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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A direita transforma direitos em serviços comprados no mercado



Educação e saúde são direitos universais do ser humano, certo? Errado. Para os neoliberais e antidemocratas, como FHC e Serra, por exemplo, educação e saúde se transformam em serviços, que você pode comprar no mercado. Quem tem dinheiro, compra a melhor educação. Quem não tem dinheiro, que vá se moer ou aposte na loteria para ver se muda a sua vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

caros companheiros, entro nesta trincheira na tentativa de publicar meu manifesto que saiu originalmente no meu blog hospedado no Nassif (blog do humberto).
Obrigado pela vez.


Caro Nassif,

Tomo a liberdade de solicitar um destaque para este post, por achar que é o mais importante, o mais sincero e o mais significativo depoimento que faço aqui neste democratico espaço.
Ele antecipa o final da serie que voce nomeou como Historias da Ditadura.

Importante porque encerro um longo periodo de exilio.
Sincero porque é a voz da minha alma, da minha consciencia.
Significativo porque ele faz parte do conjunto de manifestaçoes de engajamento na luta pelo futuro do Brasil, vindo de diversas partes e setores da comunidade brasileira no apoio a eleiçao da Dilma.

MANIFESTO DE UM EXILADO

Hoje, dia 13 de outubro de 2010,na cidade de Montréal, Canada, tomei a decisao de abandonar o exilio.

Estou decidido a voltar para o Brasil atendendo uma convocaçao maior da nossa terra, da mae gentil, da patria amada: de lutar contra aqueles que querem assalta-la, utilizarando a votaçao do dia 31 para darem o golpe fatal, que pode caracterizar-se como o maior golpe, mascarado democratico, da historia brasileira, para concretizarem o maior roubo de todos os tempos.

O Brasil é a minha aldeia. Aldeia de milhoes de pessoas, de todas cores. Quero defende-la de corpo e alma. Cara a cara contra os aproveitadores entreguistas.
Quero enfrentar estes assaltantes, velhos conhecidos, bandidos internacionais de olho na maior riqueza do planeta.
O Pré-Sal é nosso.
Nao vamos entrega-lo de bandeja, cabisbaixo, como fizemos com a Vale do Rio Doce, outra maior riqueza mineral do planeta nas maos dos Tucanos e seus comparsas.

O bandido-mor Serra pode até levar no tapetao, dia 31, Mas precisamos encurrala-lo em Brasilia, para arrancar-lhe a faixa presidencial do peito. Na marra.
Vamos coloca-lo no seu devido lugar: atras das grades.

Bandido nao usa faixa presidencial.

Nao acredito mais em Tribunais Judiciais, nao confio na imprensa, tenho nojo de partidos politicos golpistas.

Nao sou paranoico, sou um sobrevivente da Ditadura. Tenho 61 anos, 21 anos de exilio me fortaleceram, aprimoraram minhas celulas guerreiras para lutar.

No inicio do meu exilio no Canada,ao ser reconhecido como Refugiado Politico se abriram claramente duas portas: uma da integraçao e assimilaçao a uma cultura baseada no individualismo primordial, do consumismo insaciavel,da submissao e aceitaçao total, inquestionavel do mercado,do "status quo" afagada pela acomodaçao e facilidades burguesas do "primeiro mundo".

Porta facil, de abertura ampla. Bastava mergulhar cegamente e negar minhas proprias origens. Esquecer o Brasil, achar o inverno glacial "lindo maravilhoso". Simples.
O retorno para o Brasil se tornaria um Mito. O eterno mito do retorno.
E eu seria mais uma peça nesta engrenagem. Descartavel.
(desejo boa sorte para os compatriotas que conheci e que escolheram esta opçao e votarao no Serra, como fizeram no dia 03 passado).

Minha porta era outra. Mais estreita. Dificil, mas aberta aos passageiros do tempo, com entrada e tempo de saida definidas, periodo de transiçao entre o estigma de persequido,refugiado ameaçado, torturado e a liberdade plena de ir e vir.
De pensar e agir sem repressoes. Andar sem olhar pra tras. Terapia de perdoar meus torturadores. Nao querer vingança.
Tempo em que é preciso ficar vigilante para nao se corromper, se prostituir.
Vender sua alma as tentaçoes diarias.
Nao se permitir acumular coisas materiais, criar raizes que impeçam o voo de volta.
Tempo para aprender que o exilio se torna necessario para poder voltar.
Sem as amarras do " sonho americano".

Aumentando a esperança como alimento do sonho de um dia voltar para o Brasil.

Este dia chegou.

Me dou de corpo e alma a esta nova causa, talvez a ultima da minha vida.


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