O
primeiro-ministro da Itália, Mario Monti (foto), declarou dias atrás (3/2) que o emprego fixo acabou, e que os jovens tem que se habituar
a trocar de emprego ou até mesmo de país, se for o caso, para
exercer um trabalho novo e diferente.
"E
ademais, que monotonia! - exclamou Mario Monti. "É
muito mais bonito, mudar e aceitar novos desafios", diz o
primeiro-ministro, demonstrando um senso estético apurado com
relação ao emprego dos outros, ele que sempre foi um tecnocrata
empregado do banco de investimentos Goldman Sachs Group, um dos
grandes operadores mundiais na escalada de especulação de moedas e
papéis que motivaram a atual crise estrutural do capitalismo.
Ironicamente,
Monti, quando foi escolhido primeiro-ministro, por negociação do
ex-ministro Berlusconi e dos banqueiros credores da dívida italiana,
também foi empossado como Senador Vitalício da
Itália. Portanto, presume-se que quem detenha um cargo público,
vitalício e sem passar por eleição livre e popular, logo deve
estar preparado para comentar sobre o tédio do emprego fixo alheio.
Outro
dado curioso do nosso pândego Mario Monti: ele é patrono do
famigerado Museu Egipcio de Turim, uma vez que se diz admirador e
amante da arte antiga egípcia. Como se sabe, no século 19, vários
países europeus, especialmente a Inglaterra e a Itália,
subtrairam/roubaram grande parte do patrimônio cultural do Egito,
levando-o para os seus respectivos países, onde hoje expõem o
legado africano com a maior cara-de-pau, numa demonstração cabal e
comprovada do colonialismo de pilhagem e destruição que praticavam
há pouco mais de cem anos.
Um comentário:
A bem da verdade, não é de hoje que, com poucas e honrosas exceções, os governantes se transformaram em quase-gerentes dos negócios do grande capital privado.
Eles correm para lá e para cá em busca de novos mercados para as grandes empresas de seus países/territórios, sempre com a desculpa de que estão procurando preservar os empregos de seus conterrâneos.
Mas, no final das contas, esse corre-corre dos governantes visa mesmo é garantir o retorno (lucros) ao empresariado.
O que está acontecendo em alguns casos, como na Itália, é a supressão do intermediário (governante), que é substituído por alguém que se diz eminentemente técnico, talhado para conduzir o mesmo processo.
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