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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Mas não se mata cavalo? - perguntou a secretária de Yeda
A cavalgada dos desesperados
"Mas não se mata cavalo?" é um livro do escritor estadunidense Horace McCoy. "A noite dos desesperados" é o filme do diretor Sydney Pollack (1934-2008), adaptado em 1969 da excelente obra de McCoy. Os protagonistas são Robert e Gloria, interpretados por Michael Sarrazin e Jane Fonda, esta na flor fresca da tenra idade.
A ação passa-se durante a depressão de 30, um tempo de violência social e inferno existencial, e o argumento é o seguinte: se as pessoas são tratadas como animais, por que não se pode matá-las impunemente, como se faz com os cavalos? Robert e Gloria tentaram a vida - sem êxito - em Hollywood. Agora, querem vencer um concurso estúpido para ver quem ganha a maratona de dança de salão por horas a fio (não lembra o BBB da Globo?), em troca de alguma miserável e incerta pecúnia.
McCoy escreve bem, seco, objetivo, implacável. Há um assassinato na trama (não vou revelar por motivos óbvios), mas o escritor encara como se fora um dever moral do assassino, algo na linha de Camus, ao encarar o suicídio.
O livro de McCoy pode ilustrar o atual ambiente político-cultural do Rio Grande do Sul: pesado, cínico, acanalhado... e onde se matam cavalos para ostentação de caprichos fúteis e cultura mamarracha.
A chamada "Cavalgada do Mar" de 2010 teve como protagonista a atual secretária de Cultura do governo Yeda. Resume-se a uma corrida inútil na beira do mar sob um sol de 50 graus e sobre cavalos montados por homens e mulheres urbanos mas que querem parecer rurais, em nome de delirantes tradições inventadas.
Uma "noite dos desesperados" sob um calor de matar cavalos.
Para quê?
Para nada!
PS: O livro foi editado originalmente pela Editora Globo, de Porto Alegre. Tradução de Érico Veríssimo. Recentemente a editora L&PM reeditou a obra de McCoy. Fui verificar nos sebos, custa por volta de 5/10 reais. Tem 149 páginas. Leitura para sábado à tarde... com os cavalos desencilhados e à sombra.
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12 comentários:
Tá no Blog do Coalhada - vulgo Claudio Humberto
Agora, imaginem o "empenho" do Grupo?
25/02/2010 | 00:00
Senadora Ana Amélia
Competente e respeitada, a jornalista gaúcha Ana Amélia Lemos, da RBS e jornal Zero Hora, é pré-candidata ao Senado pelo PP-RS
aí pessoal: tomei 2 envelopes de Alka-Seltzer, antes de entrar no Blog do Coalhada)
Esse negócio de Anitas (!?!?) me lembra essas "tradições" texanas em território roubado, como as "Daughters of the Alamo", geralmente umas esposas e filhas de empresários e políticos da pior espécie.
Não vejo a hora da Ana Amélia no Senado. Pelo menos, some do jornal e da TV.
E terá o mesmo destino do Zambiasi, Mendes Ribeiro e outros.
Lá, fará menos mal ao RGS.
(E que leve o Lasier, também)
Entre alguns amigos temos uma expressão que define essas pessoas como "ginetes de apartamento" nunca sequer viram um cavalo, mas em determinadas épocas se transformam, se embriagam de gauchismos. Ainda temos a violência contra esses animais e a sujeira por onde passam. Se os cães não podem passear na praia (com o que concordo plenamente), por que os cavalos deveriam? É muita hipocresia em um reino só!
Pois é, enquanto isto no Rio de Janeiro colocam-se pedras pontiagudas para que os indigentes durmam nas ruas.
Por outro lado destinam-se espaços de lazer para os cães das dondocas e "patricinhos".
Então não são só os indigentes? As crianças vão perder as praças para dar espaço para os fetiches de uma sociedade em franca decomposição.
Claudio Dode
Sabe, pessoal, há horas que venho cismando com essa "cavalgada". Então, aqui na minha casinha em Capão, passei a me reunir com os meus vizinhos para observar a passagem dos milhares de cavalos à beira-mar. Já vi 3 vezes, e a partir da segunda vez comecei a contar os cavalos. Foi ano passado, e havia 720 cavalos. Umas 3 ou 4 carroças, mais ou menos com umas 4 pessoas cada. Quando passou, fiquei esperando o resto. E fiquei, e fiquei, e nada. Hoje, dia 25 de fevereiro, contei novamente. Havia 530 cavalos e 3 ou 4 carroças. Ou seja, diminuiu. Meus vizinhos ficaram pasmos. Quinhentos cavalos é 1/8 do que está sendo alardeado pela imprensa. O "líder" dessa empreitada declarou que este ano havia 4 mil cavaleiros, e que esse evento já era o segundo maior do estado.
Estou esperando a passagem dos restantes 3.500 cavalos até agora.
Bem feito, quem manda acreditar em uma imprensa vendida que tem interesses escusos até na previsão do tempo?
Como para que, para agradar aos tradicionalistas direitosos, direita guasca!!!
Fazendo isto querem adular seus eleitores mais para o lado da fronteira, estancieiros, seus latifundiários queridos!
Seu Cristóvão!
Licença?
Obrigado pela intervenção em nosso cafofo. A correção já está feita.
Abraços!
Eu vi essa adptação pro filme.
Emocionante.
Abraço no blog
Realmente, cavalgada à beira-mar é mais uma dessas esquisitices que só nós, gaúchos, podemos inventar.
E depois a gente não sabe porque o resto do Brasil tira sarro da nossa cara...
Estupendo.
Além da cocozada na beira da praia, agora até os pobres dos cavalos estão morrendo!
De dar dó tanta bobajada.
Cavalo não é camelo, prá andar na areia, sob um calor de 50 graus e carregando no lombo esta gente bem acima do peso que só querem ser fotografados, para aparecerem no "PIG"!!!
Cavalo não é camelo, para andar em areia pesada e escaldante, sob um sol de quase 50 graus, sem sombra e por vários quilometros! Os animais ainda carregam no lombo, indivíduos obesos, fazendo "caras e bocas" para as câmeras e lentes do PIG!!!! É difícil entender estes "gaúchos"!!!!!
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