É hoje!
Depois dos Estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Sergipe, chegou a vez do Rio Grande do Sul realizar o lançamento do Comitê Estadual da Campanha Permanente contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida. Será hoje, segunda-feira, dia 24 de outubro, às 18h30min no auditório da Emater/RS, e será aberto ao grande público.
O evento se iniciará com a exibição do documentário “O agrotóxico está na mesa”, de Silvio Tendler. Na sequência, haverá a palestra da Prof. Dra. Magda Zanoni, bióloga e socióloga, que organizou, junto do francês Gilles Ferment, o livro “Transgênicos para Quem? Agricultura, Ciência, Sociedade” (MDA, Coleção NEAD Debate) lançado em 2011. Ao seu lado, irão compor a mesa, representantes da Via Campesina e da Emater/RS.
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O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Mais de um milhão de toneladas de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com os dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.
Com a aplicação exagerada de produtos químicos nas lavouras do país, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública e preservação da natureza.
O consumo de agrotóxicos cresce de forma correspondente ao avanço do agronegócio, modelo de produção que concentra a terra e utiliza quantidades crescentes de venenos para garantir a produção em escala industrial.
Desta forma, o uso excessivo dos agrotóxicos está diretamente relacionado à atual política agrícola do país, que foi adotada a partir da década de 1960. Com a chamada Revolução Verde, que representou uma mudança tecnológica e química no modo de produção agrícola, o campo passou por uma “modernização” que impulsionou o aumento da produção, mas de forma extremamente dependente do uso dos pacotes agroquímicos [adubos, sementes melhoradas e venenos].
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na última safra foram vendidos mais de 7 bilhões de dólares em agrotóxicos. Todo este mercado se concentra nas mãos de apenas seis grandes empresas transnacionais, que controlam mais de 80% do mercado dos venenos. São elas: Monsanto, Syngenta, Bayer, Dupont, DowAgrosciens, e Basf.
Nesse quadro, os agrotóxicos já ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações. Ficam atrás apenas dos medicamentos, acidentes com animais peçonhentos e produtos de limpeza. Essas fórmulas podem causar esterilidade masculina, formação de catarata, evidências de mutagenicidade (câncer), reações alérgicas, distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios, desenvolvimento de câncer, dentre outros agravos à saúde humana.
Um comentário:
Excelente iniciativa.
No geral, as pessoas estão como que entorpecidas, a ponto de não darem a mínima para um problema gravíssimo que tem a ver com a má qualidade do alimento que chega ao nosso prato.
Da parte da mídia hegemônica, então, não se vê o mínimo debate, a mínima informação sobre o problema dos agrotóxicos. Essa mídia te informa que lá no outro lado do mundo nasceu um urso panda em cativeiro - algo importante, sem dúvida, dado o perigo de extinção da espécie, porém, não divulga, por exemplo, a proibição do uso de agrotóxicos nas lavouras da pequena cidade de San Jorge, província de Santa Fé, Argentina, a uns 500 ou 600 km de distância de onde estamos.
Isso aconteceu no ano passado. A proibição foi decretada pela Justiça daquela província, em meados do ano passado, porque cresceram bastante o nascimento de crianças defeituosas e os casos de entre os habitantes da cidade.
Não obtive mais informações, mas a esta altura, dado o poder das fabricantes de agrotóxicos, creio que a proibição deve ter sido derrubada.
A pergunta é: por que a mídia simplesmente ignorou notícia tão importante e grave?
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