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terça-feira, 24 de maio de 2011

“Palocci está liquidado politicamente”


Palocci não tem mais condições de ficar, dizem cientistas políticos


O chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, tem até o início de junho para explicar sua evolução patrimonial à Procuradoria Geral da República (PGR). Com base na justificativa, a Procuradoria decidirá se abre inquérito contra o ministro, como pediram partidos adversários do governo (PPS e DEM). A reação da PGR aos esclarecimentos será decisiva para o futuro de Palocci. Independentemente disso, no entanto, cientistas políticos acreditam que o enfraquecimento do ministro não tem volta e que ele já não reúne mais condições de permanecer no coração do governo.


“Palocci está liquidado politicamente. Está numa situação muito precária e indefensável”, diz Fabio Wanderley Reis, professor emérito de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para ele, é sintomático da fraqueza do chefe da Casa Civil, e da impossibilidade de continuar no núcleo da gestão Dilma Roussef sem prejudicar a presidenta, que o ministro tenha sido alvejado de forma contundente apenas quatro meses depois de assumir. “Essa tentativa de alegar confidencialidade é bizarra e insustentável. Por que não dizer quem são os clientes?”, questiona o professor.


Palocci é suspeito de enriquecimento ilícito por ter amealhado patrimônio milionário nos últimos anos. Sem ter salário suficiente, como deputado, para justificar a compra de um apartamento de R$ 6,6 milhões em São Paulo, o ministro afirma que ganhou dinheiro prestando consultoria econômica e financeira por intermédio da empresa Projeto, da qual é sócio com 99% das ações.


Adversários e até mesmo aliados do governo cobram de Palocci que abra o nome da clientela da Projeto, para afastar dúvidas sobre a empresa ser, na verdade, fachada para tráfico de influência. Ele argumenta, entretanto, que precisa preservar o nome dos clientes, pois seus contratos tinham cláusula de confidencialidade.


“Esse caso é muito forte. Um autoridade pública, como o ministro-chefe da Casa Civil, que exerce um um cargo estratégico como ele, não pode ter negócios secretos”, afirma o cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília (UnB). “Palocci já passa por um retraimento, o que é natural na situação dele, já está frágil no governo. E a oposição será contundente. Talvez ele não tenha como ficar”, completa.


Os partidos adversários do governo estão tentando convencer deputados e senadores aliados de Dilma Roussef a apoiar a abertura de CPI contra Palocci. Sozinha, a oposição não tem força suficiente para impor a investigação. Esse é um risco para o governo, que vinha endurecendo com aliados e criou insatisfeitos que agora podem querer dar o troco. “Obviamente, a oposição, que estava sem rumo e sem discurso, não vai entregar facilmente esse presente”, diz Fabio Wanderley.


Mas também há quem ache ser preciso esperar mais um pouco, antes de decretar o fim da linha para o chefe da Casa Civil. “Não estou convencido de que há uma crise incontornável”, afirma Fabiano Guilherme Santos, presidente da Associação Brasileira de Ciência Política. “É possível que existam elementos para enfraquecer o Palocci a ponto de ele não permanecer no governo. Por outro lado, não há nada, até agora, que indique que ele ultrapassou limites éticos e legais.”


Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Guilherme Santos acredita que, se tiver de substituir Palocci, Dilma ficará sem um auxliar com boa interlocução junto ao sistema financeiro, que não é fã do governo. Para Fabio Wanderley, se houver a troca, um bom palpite sobre o sucessor seria o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que tem experiência em negociar com o Congresso (foi deputado e ministro do Planejamento, pasta encarregada de administrar emendas parlamentares).


Artigo do jornalista André Barrocal, do portal Agência Carta Maior.

8 comentários:

zé bronquinha disse...

Palocci é o tipo de político que a direita se sente constrangida em atacar. Afinal de contas ele é um deles. Quando no PT era um pecado falar favorável a privatizações, ele, prefeito de Ribeirão Preto já estava privatizando. É médico por acaso. Seu negócio, além de intermediar interesses privados n o Estado, era de deter agestão, deste Lula, nos principais escaninhos da política econômica e administrativa do país. Acho, aliás, que ele e Dilma tem a mesma cara. Como a maioria do PT não são de squerda faz tempo!

Anônimo disse...

É Zé Bronquinha.
Petista ladrão agora é um deles.
Vai faltar gente pro PT. Que o último apague a luz.
Amigo

Anônimo disse...

Bahhh, coitado deve tá muito preocupado com isso. . . vai perder o salário de ministro e ter de voltar a dar consultorias. . . Pobre homem. . .

arkx disse...

rumo ao abismo?

precisamos mudar de caminho, precisamos de um novo recomeço.

a origem não se encontra atrás de nós, a origem está diante de nós.
.

Anônimo disse...

Para mim uma coisa é fazer o que é preciso ser feito para derrotar os adversários na luta pelo poder político, outra é ficar viciado neste jogo de cartas marcadas e ainda enriquecer pessoalmente com ele. A hipocrisia da oposição é igual ao cinismo do Palocci, sem dúvida. Mas como eu não voto na oposição e não jogo com ela, aceito com mais facilidade sua hipocrisia (da oposição)do que o cinismo daqueles do meu campo político que não sabem quando parar, que não estabelecem um limite mínimo aceitável e justificável politicamente. Seis milhões e seiscentos mil por um apartamento? Oitocentos e oitenta e dois mil por uma sala comercial? Que botasse esse dinheiro todo num paraíso fiscal e não o esfregasse na nossa cara: ostentação inútil e vergonhosa! Eu, e outros muitos melhores que eu, militantes de ontem e de hoje, sempre fiéis à causa, no seu canto, cheio de dificuldades para tocar a vida, temos que calar diante da riqueza do Tony Palocci porque se trata, talvez, de jogo da oposição para desestabilizar o governo popular da Dilma? Acho que não.

Anônimo disse...

Qual o verdadeiro problema do Palocci? Ser político ladrão? Fala sério. Vale mais saber sobre quais interesses navaga esta fritura.
Fernando Paim

Anônimo disse...

Ah! Sempre o Zé Dirceu e o Delúbio! As nossas Genis. Mas porque ninguém nunca lembra dos outros todos que se lambuzaram e até se elegeram com os recursos não contabilizados do companheiro Delúbio e seu Carequinha? Aqui no RS amado tem vários...
E quem mostra os apartamentos e salas de luxo compradas com "sobras de campanha" destes fazedores de malfeitos e amigos de más companhias afora a fazendinha do Delúbio e seus charutos cubanos.
Já o Palloci...
Pelo que me consta o Zé Dirceu nos deu a eleição do Lula em 2002, com seus métodos pragmáticos. E, lá no governo Lula, todos foram lépidos e faceiros se pendurar, sem questionar a grana. Pelo contrário, aproveitaram a oportunidade de aumentar o caixa.

Anônimo disse...

Caro Gauche. Meu comentário ficou sem sentido com a retirada do anterior que sugere a volta do Dirceu e do Delúbio.

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