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segunda-feira, 1 de março de 2010

Guerra lúmpen no Rio Grande do Sul




Está sendo construída uma versão apolítica e inodora para a morte violenta do secretário de Fogaça

No sábado ainda, horas depois do assassinato do secretário da Saúde do prefeito José Fogaça, Marcelo Rech, diretor-geral de produto do grupo RBS escrevia em Zero Hora que Eliseu Santos foi um "semeador de tempestades". E perguntava: "Quem são os executores? Quem mandou matar?"

Hoje, segunda-feira, o jornalista Humberto Trezzi escreve, na página 35 de ZH, em tom falsamente queixoso que "são tantas as informações que conspiram contra a tese de atentado que fica difícil resumir em tão pouco espaço".

Há, portanto, uma guinada no tratamento midiático do chamado caso Eliseu. A espontaneidade das primeiras horas cede espaço para um tratamento editorial que visa esvaziá-lo de conteúdos políticos ou que envolvam interesses relativos ao submundo das disputas licitatórias, ligações com o caso Pathos, o recentíssimo depoimento da vítima à Polícia Federal que apura suspeitas de corrupção na prefeitura de Porto Alegre, ameaças de morte recebidas reiteradas vezes pelo secretário, etc.

É de estranhar uma informação dada pelo próprio jornal da RBS, o fato de o prefeito José Fogaça ter permanecido cerca de dez longas horas junto ao caixão do seu ex-subordinado, no velório realizado na Assembléia Legislativa estadual.

Especialmente quando se sabe que Fogaça não chega a permanecer dez horas por semana no seu gabinete do Paço Municipal de Porto Alegre, haja vista a sua manifesta inapetência para atos administrativos ou que exijam esforços físicos prolongados como viagens, velórios e inspeções burocráticas de rotina.

Isso revela que Fogaça está vivendo momentos de grande tensão e expectativa pelos desdobramentos que o "caso Eliseu" pode desencadear.

A morte do secretário de Fogaça está certamente no centro dos novos requerimentos de disputa política inaugurada pela direita guasca, desde o advento do yedo-tucano-peemedebismo no estado, onde grupos de lúmpens ascensionais e "politizados" sentem-se em casa e à vontade para imporem seus métodos heterodoxos e sem limites morais.

A versão de latrocínio - não se estranhe se prevalecer finalmente a versão de abigeato, por mais punk que possa parecer - é o caminho mais curto para pendurar um novo esqueleto no armário da direita sulina. Pode não ser inodoro, mas é apolítico, sim.

Aliás, no Rio Grande, hoje, depois do pântano yedista, quem está preocupado com mau cheiro?

7 comentários:

Anônimo disse...

Época do Liquida Porto Alegre

Alberto Bilac disse...

Caros do blog,

Começou hoje a série: A Idade das Trevas - uma radiografia detalhada do ruinoso governo e FHC, em meu humilde blog Terra Goyazes! No ar e na rede, o primeiro capítulo: A Precarização do Estado. No endereço: http://terragoyazes.zip.net

Anônimo disse...

Foi morte NÃO seguida de assalto.
Uma nova categoria criminal será anunciada: o a-oinícortal.
Uma ocasião tive a oportunidade de conversar com membro do alto escalão do governo Simon.
Confessou-me que a Secretaria da Segurança era uma "caixa preta", na qual se nomeava o camarada com "transito entre os grupos, panelinhas e quadrilhas" que vicejavam lá dentro, mas que nenhum partido realmente conseguia mexer nas coisas lá dentro.
Dava para entender, era o primeiro governo depois da ARENA, mas hoje se vê que a sociedade foi muito acomodada e acovardada em lidar com sua polícia.
Quem vai fazer campanha falando em destampar esse esgoto e detonar com a bandidagem com estabilidade e sacudir o pessoal acomodado em suas zonas de conforto ?

elektrofossile disse...

Digo mais, Anônimo das 10h19

O único Governo de Estado que mexeu fundo na estrutura da Segurança Pública, encaminhando sua unificação, fechando cabides de emprego e, até, fechando o Colégio Tiradentes, foi o Bisol - Olívio.

A reação do stablishment foi violenta!

Roubo? E não levaram a pistola que o Secretário descarregou num deles? Que assaltantes incompetentes!

Tá aparecendo corpo baleado abandonado em matagal às pencas. Tentando disfarçar?

Sr. blogueiro. Qual assassinato não é violento?

Anônimo disse...

Me chamou a atenção a presença, ao lado do Fogaça, quando falava do homicídio para a RBS TTV, do Delegado Alexandre Vieira. Será seu novo assessor? Alô Polícia Federal, socorro!!!!

Milton Ribeiro disse...

Incrível, incrível.

É óbvio que há relação com as licitações... Não dizem que ele era um grande propineiro? Li até que ele tinha tabela de preços!

Anônimo disse...

Assalto ???? só se for a nossa inteligencia . . . pouco a pouco esta sendo afanada . . .

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