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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Via Campesina e progressistas da Igreja armam contraofensiva em favor de Dilma


Uma contraofensiva da Via Campesina, dos movimentos populares e dos setores progressistas da Igreja em favor da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, começou a ser articulada esta semana e, na próxima, ganham as ruas dois manifestos em favor da petista. Um deles, assinado pela Via Campesina e outros movimentos sociais, conclama "a militância de todos os movimentos sociais" a se engajarem na campanha para a eleição de Dilma. "Precisamos derrotar a candidatura Serra, pois ela representa as forças direitista e fascistas do país", diz o manifesto, que vai coletar adesões até amanhã.

O outro documento está sendo preparado por grupos progressistas da Igreja Católica e protestante, para se contrapor à ação de setores religiosos que, às vésperas do primeiro turno, fizeram campanha anti-Dilma e anti-PT, sob o argumento de que candidata e partido eram "abortistas".

A nota que será oficializada pelos movimentos sociais, ao fazer uma análise do primeiro turno das eleições, chega à conclusão de que os setores sociais progressistas tiveram vitórias, não apenas nas eleições parlamentares "e na reeleição de governadores progressistas", mas com a derrota eleitoral deYeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, que manteve um governo de "criminalização dos movimentos sociais". Não poupou críticas a nenhum dos candidatos à Presidência - à Dilma, pela falta de debate de projetos que interessam efetivamente à população, e à Serra, "pelo baixo nível de sua campanha presidencial". "A biografia do candidato já é a maior derrotada nessas eleições", diz a nota.

Em relação a Marina Silva, candidata do PV no primeiro turno - que tem uma histórica ligação com os movimentos sociais -, o documento foi implacável. "Quanto à candidatura de Marina Silva, cumpriu o objetivo a que se propôs: o de provocar um segundo turno nessa campanha eleitoral. O tempo dirá se o seu êxito serviu para fortalecer a democracia ou foi utilizado para que as forças conservadoras retornassem ao poder."

O documento articulado pela Via Campesina reitera sua posição de autonomia em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, cujos avanços "foram insuficientes, em que pese os acertos de sua política externa". O candidato do PSDB, José Serra, todavia, é colocado como "inimigo das bandeiras de luta" populares, pela sua atuação à frente do governo paulista e pelos oito anos dos governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso. "Pelo caráter antidemocrático e antipopular dos partidos que compõem a sua (de Serra) aliança eleitoral e por sua personalidade autoritária, estamos convictos que uma possível vitória sua (de Serra) significará um retrocesso aos movimentos sociais e populares em nosso país e para as conquistas democráticas no continente, e maior subordinação ao império estadunidense", justifica o documento.

Até agora, aderiram a essa posição a Via Campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), o Sindicato dos Engenheiros do Paraná, a Marcha Mundial das Mulheres, o Centro de Estudos Barão de Itararé [de blogueiros progre] e a Uneafro. Segundo fonte envolvida nessas articulações, correntes do PSOL e movimentos ambientalistas ligados à Marina mostraram interesse em aderir ao movimento, mas devem esperar posição de seus partidos.

O documento é o primeiro passo de uma estratégia de mobilização dos setores sociais em favor de Dilma. O segundo momento é o envolvimento das bases dos movimentos na campanha do segundo turno, em favor de Dilma. Ainda assim, apesar da adesão à petista, os movimentos reiteram "a autonomia política frente aos governos".

A matéria é da jornalista Maria Inês Nassif. Publicada hoje no jornal Valor Econômico.

Foto: Dilma e o pequeno Gabriel, seu primeiro neto, nascido em setembro último.

4 comentários:

Tupamaro disse...

Vejam a seguinte páródia de um debate político, ta lá no you tube:
http://www.youtube.com/watch?v=OenHQHIailo&feature=player_embedded

Pode parecer absurdo, mas é o que está ocorrendo no atual debate político da eleição presidencial.
O pig brasileiro nivelou o debate em patamares baixissimos.

Cristóvão Feil disse...

Meu caro Eterno, isso que vc está fazendo é spam.

Diante desta indelicadeza inoportuna, minha vontade é muito fraca de entrar em contato com você, pelo menos neste corrente século. Mas vou agendá-lo para o século seguinte, sua ficha é a de número um.

Abç.

CF

Anônimo disse...

Sugiro para que a Dilma ganhe a eleição que o Lula participe de todos os comícios. Os comícios devem para dar certos serem feitos a noite lá pelas 10 horas.

Anônimo disse...

Confesso que voto e sempre votei contra o PT.
Vou votar no Serra navamente em 2° turno.
Sinceramente, não gostaria que a petralhado voltasse para o RS em caso de vitória do Serra.
Fui afetado pelo MST no caso de Não-Me-Toque, na unidade da Monsanto.
Uma experiência horrível.
Nos meus 50 anos de vida, com muita batalha para viver e educar meus filhos, esta foi a maior decepção que tive com o serviço público estadual.
O SR. Bisol simplesmente ajudou na segurança dos invasores.

Ví policiais indignados.Minha privacidade foi invadida. Roubaram bens dos funcionários.

E a imprensa só falou no Bove.
Tenho receio do que pode vir a acontecer com outras pessoas e empresas.

Ainda estou tentando entender como o povo gaúcho elegeu e TROÇO GENRO.

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