Hoje, o controle de gastos com a Copa é quase nulo
O Brasil enfrentará desafios estruturais para a realização da Copa do Mundo de 2014. De acordo com o geógrafo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Christopher Gaffney, o país caminha para a construção de elefantes brancos e demonstra falta de planejamento e de transparência nos gastos públicos. As informações constam de estudo apresentado hoje (23), durante o Fórum Social Urbano (FSU). A informação é da Agência Brasil.
Segundo a pesquisa, não há controle nos gastos com a construção ou a recuperação de estádios das 12 cidades que receberão as competições. Ainda de acordo com o pesquisador, como o governo não conseguiu apoio da iniciativa privada para construção das arenas, que devem ter capacidade para 50 mil pessoas, fará aportes por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que destina R$ 4,8 bilhões para Copa do Mundo, sendo R$ 400 mil para cada município.
Gaffney disse também que a aplicação de dinheiro não conta com mecanismos de acompanhamento social e os orçamentos para reforma de três arenas foram extrapolados em menos de nove meses. Como exemplo, a pesquisa cita o Maracanã, no Rio, cujo orçamento inicial passou de R$ 500 milhões para R$ 600 milhões de 2009 para 2010, o Estádio do Morumbi, em São Paulo, que passou de R$ 136 milhões para R$ 240 milhões e do Estádio da Fonte Nova, em Salvador, de R$ 400 milhões para R$ 591 milhões.
O estudo questiona ainda o retorno dos investimentos governamentais na Copa, que também incluem infraestrutura urbana, transporte e benefícios fiscais. Gaffney estima que apenas para o retorno dos gastos com os estádios a ocupação das arenas deverá ser quadruplicada em relação a atual, embora os torcedores devam pagar mais pelos ingressos. Os preços passarão de R$ 20 e R$ 30 para R$ 45 e R$ 60.
“Vai ter que arranjar torcedor disposto a pagar o dobro. Isso porque têm cidades do Norte e Nordeste que não tem tradição futebolística para lotar os estádios, como foi dito aqui e isso vai ser difícil depois da Copa. Ou seja, esses estádios devem acabar se tornando uma coisa que a gente conhece bem: os elefantes brancos”, afirmou o geógrafo, em referência a obras sem função social, com elevado custo de manutenção.
A pesquisa da UFF também chama atenção para o deslocamento dos torcedores no país durante a competição e alerta para o desafio da implementação de melhorias no transporte. “Não há uma estrutura ferroviária ligando o país e o próprio presidente da CBF reconheceu que o problema para a Copa são os aeroportos”, afirmou. Segundo o geógrafo, os R$ 6 bilhões anunciados pelo governo federal para os aeroportos são insuficientes.
5 comentários:
“Vai ter que arranjar torcedor disposto a pagar o dobro. Isso porque têm cidades do Norte e Nordeste que não tem tradição futebolística para lotar os estádios, como foi..,"
Apesar de concordar com 90% do texto, essa afirmação tira um pouco a credibilidade do rapaz, pois Recife e Salvador lotam os estadios tanto ou mais que as cidades do eixo sul/sudeste. Com relação à Manaus, ok. Por isso é um absurdo não terem escolhido Belem que tem tradição futebolistica.
Não gosto de futebol.
Mas acho o Estádio Governador Octávio Mangabeira, a Fonte Nova, uma obra-prima da arquitetura e urbanismo mundial, por um mestre (Diógenes Rebouças, bahiano) apoiado em outro (Mario Leal Ferreira, gaúcho e soteropolitano por adoção).
Beira o genial.
Escrevi sobre o absurdo de derrubá-la para fazer de novo igualzinha aqui: http://ultimobaile.com/?p=1812
fique a vontade para reproduzir.
Kalamar,
não só tradição futebolistica. Belem é uma metropole cosmopolita há mais de 2 séculos, como só Salvador e Recife são. O que Manaus não é.
Hmmm, estamos ou não no país do futebol??
Senão um sério problema matemático, ou de ensino da matemática. Vamos resolver a equação:
Obras faraônicas
+
Diretores esportivos
+
Dinheiro público a rodo
+
Falta de planejamento
+
Ausência de monitoramento
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Falcatruas e roubalheira
Obs.: Onde "diretores esportivos" = políticos
A GATAFUNHADA sabe como dar Tratos à Bola!
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