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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
RBS abre a caixa de Pandora e despeja no colo do futuro governador Tarso Genro
A astúcia sub-jornalística dessa gente é ilimitada
Para compensar o fato de não ter assistido nenhum debate à corrida eleitoral 2010 ao Piratini, ontem sentei para ver e ouvir o governador eleito, Tarso Genro, no programa chamado Painel RBS.
A meu ver, Tarso se saiu muito bem. Desenvolto, com pleno domínio formal e verbal dos temas tratados, respostas adequadas para o período pré-posse, com baixas taxas de cacoetes retóricos (né?), sabendo lidar com a vitória, moderado mas agudo nos diagnósticos e proposições, o futuro governador petista tem tudo para fazer uma administração de contraste no Rio Grande do Sul, especialmente se Dilma Rousseff sair vitoriosa no próximo 31 de outubro.
Para quem não conhece a empresa midiática RBS, que promoveu o referido programa televisivo, seria de supor que o formato do mesmo foi correto, oportuno e jornalisticamente perfeito. A entrevista foi pontuada de perguntas de jornalistas do grupo midiático e por pequenas reportagens mostrando os problemas e calamidades do setor público estadual em diversas áreas de sua responsabilidade administrava, saúde, educação, pedágios, estradas, sistema carcerário, segurança, etc. Ora, esse arquivo memorial de ilustrações vivas do caos do setor público sul-rio-grandense não deveria estar sendo apresentado ao público somente agora, quando praticamente se encerra uma administração irresponsável e deletéria para o estado. Com um agravante, os problemas e omissões administrativas do estado sulino - nas reportagens rebessianas - resultam de algum desastre natural ou mesmo sobrenatural (de Almeida) que se abateu sobre a região meridional. Sim, porque, jamais é apontada responsabilidade sobre tal ou qual desacerto ou encrenca do setor público. Agora, subitamente, apareceram - seletivamente - somente os efeitos do governo omisso da protegida da RBS, Yeda Rorato Crusius.
Essa forma esperta e maliciosa de fazer jornalismo é que não recomenda, mas preocupa. Expressa a má-consciência da empresa midiática que sempre procurou ocultar ou mascarar a atual administração tucana, mas quando lhe convém abre a caixa de Pandora (ou Yedora) dos males sulinos no colo do futuro governador. Isso não prenuncia bons augúrios para o futuro próximo. Como no mito grego, só nos resta mesmo é a esperança.
Sobre esse tema, leia também o artigo O futuro governo Tarso Genro, publicado aqui neste blog DG em 27 de setembro último, portanto, antes das eleições de domingo passado.
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10 comentários:
É mesmo lamentável!
Esperar o que de Lasier, Tulio e outros paus mandados da RBS????
Mas sempre foi assim: uma farsa
Collares mostra como se trata um adestrado da RBS:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Pol%EDtica&newsID=a2975961.xml
Por isso que sempre voto no PT, porque com o PT no governo temos de volta uma imprensa atenta.
Safada, ordinária, mas não amiga.
Chega a ser enfadonho lidar com a cara de pau da RBS. Em algum momento Tarso esboçou que se tratava de um estado governado por YRC e, antes dela, Rigotto?
E pq aceitar participar dessa armadilha? Que saco!!!!!!!
O pior de tudo foi a manchete de hoje de Zero Hora. De toda a entrevista realizada com Tarso o diário de esgoto da Ypiranga destaca que o governador eleito vai manter os "projetos da Yeda", como se existisse algum projeto importante. Tarso disse o que qualquer governador eleito diria, a questão é que no caso do Rio Grande não ha, e a RBS sabe bem disso, nenhum projeto significativo deste governo. Definitivamente é o fim não do governo do PSDB mas da própria RBS que dominou o Estado e seus governos titeres nos últimos 8 anos. QUer agora continuar, no minimo pautando o novo governo.
Meu caro Tarso. Se prepare mais do que já és. É preciso inteligência do conjunto do governo para criar alternaturas.É obvio que querem continuidade, especialmente dos escandalosos anuncios do Banrisul, compensados com juros aos correntistas. E nós temos de criar al ter na ti vas . A batalha da comunicação (idéias) é a batalha do século ou vence o esclarecimento ou triunfa o obscurantismo medievo.
Atento, me delicio e me solidarizo com a inteligencia dos comentários que acompanham o blogueiro. Mas uma coisa tem precedência: as preocupações com as estratégias funestas de uma imprensa "arguta", vigilante e sei la o q mais não passa de mais um blefe oportunista e como tal tem q ser tratado. A pauta é de um governo vencedor no primeiro turno, o que significa legitimidade de uma visão de política e de espírito público. Que a bandalha derrotada não se atreva a repetir o que fez com Olívio - jamais vi algo parecido em termos de perseguição política. Chega de martírio da esquerda que os aprendizados são muitos, inclusive como lidar com a sordidez dos maus derrotados numa democracia. O povo deu seu recado, quase 55% dos gaúchos pediram Tarso e aliados. Ainda tenho esperança de assistir um período de imposição de qualidade governativa na política deste estado tão castigado pelos ladrões, oportunistas e bundões das direitas semvergonhas e incompetentes. Vade!!! O país se institucionaliza e amadurece politicamente. As sociedades apreendem. Demora um pouco mas acontece. Aliás, as declarações de C Gomes no video acima dá uma palhinha do desgoverno "ilustrado" da tucanagem. Dale Tarso.
Impressionante.
Ontem ouvindo rádio, deparei com o Raul Pont (que ainda não explicou o caso Salazar) já contestando ações do Governo Yeda. Quem foi eleito afinal? Será que vamos ter novamente aquela tiurma que se reunia sábado pela manhã e decidia as ações do Governo Olivio?
Socorro. Daquela corja não saia nada que preste.
Cada reunião se transformava em dias e dias de quebra-pau no Estado.
Por que não te calas Rauzito?
Ou fales sobre o Salazar...
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