quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aeroportos, concessões e privatizações



A alegação do governo dilmo-lulista para os leilões dos aeroportos é conhecida:

1) Que não tem dinheiro do orçamento para ampliar e modernizar aeroportos
2) Que são apenas concessões e não privatizações
3) Que não houve alienação do patrimônio público
4) Que é uma forma de esvaziar o domínio dos militares na aviação civil brasileira

Porém, sabe-se que:

1) Inúmeras máfias adquiriram ou estão adquirindo aeroportos no mundo todo (menos nos EUA, onde aeroporto é considerado zona de segurança nacional intocável).
2) Em Ezeiza, o caso é conhecido, uma protomáfia comprou o aeroporto e fazia/faz toda a sorte de contrabando e bandalheira (inclusive de armas, vide o caso da morte do filho do Menem).
3) No caso de Guarulhos, o custo anual da outorga (tipo aluguel) é de 800 milhões, e o faturamento não chega a 500 milhões.
4) Como os sulafricanos da Acsa (estatal da África do Sul, vencedores do leilão) mais o consórcio Invepar (reunião dos fundos de pensão do BB, Caixa e Petrobras) irão equilibrar a contabilidade e ter lucros operacionais (dentro da lei)?
5) Eis, pois, uma porta escancarada para toda a sorte de atividade criminosa.
6) Por que o BNDES (banco público) financia mais de 50% do crédito para pagar o leilão?
7) Os companheirinhos sindicalistas (sempre eles), que têm interesses nos fundos de pensão das estatais, fomentaram tudo isso com o objetivo de autogarantir mais poder econômico, aliados a bancos privados que também estão por trás das engenharias de negócio dos investidores nominais do business airport.

6 comentários:

  1. O governo Dilma segue a mesma política de privatização do governo FHC: coloca no meio o BNDES e os (nebulosos) Fundos de Pensão das Estatais. Foi exatamente assim o que aconteceu com os leilões das telefonias.

    Nem sempre o aeroporto privatizado funciona melhor do que o estatal e vice-versa.

    O fato é que não cabe ao estado (que tem muito o que cuidar e fiscalizar) ficar administrando aeroportos. O estado tem é que regular, fazer um contrato que exiga do parceiro todas as contrapartidas necessárias para que o serviço seja realmente bom e fiscalizar.

    Outra coisa que não entendi. por que não colocaram o super esculhambado Galeão no meio?

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  2. Levantar a bola pro Maia é dose!

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  3. Anônimo8/2/12 22:03

    Concordo com os gringos, aeroporto é assunto de segurança nacional e, portanto, o Estado tem que gerí-lo.

    Repito com outros: não me engano, privataria é coisa de tucano!

    armando do prado

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  4. Pois é...
    este texto tem um pouco a ver com "Esquerda social e esquerda política", do Raul Zibechi, que enviei ao blog por estes dias. A cúpula sindical estatal (e que ainda se diz de esquerda!) que controla os fundos de pensões do BB, CEF e Petrobrás, nesse caso se junta a companhias nada recomendáveis nos leilões de aeroportos. Bueno, depois de saber que esses fundos tem importante participação acionária em Belo Monte e na Vale, exemplos de "sustentabilidade", não duvido de mais nada.
    Renzo

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  5. Bem lembrado.
    Está acontecendo no porto de Santos. Dividiram e repartiram os armazens e os cais entre meia dúzias de empresas. Entre elas a Santos-Brasil de Daniel Dantas. E deram de graça um enorme trecho (perto de Cubatão)para a Usiminas.
    O que ocorre nestes cais e armazens? Ninguém sabe. Chegam coisas da China? Armas de Israel? Ninguém sabe.

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  6. Tudo o que as máfias querem é um aeroportozinho e/ou um portinho seguro.
    E os compadritos sindicalistas estão dando a elas.
    Maravilla!

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