Leitor deste blog me telefona. Semana passada foi procurado por repórter de um veículo da RBS. Entrevista longa, mais de três horas de conversas, fotografias, relatos, fotografias, histórias. O objeto do repórter é a relação do entrevistado com a futura presidenta, Dilma Rousseff. Trabalharam juntos, amigos de longa data, ambos foram presos políticos, compartilham até hoje dos mesmos ideais políticos e tal e coisa.
Ao fim e ao cabo da entrevista o repórter vira-se para o entrevistado (que não o conhecia até três horas antes) e pede-lhe um emprego para a mulher dele, ela está desempregada, sabe como é doutor...
Passado o pasmo, mas ainda pálido, o entrevistado disse que não sabe como é.
...............................
Assim se formaram - durante a ditadura - e se formam até hoje, as teias de relações invisíveis (e perigosas) da mal denominada "classe política" com os pequenos agentes da mídia empresarial brasileira. Um estudo sociológico interessante seria o exame das cadernetas de telefones de produtores de programas de rádio e TV e de repórteres e editores dos grandes jornais. A partir destas cadernetas - todas certamente cabeludíssimas ou felpudíssimas - se revelaria o segredo de todo o atavismo das nossas "minorias brancas" (no dizer do liberal Claudio Lembo).
Um exemplo empírico da genial categoria buarqueana da ética do "brasileiro cordial".
8 comentários:
Revoltante, assim como o foi, na pseudo entrevista de quatro jornalistas com José Dirceu, quando um deles pergunta, no fim, quando o entrevistado não tinha mais como responder: "é verdade que vocês vão invadir o Sítio do Picapau Amarelo?", ou algo assim. Pode?
O "rapaz" foi ao pote (errado) com muita pressa, e mais direto do que goela de sapo! Queimou os beiços ... Logo onde ele foi tentar amarrar a égua! Mas isso mostra a que ponto chegamos, em matéria de fisiologismo/clientelismo, na área da grande mídia. Antigamente quem se comportava dessa maneira eram as pessoas muito simples, analfabetos funcionais, que eram incentivados a agirem desse jeito pelos políticos tradicionais. Na estufa do PiG não se faz mais jornalistas vertebrados ...
Se passar o bisturi nas contas de certos 'jornalistas especiais', vai cair o queixo de muita gente; notem que nenhum deles falam mal das grandes empresas, só elogios.
Rindo aqui, pq nem dá pra lamentar. Acontece em todos os níveis, todos os escalões, e ao que parece, há muuuuuitos anos ( até eu já vivi situações semelhantes, várias vezes!). É melhor que se preparem, essa é uma situação que há de perdurar por 4 longos anos...
Diga-me que nomes tens na tua agenda que te direi com quem teus parentes trabalham.
Voltando à entrevista ao Roda Viva, mas, também, não fugindo ao objeto deste "post", logo após o programa o Augusto Nunes publicou na Veja "on-line" um texto exculhambando o Dirceu. Covardia é pouco. Tudo o que ele poderia ter dito, não disse, quando esteve cara a cara como o "homem". Então, esté explicada a atitude do jornalista referido. Uma vez que o Nunes é referência no meio "jornalístico".
Aquele programa, muito mais do q a entrevista com o Dirceu e independentemente da simpatia ou ñ q se possa ter com relação ao entrevistado, foi o retrato do estado de indigência em q se encontra a mídia.
A cereja do bolo foi colocada por aquele tipo de óculos q perguntou ao Dirceu, entre e gestos e afetações, por q ñ surgia uma outra imprensa para contrapor-se a essa q está aí. O cara trabalha na mídia e ñ sabe por que ñ surge????!!!!
O Dirceu apelou várias vezes para q eles lessem o processo. Mas por q eles vão preocupar-se com filigranas jurídicas, se do alto de sua estupidez podem julgar, condenar e executar?
Eugênio
A Propósito, o senhor poderia me informar o telefone da fonte? Preciso desesperadamente de um emprego de Ministro.Na verdade me contentaria como secretário de Estado.Tá bem,algum cargo de direção de estatal também serve.Pensando melhor,cargo no segundo escalão não é ruim.Dê-me o contato por favor deste senhor amigo da comedora de criancinhas.
Postar um comentário