Governadora Yeda, semana passada, concedeu reajuste de 66% para o Reitor e Pró-Reitores
Em assembleia geral realizada na noite desta sexta-feira, 26, na sede estadual do Sinpro/RS, os professores da Uergs decidiram entrar em greve a partir de hoje, segunda-feira 29/3.
As principais reivindicações dos professores são:
1) Contratação dos 21 docentes cujos concursos já foram homologados pelo CONSUN desde janeiro.
2) Autorização para a reposição de 116 docentes que deixaram a Universidade.
3) Reajuste de 9,92% + 15% de gratificação para todos os docentes até a aprovação do plano de carreira.
4) Cumprimento integral do termo de compromisso assinado com o CEEd (Conselho de Educação).
A Universidade possui 3.300 alunos e apenas 90 professores para atendê-los em condições estruturais precárias. Conforme relatos da categoria durante a assembleia existem unidades, como Tapes, que há mais de uma semana sequer existe abastecimento de água. A principal queixa dos docentes é a falta de professores que está inviabilizando a Instituição.
Na próxima segunda-feira 29 de março os alunos das unidades da UERGS de Porto Alegre e Novo Hamburgo terão aula na Praça da Matriz a partir das 10 horas, como parte da mobilização dos professores. As outras unidades da UERGS no interior do estado também estarão mobilizadas.
Na próxima quarta-feira, 31 de março, será realizada nova assembleia no auditório do Sinpro/RS (Av. João Pessoa, 919), às 18 horas, para avaliar a mobilização e decidir sobre a continuidade da greve.
A rigor, a Uergs está em vias de fechar as portas. O descaso do Governo do Estado nos últimos anos - gestão Rigotto e Yeda - levou a Universidade a uma situação de inviabilidade técnica, impedindo que a mesma cumpra seu objetivo, que é o de ofertar educação superior gratuita, fomentando o desenvolvimento regional e a inclusão social.
A ponta mais visível desta crise é a falta de professores nas unidades. A previsão para funcionamento adequado da Instituição seria de no mínimo 300 docentes.
As condições de funcionamento das unidades são extremamente precárias. Falta de laboratórios, água, luz, manutenção, acesso à Internet, bibliotecas e segurança reflete a ausência de investimentos e a incapacidade de gestão da atual Reitoria.
A precariedade de infra-estrutura e condições de trabalho levou o Conselho Estadual de Educação (Ceed/RS) a não reconhecer os diplomas emitidos pela Uergs até que a Universidade se comprometesse a sanar as irregularidades apresentadas. O Termo de Compromisso assinado pela Reitoria, Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ceed/RS está sendo descumprido menos de dois meses após sua assinatura, o que coloca em risco, novamente, o reconhecimento dos cursos e consequentemente a emissão de diplomas.
2 comentários:
Fico estarrecida quando percebo que a educação - que sempre entendo como sendo estratégica para o desenvolvimento de fato - está indo cada vez pior. Isso é mais grave ainda nos estabelecimentos estaduais. Na UERJ, um professor substituto (que normalmente tem ao menos mestrado), para lecionar uma disciplina, ganha menos que um bolsista de iniciação científica cursando graduação ganha. Ou seja: menos que 350 reais mensais.
Conheço também a realidade da UERGS e sei que está sendo escamoteada nos últimos governos...
Haja fôlego!
Em Santana do Livramento, a campanha publicitária para o vestibular da UERGS limitou-se a um cartaz na frente da Universidade e alguns outros colados nas lotéricas. Durante o ano ninguém ouve ninguém falando sobre os cursos da UERGS, nem de formatura, nem de atividade qualquer da universidade. Como se ela não existisse. Se a propaganda é a alma do negócio, a UERGS não tem alma, não tem professores, não tem alunos e cada vez menos cursos. Já está fechada antes de fechar... É o que quer o Governo do Estado. Tem nove meses para isso.
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