Ato falho da Abelhinha: "parece coisa de literatura..."
A vida do jovem Eliseu Pompeu Gomes, apontado como suspeito da morte do ex-secretário de Fogaça, está valendo menos que um palito de fósforo queimado, depois do julgamento sumaríssimo a que está sendo submetido pela mídia guasca. Para a imprensa amiga ele não é suspeito, é o assassino, mesmo sem ter nenhum antecedente criminal.
Entrementes, sabe-se que a Polícia Federal prossegue nas diligências e investigações da Operação Pathos, que já constatou o desvio de 9 milhões de reais dos cofres municipais de Porto Alegre, com suspeita de implicações na secretaria de Saúde, cujo titular até sexta-feira passada, quando foi morto na via pública, se chamava Eliseu Santos.
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Um dos motivos de a governadora Yeda tentar a reeleição é precisamente este: manter ativa e operante a sua autoridade institucional na máquina do estado.
Não se diz que o governante em fim de mandato bebe cafezinho frio?
Pois o café de Yeda continua pelando, bem como continuam aquecidos os elementos de autoridade que o mandato lhe confere. Caso ela não fosse candidata em 2010, quem garantiria essa disposição, presteza e capacidade de criação literária (como diz a Abelhinha) da nossa Polícia Civil?
Fogaça, agora, está em dívida com Yeda. A conta discriminada chega em breve.
Ato falho (em alemão Fehlleistung) foi tratado por Freud em 1901 no seu livro "Sobre a psicopatologia do cotidiano" (li na Wiki).
Quando a Abelhinha fala em literatura e tal, não o faz por encontrar somente coincidência nos nomes do suspeito e da vítima, isso é secundário, mas sim por deixar aflorar o que lhe passa no inconsciente.
No fundo marrom do seu pequeno ser melífluo, ela admite (sintomaticamente) que tudo não passa de uma farsa tramada - uma ficção literária, pois - para embaralhar a verdade sobre a morte do ex-secretário de Fogaça.
A propósito do tema, curta "Deus lhe pague", com Chico Buarque:
Chico Buarque - Deus lhe Pague | ||
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7 comentários:
Brilhante.
Triste estado este nosso, onde o terror de estado é aclamado como solução, e onde a justiça se move por interesses particulares
Ninguém está dizendo que Eliseu é assassino, estão dizendo que ele participou do crime e existe uma prova cabal contra ele. Tão cabal como a do Arruda. Um exame de DNA. Rélpis, este blog precisa, com urgência, de doses prolongadas de "amansa burro". Nelson Budapeste
Existem outros Eliseus envolvidos em falcatruas? he he he....
Não PArece armaDILHA?
Ambos eliseus nasceram em famílias evangélicas.
Em sentido metafórico, um eliseu matando outro eliseu não deixa de ser suicídio, não é?
Mais respeito: o ínclito deputado Eliseu Padilha é agora o presidente da Comissão de Constituição e Justiça. A mais importante da câmara baixa.
(Por favor, não riam.....)
Atenção para mais esta pérola do "jornalismo" praticado na Zero Hora. Na edição de hoje há uma matéria que termina, literalmente, assim:
"Já não havia mais dúvida. O homem que matou Eliseu Santos era Eliseu Pompeu Gomes."
Como assim? Não eram 3 "ladrões de carro"? O exame de DNA não provava apenas que esse indivíduo estava presente no local? Por acaso se sabe se esse rapaz estava armado? Se estava armado, ele atirou? Se estava armado e atirou, foi dele o tiro que matou o ex-vice-prefeito? Para a Zero Hora, nada disso interessa. O jornal já decretou que "o homem que matou Eliseu Santos era Eliseu Pompeu Gomes". Na hipótese improvável desse rapaz aparecer vivo ele tem que contratar um bom advogado na área cível, para postular uma boa indenização da RBS ...
Carlos
Vou repetir aqui o comentário que deixei no RS URGENTE: "Pode não ter sido uma execução, poderia não passar de um assalto mal sucedido. Contudo, há coisas para se pensar. A Toyotta disparou um recall mundial no Corolla. Então, como poder-se-ia admitir que trocasem dois Vectras na mão por um Corolla ocupado? Divulgou-se que não houve anúncio de assalto, confirmado pela esposa da vítima. Mais, Eliseu teria atirado primeiro. E se atirou primeiro não reagiu. E se não anunciaram assalto e simplesmente revidaram os tiros (10!) de Eliseu? Por que praticar uma tentativa de furto com carro já ocupado, num lugar supermovimentado? Nem vou entrar no mérito da Santo Eliseu, como quer a RBS e seus ex-funcionários na política, mas que tinha delegado mais ocupado nos microfones do que na investiação, ah isso tinha. Aí precisou uma promotora decretar sigilo… Parodiando a Zero Hora no episódio do sem-terra assassinado pela PM, o candidato Fogaça já tem seu mártir… e ele era um Santos!"
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