latina está acontecendo, ao mesmo tempo, um processo de despolitização?

Não, creio que na América Latina está se produzindo uma coisa diferente que a despolitização. Na Europa, por exemplo, esta crise tem naturalizado as leis de mercado, parece que são leis que emanaram de um lugar que não se pode discutir. Se diz: "Bom, agora vamos produzir isto e vamos fazer o ajuste porque o mercado assim manda". E as armas críticas para poder discutir isto não comparecem. Há reivindicações setoriais, sindicais, há fragmentos, mas não aparece uma articulação que permita pensar as coisas de outro modo.

Então, é o sistema político que está em crise?

O sistema político se encontra num momento do capitalismo onde já não tem o socialismo como referência, se tem como o discurso universal. Retrocedeu para construir a sua legitimidade, aceitou muitas condições das quais agora é muito difícil se livrar.

Por que você acredita que a Europa enxerga como um retrocesso o que está acontecendo na América Latina?

Um paradigma muito importante dentro da esquerda europeia é o paradigma do diálogo. Os cidadãos têm que discutir quais são as melhores condições, isto é o democrático. Cada setor tem que reivindicar seus direitos, seus interesses, sempre na perspectiva de construir um consenso. Claro, quando aparece na América Latina um líder político - e que resulta que nem todos são cidadãos porque há muitos excluídos - que deve tomar determinações que não estavam no consensual e não respondem a um diálogo prévio concertado, mas que exigem uma decisão... bem, isto na Europa se traduz como populismo, mas de uma maneira negativa.

Que opinião eles têm do populismo?

Há um uso pejorativo desta categoria, eles confundem com demagogia, com manipulação. Mas se poderia tentar restabelecer - por exemplo, um teórico como Ernesto Laclau (ao lado) tem feito isso - uma dignidade dessa expressão, para entender que o momento populista é um momento que não se pode eliminar da política mesma e que corresponde precisamente a este momento onde se toma uma decisão que não está previamente garantida por procedimentos normativos, mas que emerge para responder a um determinado estado da realidade. Neste sentido, o populismo é um momento de soberania. Então, se quisermos restabelecer a dignidade, haveria que separar este termo das manipulações demagógicas. Por exemplo, dizem que Berlusconi é populista, mas acredito que é um demagogo de direita. Assim, o que é historicamente um insulto, poderíamos subvertê-lo em sua significação e tomá-lo como um momento da política e de construção de projetos novos. [...]

Entrevista conduzida por Natalia Aruguete e Bárbara Schijman. Publicado hoje (13/9) no jornal argentino Página/12. Tradução de Cristóvão Feil.

7 comentários:

Anônimo disse...

Que falta de sacanagem (é assim que os meninos dizem brincando hoje em dia), Feil !!
Trazer um assunto que o grassroot tucano não tem competência de comentar a 2 semanas da eleição que perderão !!
É muita falta de sacanagem.
E o sigilo !?!
Cadê o sigilo ?
E a taxa de sucesso ?!

Francisco Goulart disse...

Realmente. Coisa de louco.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Muito interessante a entrevista. Sempre tive respeito por Lacan - muito participei de reuniões e seminários sobre ele nos tempos de faculdade - e a psicanálise é uma forma de se encontrar respostas diante de nossa própria crítica de vida. Capitalismo é processo e já se verificou que a sociedade de consumo deve ter seus limites. Acho apenas que o autor força a barra na comparação entre psicanálise e política e, sobretudo, na atual política latino americana que não tem nada de extraordinário ou inusitado, é politicagem igual a qualquer politicagem. As picaretagens e falcatruas continuam no poder, tal como antes, tal como sempre foi.

Eduardo Martinez disse...

Na impossibilidade de dizer "eu Lia Fiat Lux, possuía o dom de dar adeus aos gringos" e ao mesmo tempo mantinha minha coerência, digo ao Tóia que leio entre as vistas do Alemán. Há braços com traços de retinas com tino.

claudia cardoso disse...

Na entrevista de Alemán, ele menciona, de leve, a questão da mídia. O Conselho Federal de Piscologia, há anos, é parceiro das lutas pela democratização das comunicações, através do conceito de que a mídia constroi subjetividades.
Porém, Pedrinho Guareschi afirma de que, ao falarmos em comunicação, estamos falando de capital, conceito esse que assino embaixo, em cima, do lado, na tangente.
A grosso modo, parece-me que a esquerda tem um elemento objetivo - mídia - para combater o autoritarismo e defender a democracia, com políticas públicas que garantam a pluralidade de conteúdos. Hoje em dia, graças a Internet, a esquerda tem mais possibilidades de dar-se conta, desvelar, desmascarar, denunciar o pensamento único capitalista, que promove a barbárie e a destruição.
A esquerda que não toma para si a bandeira de democratização da comunicação como objeto de sua luta por um mundo melhor, está fadada a se ver desgastada logo mais adiante. Pq a extrema-direita se organiza e patrola quem estiver na frente, sem escrúpulo algum.

Maurício Santos disse...

Acho que a pasicanálise, nas suas versões mais tradicionais, tem algo a dar para a política, mas é pouco e isto não é novidade. Lá está o Anti-Édipo como uma porta para quem quiser ir mais longe do que a concepção de inconsciente teatral calcada sobre triangulação bebê-papai-mamãe, o desejo como eterna falta e impotência ou o imperialismo do significante e sua obsessão pelo simbólico, em estilo, com freqüência, chatamente barroco.

Maurício Santos disse...

Acho que a pasicanálise, nas suas versões mais tradicionais, tem algo a dar para a política, mas é pouco e isto não é novidade. Lá está o Anti-Édipo como uma porta para quem quiser ir mais longe do que a concepção de inconsciente teatral calcada sobre triangulação bebê-papai-mamãe, o desejo como eterna falta e impotência ou o imperialismo do significante e sua obsessão pelo simbólico, em estilo, com freqüência, chatamente barroco.

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