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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dilma reage rápido e desmonta "indignação" de militares recalcitrantes



Os presidentes dos Clubes Militares foram obrigados ontem a publicar uma nota desautorizando o texto do "manifesto interclubes" que criticava a presidente Dilma Rousseff por não censurar duas de suas ministras que defenderam a revogação da Lei da Anistia. Logo depois, porém, tanto o comunicado original como o desmentido foram retirados do site em que foram divulgados.
Dilma não gostou do teor da nota por não aceitar, segundo assessores do Planalto, qualquer tipo de desaprovação às atitudes da comandante suprema das Forças Armadas.

A presidente convocou o ministro
Celso Amorim (Defesa) para pedir explicações. Ele se reuniu com os comandantes das três Forças, que negociaram com os presidentes dos clubes da Marinha, Exército e Aeronáutica a "desautorização" da publicação do documento, divulgado no site do Clube Militar no dia 16, como revelou o Estado na terça-feira.

No dia seguinte, houve a reunião de 
Amorim com os comandantes das três Forças e uma conversa com a presidente. Paralelamente a essa movimentação, os comandantes telefonaram aos presidentes dos três clubes a fim de que a nota crítica a Dilma fosse suprimida.

Ontem, o "comunicado interclubes" foi retirado do site no início da tarde. Por volta das 16 horas, foi divulgado um outro texto, em que os presidentes desautorizavam o comunicado anterior. Esse desmentido, porém, não chegou a ficar meia hora no ar. O
Clube do Exército, para tentar encerrar a polêmica, retirou a nota e o desmentido, mas a celeuma já estava criada.

Apesar de terem sido obrigados a recuar e, com isso, não criar uma crise militar, os presidentes dos clubes não se conformam com as críticas que têm recebido e temem que a Comissão da Verdade só ouça um dos lados na hora de trabalhar.

Os presidentes dos clubes da Aeronáutica, brigadeiro 
Carlos de Almeida Baptista, e da Marinha, almirante Ricardo da Veiga Cabral, disseram que em momento algum quiseram criticar a presidente. Para eles, a nota foi uma "precipitação", no momento em que os principais assuntos para a categoria são a defasagem salarial e a necessidade de reaparelhamento das Forças.

O almirante 
Veiga Cabral, no entanto, classificou como "provocação" as falas das ministras das Mulheres, Eleonora Menicucci, e dos Direitos Humanos, Maria do RosárioEleonora, em seu discurso de posse no início do mês, teria tecido "críticas exacerbadas aos governos militares". Já Maria do Rosário teria incentivado, mais de uma vez, que pessoas que se considerassem atingidas por fatos ocorridos durante a ditadura poderiam ingressar com ações na Justiça.

"Não podemos ficar parados. É natural que haja uma reação porque não é possível ficarmos sendo desafiados de um lado e engolirmos sapo de outro. A vida é assim, a cada ação tem uma reação", comentou. O almirante ressalvou que embora os militares, mesmo na reserva, estejam sujeitos ao Estatuto dos Militares, "os clubes não estão subordinados ao Poder Executivo".

Depois de ressaltar também a "independência" dos Clubes Militares, lembrando que "não é o governo nem os comandos" que mandam na instituição, o brigadeiro 
Baptista endossou as palavras do almirante que "estranhou" as declarações das duas ministras.

"Não quero tocar fogo, mas não podemos admitir que queiram amordaçar os clubes. Não podem e não vão conseguir fazer isso", disse. A informação está no
Estadão de hoje.

5 comentários:

Unknown disse...

Paz e bem!

Parece que finalmente
os Presidentes dos Clubes Militares
estão sendo informados
que agora eles usam pijamas.

Precisou passarem 22 anos
das primeiras eleições diretas
para Presidente da República.

Anônimo disse...

Generais, Calem essa boca... parem de falar M...

Anônimo disse...

Regulamento pra cima deles.
Embora na reserva não deixaram de ser militares.
Se querem usar as prerrogativas que a lei lhes assegura, têm que responder por seus atos também na forma da lei.

Anônimo disse...

Eu penso que, se os militares que torturam e desapareceram com prisioneiros políticos acham que seus atos são plenamente justificados, devido ao contexto histórico em que nosso país e o mundo se encontravam, deveriam vir a público e se declarar: sim eu torturei, eu promovi o desaparecimento de presos cumpri ordens superiores e tenho orgulho disso, eu combati a subversão e o
comunismo, eu fiz um bem ao meu país. Deveriam fazer isto, em vez de se esconderem atrás das instituições armadas, jogando todos na vala comum da delinquência política.
Se foram homens para fazer o que fizeram, sejam homens para assumirem e aguentarem as consequências de seus atos. Chega de hipocrisia.

José Luís

Anônimo disse...

Eu penso que, se os militares que torturam e desapareceram com prisioneiros políticos acham que seus atos são plenamente justificados, devido ao contexto histórico em que nosso país e o mundo se encontravam, deveriam vir a público e se declarar: sim eu torturei, eu promovi o desaparecimento de presos cumpri ordens superiores e tenho orgulho disso, eu combati a subversão e o
comunismo, eu fiz um bem ao meu país. Deveriam fazer isto, em vez de se esconderem atrás das instituições armadas, jogando todos na vala comum da delinquência política.
Se foram homens para fazer o que fizeram, sejam homens para assumirem e aguentarem as consequências de seus atos. Chega de hipocrisia.

José Luís

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