O marqueteiro da campanha de Dilma, João Santana, deu entrevista à Folha, edição de hoje, domingo. Uma entrevista interessante, com observações agudas, inteligentes e politizadas, como parece ser o baiano.
Eu concordo inteiramente quando ele diz que o caso Erenice é que mais contribuiu para o segundo turno. O marqueteiro só veio consolidar minha convicção quanto à senhora Erenice e seu papel desagregador e deletério na Casa Civil. É de pasmar saber que uma pessoa com mentalidade lúmpen tenha sido alçada a cargo tão relevante.
Santana diz o seguinte: "As questões do aborto e da suposta blasfêmia foram apenas vírgulas que ajudaram a nos levar para o segundo turno. Repito, apenas vírgulas. O caso Erenice foi o mais decisivo porque atuou, negativamente, de forma dupla: reacendeu a lembrança do mensalão e implodiu, temporariamente, a moldura mais simbólica que estávamos construindo da competência de Dilma, no caso, a Casa Civil. Por motivos óbvios, vínhamos ressaltando, com grande ênfase, a importância da Casa Civil. Na cabeça das pessoas, a Casa Civil estava se transformando numa espécie de gabinete paralelo da Presidência. E o escândalo Erenice abalou, justamente, esse alicerce".
Outro ponto que chama a atenção da entrevista de João Santana é o alerta que ele faz: "Não subestimem Dilma". E emenda: "Esse alerta vale tanto para opositores como para apoiadores da nova presidente".
Já se vê que o marqueteiro teve oportunidade de conhecer melhor a futura presidenta e saber que se trata de uma pessoa de grandes qualidades intelectuais e políticas, de refinamento cultural e artístico, de ótimo humor (que só cessa diante da preguiça, da má fé e da esperteza alheia), de grande capacidade de trabalho, especialmente frente à adversidade, e de enorme senso humanitário.
Leia a entrevista de João Santana, na íntegra, aqui.
Foto de Roberto Stuckert: Dilma, Santana e Sapo Barbudo.
Foto de Roberto Stuckert: Dilma, Santana e Sapo Barbudo.
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