Foi publicado na França este mês, mas poderia ter sido no Brasil. Os intelectuais farsantes – O triunfo midiático dos especialistas em mentira, do diretor do Instituto de Relações Internacionais e estratégicas e professor da Universidade de Paris VIII, Pascal Boniface, o livro retrata o tipo de “intelectual midiático” que prolifera pelo mundo afora e do qual nem a França, nem o Brasil ficaram excluídos.
A preocupação central dele não é com os que fazem análises equivocadas, mas com os que mentem deliberadamente para ganhar espaços midiáticos, a partir do qual se projetam como supostos “intelectuais” e ganham suposta “autoridade” para opinar sobre qualquer coisa. “São farsantes que fabricam a falsa moeda intelectual para garantir seu triunfo sobre o mercado da convicção”.
Como o fim justifica os meios, “a fronteira entre farsantes e mercenários não é clara”. Os que circulam pelas páginas econômicas articulam suas “verdades” com assessorias a setores empresariais. É um negocio redondo: publicam “preocupações” de empresas privadas – na verdade, seus “interesses” – depois de ter feito palestras e ouvido suas opiniões, de forma remunerada. Faz parte tácita do contrato, artigos defendendo os pontos de vista desses setores empresariais, como se fosse uma interpretação sobre os destinos e dilemas da economia do país.
Na primeira parte do livro, Boniface analisa o fenômeno e destaca alguns dos temas prioritários, como a defesa do Ocidente como defesa da democracia, Israel como ilha de civilização cercada de regimes totalitários que o querem destruir, o conceito de “islamofascismo”, o pânico do Islã.
Na segunda parte, ele analisa alguns personagens conspícuos, similares aos que temos no Brasil. O caso mais conhecido é o de Bernard-Henri Lévy: BHL (foto ao lado) é certamente o próprio modelo do farsante, o “mestre absoluto”, alguém que construiu sua carreira “manejando sem vergonha a mentira”.
Aqui nós conhecemos seus nomes ou pelo menos topamos em algum momento com suas caras, se zapeamos ao acaso pela televisão. Todos cabem na definição de Boniface, com suas carreiras perfeitamente enquadradas no conceito de “intelectual farsante”. (Um deles chegou até à Academia Brasileira de Letras.)
São exatamente o contrário do intelectual da esfera pública, aquele voltado para os grandes temas de interesse nacional e popular, oposto aos donos do poder, com abordagem alternativa e com linguagem acessível a todos.
Texto do professor Emir Sader, publicado no blog da editora Boitempo.
9 comentários:
Exatamente o que aconteceu ontem no programa Conversas Cruzadas, ancorado por um babaquinha que só fala do Japao. Mas o tema era uma "reportagem de ZH" em que o reporter do grupo faz um "comparacao" entre a ponte de Guaíba com a construída recentemente na China (com aqueles infograficos e tudo). O tal "reporter" comeca falando todo cheio de si. Rapaiz, quando chega a hora do cara do DNIT falar....! Bueno, desmoronou o programa. Sabem sensacao de caganeira sem ter pra onde correr?! Assim ficaram os do grupo. Foi impressionante a desconstrucao que o cara do DNIT fez da matéira, irretocavel, tao irretocavel que o programa acabeou sendo sobre generalidades da construcao civil.
Ex-professor Cardoso é um dos farsantes construidos pela mídia.
armando do prado
Eis um intelectual farsante: Emir Sader.
eeeeee
eeeeee
Eis um farsante metido a intelectual: Carlos Eduardo da Maia.
O Maia só fala isso por que o Prof. Emir Sader está todos os dias na Globo e escreve semanalmente na Veja; é realmente um intelectual midiático do tipo descrito no livro!
A mídia Gaúcha está cheia de Jornalistas "intelectuais" FARSANTES!!
E eis o farsante em estado puro: "Maia"... rsss
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