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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O príncipe-e-farol que lambe chocolate para não dividir com ninguém
Fernando Henrique Cardoso, o professor Cardoso, o príncipe dos sociólogos, o Farol de Alexandria, o sujeito mais vaidoso que caminha sob o sol, o grande parlapatão brasileiro (o senador Pedro Simon é um mero parlapatinho). Um cara que lambia o chocolate para não ter que dividí-lo com os próprios filhos e a mulher Ruth, segundo ele mesmo admitiu, entre o jocoso e o tolinho.
Pois, o professor Cardoso acaba de ser derrotado pela terceira e consecutiva volta, talvez, quarta, se computarmos o índice de popularidade com o qual se despediu do poder planaltino em janeiro de 2003, nada além de 23%, nível inferior à popularidade da governadora Yeda no Rio Grande do Sul, para vocês terem uma pálida ideia do rechaço popular ao Farol.
O jornalista João Moreira Sales fez uma reportagem com o príncipe, quando dona Ruth ainda era viva. O texto memorável foi publicado na revista Piauí (edição nº 11, de agosto/2007), e pode ser lido aqui. Vale a pena a leitura atenta. A seguir transcrevo o trecho final da reportagem com o grande parlapatão:
[...] À noite, amigos convidam a família Cardoso para um show de flamenco. A mesa é colada ao palco. A cada arranco do dançarino, que bate furiosamente os pés no chão, o presidente recua na cadeira, assustado.
Para o último jantar de FHC em Madri, no dia seguinte, ele, dona Ruth, Julia e um casal de amigos vão a um restaurante simplíssimo, quase um botequim. Oito mesas, se tanto. O ex-presidente vai direto para a cozinha e volta feliz: "Ganhei quatro votos", anuncia. As paredes são cobertas de fotografias - toureiros, políticos, o príncipe das Astúrias. "Vou ver as fotos", diz, e levanta de novo. Chegam croquetes, morcela, aspargos, queijo. Ele se farta. "A Ruth tinha essa educação comunista com os filhos, essa história de dividir tudo, inclusive a comida boa que de vez em quando eu trazia pra casa. Depois de um tempo, passei a lamber o chocolate na frente deles, pra ninguém meter a mão." "O camembert ele escondia no armário", confirma Ruth Cardoso. De sobremesa, Fernando Henrique derruba um prato de arroz-doce e se encanta quando descobre que ali servem rabanada também. Come rabanada a valer. Ao saber quem é o cliente, dono e funcionários do restaurante pedem fotos. FHC volta à minúscula cozinha e, junto do forno, posa com quatro empregados, todos com cara de mexicano. "Pronto, agora consolidei o voto", comemora. Alguém comenta: "Consolidou. No México".
Ruth Cardoso registra tudo, sem dar muita atenção. Se há alguém que não cai nos números do marido, é ela. Conta de uma viagem a Buenos Aires, quando passeavam pelo bairro da Recoleta e foram reconhecidos por um ônibus de turistas brasileiros. Confusão instalada, desceram todos e começaram a bater fotos. O sorriso de FHC se abre feito uma cortina. "Olha só pra ele", alfineta Ruth Cardoso. "Deviam ser todos petistas, Fernando, e você não passava de atração turística." Ele não se dá por vencido: "Em restaurantes de Buenos Aires eu sou aplaudido quando entro. É que eu traí os interesses da pátria, então lá eles me adoram". A neta Julia balança a cabeça: "Como é que ele diz essas barbaridades...".
Fotografia de Zeca Wittner/AE, pescada na revista CartaCapital desta semana, onde ilustra muito bem um artigo demolidor de Mino Carta contra o príncipe-e-farol.
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5 comentários:
Impagável!
Eu já tinha um profundo desprezo por este homem,depois desta então...
abjeto
O que me impressiona mais é o fato de Ruth ter sido esposa do coiso. Fui seu aluno na USP, e realmente elar era brilhante, inclusive diziam que ela tinha escrito o "doutorado" do ex-Cardoso. Aliás, na barbearia da USP se comentava os diabos do Cardoso. Pena que não anotei nada, pois achava que ele era nada, aliás, estava certo, pois o Cardoso é nada.
armando do prado
O Farol é nojento! Parabéns pelo blog, muita qualidade e sempre atualizado!!! Acabou de ir pro rol dos meus Favoritos.
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