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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?
domingo, 1 de maio de 2011
O beato assustador
Enfim, o canalha fundamental, o pai de todos os canalhas de nosso tempo: o beato-canalha
A Igreja cria, por um artifício de marketing santeiro, um ícone para representá-la na sua opção preferencial pelos ricos. O papa Woitila, o mais novo beato em trânsito para a santificação, é o estandarte-conceito da direção terrena da Igreja romana. Rumo acelerado à defesa do atraso e do regressismo. O beato Woitila é uma tentativa de paralisação do processo de decadência da evangelização urbi et orbi, representa uma guinada à direita, uma aposta no obscurantismo, e na manutenção do mandonismo dos mais ricos sobre os pobres - pela eternidade.
Os dirigentes hegemônicos da Igreja católica chapinham numa contradição antagônica insustentável, qual seja, continuam sendo o esteio de um mundo decaído através de dogmas e certezas risíveis em oposição aguda a uma realidade repleta de incertezas e prenhe de possibilidades criativas.
O circo místico acabou e se esqueceu de tombar.
Cristo – uma histórica formulação ético-moral edificante ou a sua representação religioso-cultural (como vocês quiserem) – deve estar ofendido nesta hora.
Não é para menos.
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P.S.: O que pensar dos que abandonam o Cristo fundador em nome da cobiça pelas moedas seculares de César?
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13 comentários:
"Cristo – ou a sua representação religioso-cultural – deve estar ofendido nesta hora".
Certamente!
Não é "opção preferencial pelos ricos".
É "opção preferencial pelos pobres, para que continuem pobres".
Um "Santo", que serviu a CIA e aos torturadores. Quantos massacres foram feitos com a benção deste aí?
A Igreja Romana sempre esteve ao lado dos poderosos.
Não esquecendo que este "Santo Papa", apoiou abertamente a chegada do corrupto e liberal sindicalista burocrata Lech Valessa a presidência da PolÔnia.
Sim, simplesmente canalha e enganador. Que o inferno lhe seja eterno.
armando do prado
Cristovao, gosto do seu blog e o leio frequentemente, porém as vezes acho que vc tenta enfeitar demais a sua escrita e acaba não dando certo, o que acho que aconteceu nesse post.
De toda forma, voltando pro assunto em questao, penso que considerar o papa um santo é coisa pra "inglês ver", seu maior comprometimento é para com a manutenção e administração da instituição igreja.
Isso é uma coisa, outra é.. canalha fundamental?
Eles defendem os interesses deles assim como qualquer outro chefe de estado e ceo de grandes instituições. São todos canalhas? O papa é mais canalha do que o resto? Por que? Enfim, nem tão lá, nem tão cá.
Abraço a todos.
Como agnóstico só posso dizer uma coisa: o grande trabalho de JP II foi ter ajudado a derrubar o muro de Berlim. E isso não é pouca coisa.
Bah. Pinochet, Nixon e Woitila. Que trio da pesada. Devem estar fazendo altas festas no purgatório.
Caro Sr. Maia, de fato, pelo que falam ele sabia manejar bem picaretas.
O pior é o estelionato do "nome" JP2.
Foram dois papas "modernizantes" João XXIII e Paulo VI e depois o que seria mais revolucionário, o JPI, que criou seu nome como homenagem aos outros dois. JPI morre "misteriosamente" e Woitila, ultraconservador "rouba" o nome do antecessor para fazer exatamente o contrário...
Não considero JPII um santo. Mas chamá-lo de canalha, já é demais.
Tu perdeu o respeito, assim como a capacidade de escrever coisas sérias e realmente produtivas.
Lia teu blog diariamente, na maioria das vezes concordando contigo, mas por razões óbvias, parei de ler. E eis que, depois de muito tempo sem acessá-lo, me deparo com um absurdo desses. Mas, tu, como todo blogueiro quer, quanto mais acessos melhor. Eu parei por aqui. Deletado dos favoritos. Abraços e boa sorte na vida.
Não foi só o "santo padre"(e a cia) que apoiou lech valessa. Vários grupos trotskistas do pt também.
Canalha, sim. Olha o que diz a CartaCapital desta semana sobre esse lixo humano chamado Woitila:
A beatificação a toque de caixa de Karol Wojtyla, o papa João Paulo II, será celebrada em 1º de maio, meros seis anos após seu falecimento, apesar de muitas resistências dentro da própria Igreja. “Sou contra e prevejo que a história não verá com bons olhos João Paulo, que ignorou a pior crise na Igreja desde a Reforma”, disse o padre Richard Mc-Brien, teólogo da Universidade Notre Dame de Nova York. “A beatificação de João Paulo por seu sucessor soa incestuosa e tem afinidade com o hábito de deificar os próprios ancestrais”, declarou o historiador católico Michael Walsh.
Foi política a decisão de não esperar os habituais cinco anos para iniciar o processo, apoiar-se num “milagre” arrancado a fórceps e ignorar as objeções, em especial as fundadas nas obscuras manobras financeiras do Vaticano em sua gestão e a negativa do papa polonês a investigar e punir padres e bispos pedófilos. Principalmente o corrupto padre mexicano Marcial Maciel, líder da Legião de Cristo, que abusou de menores (inclusive dois de seus próprios filhos ilegítimos), mas manteve a boa vontade da Igreja arrecadando rios de dinheiro de milionários mexicanos, boa parte dos quais fluiu para os bolsos da Cúria Romana. O papa polonês protegeu-o até o fim e o próprio Ratzinger teve de esperar subir ao trono papal para discipliná-lo.
Outro de seus protegidos foi o arcebispo estadunidense Paul Marcinkus, que João Paulo II promoveu à chefia do Banco do Vaticano e ao terceiro cargo mais importante na Igreja antes que se envolvesse até o pescoço no escândalo da falência do Banco Ambrosiano (do qual já fora diretor), seguido pelo assassinato disfarçado em suicídio do seu presidente, Roberto Calvi, que teria financiado a dissidência polonesa a pedido do papa. Queima de arquivo, que não se sabe se deve ser atribuída à Máfia ou a setores da própria Igreja.
"(...)o grande trabalho de JP II foi ter ajudado a derrubar o muro de Berlim. E isso não é pouca coisa." --- Esse é o progressismo do "Maia": Pinochet, pode. Muro de Berlim, não pode.
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