A manchete principal do jornal Folha de S. Paulo
informa que a presidenta Dilma convocou 27 grandes empresários
brasileiros com a finalidade de cobrar-lhes investimentos, face ao
desempenho pífio do PIB brasuca no ano passado. A iniciativa da
presidenta cumpre uma tarefa política de dupla finalidade: mostrar
dinamismo reativo do Planalto quanto à necessidade premente de
acelerar o investimento produtivo - única maneira de gerar emprego e
riqueza social - e, ao mesmo tempo, empanar a crise institucional
provocada pelas (eternas) insatisfações da base aliada - leia-se
PMDB.
Muito bem, muito correto, não fora o nome
escolhido pela presidenta para coordenar a reunião com os campeões
do PIB brasileiro: Jorge Gerdau. O empresário do setor siderúrgico
assessora a presidenta na área de gestão e competitividade e,
segundo o diário da família Frias, "ajudou a elaborar a lista"
que irá se entrevistar com Dilma. Gerdau ocupa um cargo
não-remunerado no Planalto e se refestela em uma sala próxima ao
gabinete presidencial no recinto mesmo do Poder Executivo nacional.
A decisão de guindar Jorge Gerdau à condição
em que se encontra no centro do poder planaltino é um equívoco
grosseiro da presidenta Dilma. Um mega engano político, uma rombuda
insensatez econômica e uma rotunda imprudência institucional.
Jorge Gerdau é um símbolo das estrepolias
privatistas do tucanato no País, adquiriu a preço de cachaça ruim,
em 1992, a antiga Aços Finos Piratini, fundada pelo então
governador Brizola, em Charqueados, no Rio Grande do Sul. Gerdau
assumiu a direção da aciaria e de plano demitiu cerca de 60% dos 3
mil trabalhadores da siderúrgica sulina. Hoje, o Rio Grande importa
aço plano e para construção mecânica (que serve para indústria
automotiva, ônibus, máquinas e equipamentos agrícolas, indústria
naval e indústrias de energia eólica e outras).
Um dos grandes gargalos do desenvolvimento produtivo no RS - hoje - é a falta de aço, e o "planaltino" Jorge Gerdau se recusa
a investir no seu estado de origem, onde fez a sua acumulação
primitiva e de onde se projetou como boss do aço em inúmeros
países de três continentes. Gerdau prefere investir no Canadá. A
presidenta Dilma talvez não saiba disso, mas se sabe, agrava o seu
espetacular erro político em convidá-lo para tão importantes
missões do governo brasileiro.
Voltaremos ao assunto.
8 comentários:
escolha de Gerdau mostra que Dilma é, primeiro, corajosa e, segundo, tem visão. Gerdau sempre esteve preocupado com a eficiência do estado brasileiro; somos entravados, não sabemos trotar, somos o país dos mil e um estudos de viabilidades. E quando fazemos as obras elas são de péssima qualidade. O Brasil tem que mudar e para isso temos de desengessar a ideologia do nosso cérebro e convocar para nos ajudar pessoas de visão. É exatamente por isso que a presidentE Dilma faz um bom governo.
Carlos Eduardo da Maia
www.depositomaia.blogspot.com
este mesmo senhor não recolhe um vintém de ICMS, faz propaganda institucional com Cultura de mérito duvidoso (Eva Sopher, exemplia gratia) e fica cagando competência da iniciativa privada (destruir o concorrente, explorar até a última gota de sangue seus trabalhadores) sobre o serviço público. óbvio: meritocracia para todos.
páh. pensei que o Maia tivesse morrido. toma Doril, Maia. toma
Erro ou escolha deliberada? Eis a questão.
A opção neoliberal nunca esteve ausente no governo Lula e, agora, no governo Dilma só se exarceba.
O Sr. Gerdau tem uma longa tradição de "puxar o saco" de qualquer governo, desde o estadual de Brizola, em 1958, quando conseguiu privilégios quanto às tarifas de energia elétrica. Usa dois chapéus há meio século....Não engana ninguém.
O Sr. Johanpetter cuida tão bem de suas empresas que comenta-se que o seu deficitário Shopping Moinhos foi vendido para o Grupo Zaffari.
Esse senhor gosta de dar palpites na área pública com meia dúzia de idéias retiradas do toyotismo mais mal traduzido.
Ele que vá dar conselhos para seu sobrinho Dado Bier que insiste em administrar mal sua microcervejaria.
Jogada para as arquibancadas, da dona Dilma e que pode ludibriar somente a incautos e inocentes.
Cobrar investimentos do grande empresariado de que jeito? Sabemos que o capital vai aonde pode ganhar mais, no menor tempo e com o menor esforço possíveis.
Então, há dois entraves sérios, seríssimos, a tais investimentos:
1 - A alta taxa de juros: por que investir em produção se se pode ganhar mais especulando com os papéis do governo?
2 - A questão do câmbio: por que investir em produção se é possível acumular mais capital importando os produtos da China ou dos Tigres asiáticos do que produzindo por aqui?
Então, o que a Dona Dilma tem que fazer mesmo, é mudar seu alvo e colocar o Estado realmente à frente dos investimentos. O problema é que os governos petistas já demonstraram que não querem fazer nada que venha a "ferir" o sagrado lucro das grandes empresas privadas, diminuindo seus espaços potenciais de nos quais podem aumentar seus ganhos. Então, esses governos ficam cobrando coisas impossíveis - que nunca serão atendidas - do grande capital privado. E os inocentes e incautos firmemente acreditando que isso possa trazer resultado positivo
O Sr Gerdau é um histórico "mamão", mamador das "divinas tetas" públicas; recebe gordos subsídios e benesses públicas desde a época em que se "mijava prá frente". Isto é sabido por todos. Será que só a Sr Dilma não sabe?
Será que um "empreendedor" desse tipo pode dar algum conselho que preste em termos de competitividade?
"Cutumado véio" é uma expressão que meu já nonagenário pai usa para definir um sujeito que, qual "cachorro ovelheiro", segue, contumazmente, praticando determinado ato.
E, como diz o dito popular, "cachorro ovelheiro, só matando".
Portanto, a Dona Dilma tinha é que isolar o tal empresário e não chamá-lo para dar conselhos.
Pois a expressão usada pelo meu pai serve como uma luva ao Sr Gerdau. Ele é "cutumado véio" em receber gordas benesses e subsídios públicos. Às custas da gauchada gaudéria, que, mesmo permitindo barbaridades como essa por décadas, continua acreditando ser o grupamento mais politizado e capaz das terras tupiniquins.
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