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terça-feira, 31 de maio de 2011

Já se admite que Palocci deva cair


Ministros do PT são cotados para substituir Palocci


Desde o início da crise envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, apesar das informações da Presidência de que ele não será demitido, indicam-se nomes de possíveis substitutos. Os três nomes mais citados, entre os petistas e outros partidos da base são o ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Paulo Bernardo (Comunicações) e Alexandre Padilha (Saúde). "Claro que tem muito olho crescendo na direção do cargo", disse um articulador do PT na Câmara. A informação é do jornal Valor Econômico, edição de hoje.


O nome mais forte nas especulações petistas é Pimentel. O titular do MDIC é amigo de longa data da presidente Dilma e militaram juntos contra a ditadura militar. Indicado pela própria presidente como um dos principais nomes da campanha presidencial do ano passado, acabou perdendo espaço com o surgimento do escândalo do dossiê contra os tucanos.


O segundo cotado para o cargo é o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Bernardo e Dilma não eram próximos antes de 2003, mas se tornaram amigos durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Lula também gosta muito de Bernardo - até mais do que de Pimentel, já que este, quando era prefeito de Belo Horizonte, defendeu uma aliança com o PSDB de Aécio Neves para a sucessão na prefeitura e colocou o diretório nacional do PT com um pé atrás com a sua conduta.


Na semana passada, quando almoçou com senadores petistas, a residência escolhida por Lula foi a da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Bernardo, o que reforça o prestígio do casal. Bernardo também é o favorito dos setores do PT que se sentem pouco atendidos pelo governo.


Embora não citado diretamente ao cargo, o ministro Alexandre Padilha é lembrado como alguém que teve bom desempenho como coordenador político do governo Lula, ao ocupar o Ministério das Relações Institucionais, com a ressalva de que no período não houve crise do governo com o Congresso. Padilha poderia ao antigo cargo, fortalecendo o gabinete da presidente. Durante a transição, ele chegou a ser confirmado para permanecer na Pasta. Foi para a Saúde depois de Dilma desistir do secretário estadual de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes.


Com a situação delicada de Palocci, o PMDB aumentou a pressão por mais espaço no governo. Segundo pemedebistas, existe uma longa lista de cargos abertos e que precisam ser preenchidos.


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O desgaste do governo Dilma é sensível, no caso Palocci. A queda do ministro é um requisito inadiável. A presidenta perde capital político a cada hora de permanência do chefe da Casa Civil, acusado de enriquecimento meteórico, em poucos meses do ano passado. 


O motivo da hesitação do Planalto é um enigma indecifrável, especialmente quando se sabe que o próprio Antonio Palocci foi derrotado ainda no governo Lula pelas fortes disposições desenvolvimentistas de Dilma e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Reabilitado por um falso mito corrente no PT e alhures, segundo o qual Palocci era um elemento garantidor do apaziguamento dos chamados mercados (leia-se capital financeiro e especulativo), quando se sabe que esses mercados só se satisfazem com o combustível da remuneração dos seus papéis especulativos em escala crescente, nada mais. 


O movimento de retirada do ministro deve ser rápido e cirúrgico, sob pena de comprometer o conjunto da obra de Dilma, nestes mais de oitos anos de Esplanada. 
   

14 comentários:

zé bronquinha disse...

Talvez o grande erro da presidenta desenvolvimentista Dilma tenha sido de colocar o Palocci em função tão estratégica como colocou. A mesma esperteza que o ministro possui para política ele também utiliza para seus negócios privados. Aliás, esta mistura de atividade pública e privada parece que faz gente deste prefil mais importante do que realmente é para a República, Presidência, e suas dinâmicas rotineiras de funcionamento. Dilma já sabia quem era Palocci, assim como o Lula e todo o PT de São Paulo. Isto me força a fazer um juízo de valor que é o pior possível.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Impressionante, demoraram 4 semanas para admitir que Palocci tem culpa no cartório. Se fosse a Yeda teriam pedido o impeachment no primeiro minuto. A questão é que não é só o Palocci que está enriquecendo....

jose ernesto grisa disse...

Se Pallocci cair, entrará no governo alguém que tenha uma prática muito semelhante a dele. Assim como todo o governo neste sistema, é para servir ao privado, isto garante releição e acumulação da riqueza. O próximo poderá ser mais discreto, mas terá as mesmas facilidades de Palocci. Não esqueça que precisa chover na horta dos "companheiros" da volta. Bocas ávidas para o enriquecimento ilícito.

Remindo disse...

Volto a repetir, nem sob tortura física a Dilma entregou os companheiros nos anos de chumbo. Não é agora que é dona do campinho que vai entregar alguém por conversa de jornal. Antes o crime dos petistas era serem pobres, agora é ser ricos. O poder mudou de mão e com ele o dinheiro. Vamos deixar de ser ingênuos. Vocês devem ter voltado a assinar a Folha.

Remindo disse...

Na verdade a Dilma nem está para os jornais e o Lula voltou ao ceneario político por ser um disperdício ele não se envolver. Nem o Serra e o Aécio apostaram na Folha. Só vocês. O Maia está vibrando, seus comentários tinham desaparecidos. E só ele ainda se lembra da Yeda. Quem foi ela mesmo?

Gustavo disse...

Remindo, o próprio Palocci não nega que ganhou esse dinheirão em poucos meses. Isso não é conversa de jornal, apesar que sabemos que nesta mídia não se pode confiar jamais. Mas porque o Palocci não desmentiu?

Anônimo disse...

Fala-se em Gilberto Carvalho para o lugar do Palocci.
Outro "amigo do alheio".
Depois não se queixem da Folha. A Folha é o "sofá" nas falcatruas petistas.
João

Anônimo disse...

Ricardo

Oba, tomara que seja o Fernando Pimentel, assim cresce a influência de Aécio Neves no governo federal.

Nelson disse...

A propósito da foto da menina afegã.
Estamos próximos de completar dez anos da invasão e ocupação do Afeganistão pelas forças da civilização, que chegaram para levar a democracia e a modernidade e espantar a barbárie talibã e dos traficantes de drogas.
Neste tempo, os governos dos EUA, paladinos defensores do mundo contra o tráfico de drogas, tomaram o controle de quase todo o país.
Então, há uma perguntinha inevitável, Feil.
O plantio e tráfico de drogas já não deveria ter sido eliminado naquele país asiático?

Anônimo disse...

Fico imaginando que este Paloci deve ter roubado tanto que até esta esquerda que considera roubo como "desvio de conduta" e ou "caixa dois" e só exige demissão por "desvio de conduta" dos adversários, finalmente admite que ele deve ser demitido.

Anônimo disse...

Prá quem sofreu os negros tempos da ditadura na oposição consentida ou fora dela, ou no exílio, e depois na redemocratização viu Collor derrotar Lula e Brizola na primeira eleição direta prá Presidente deve ser duro, no terceiro governo de um partido do campo da esquerda, ter que engolir este Palloci. Pior ainda, engolir as comparações entre o que fez Palloci para ganhar muito dinheiro, provavelmente traficando influência, com o caixa dois do Delúbio e partidos da base em 2003. A menos que os personagens de então estejam escondendo a graxa sob os cascos, não me consta que eles tenham se utilizado dos tais recursos não contabilizados em proveito próprio. Há quem pense que é possível fazer política partidária/eleitoral sem caixa dois e até defendem o financiamento público como forma de eliminá-lo, mas, respeitosamente, digo-lhes que estão iludidos. O problema é que alguns petistas gostaram demais da coisa, da facilidade, e estão agindo apenas em busca da satisfação pessoal, formando patrimônio à custa de esquemas e favorecimentos que o poder, mesmo um poderzinho, possibilita. A hipocrisia está (ou sempre esteve) à solta. Quem mais criticou em 2005 os métodos, digamos assim, da Direção Nacional do PT para fazer caixa foi, aqui, dos que mais brigaram no rateio dos tais recursos não contabilizados. Mas o que interessa saber mesmo é como e por quê o Palloci, depois de tudo, tornou-se Primeiro Ministro do Governo Dilma.

Anônimo disse...

É realmente acredito piamente que aquele deputado do PT cuja esposa foi filmada sacando 50 mil dos cofres públicos pegou um taxi e foi correndo entregar o dinheiro para o PT fazer campanha dois anos depois da eleição. Tá certo acredito. Em tempo acredito piamente também que as piramedes do Egito são redondas.

Anônimo disse...

Ninguém do PT se utilizou de um centavos do mesalão para si própio, nem aquela senhora esposa daquele deputado que foi filmada sacando 50.000 a título de mensalão. O fato ocorreu dois anos depois da eleição e mesmo assim ela entregou toda a bolada para o PT pagar as contas da campanha.

Remindo disse...

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