quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Mídia, o poder das sombras
Cristina Kirchner foi no ponto ao desnudar o caso Papel Prensa
É sempre uma alegria poder ler os artigos do professor José Pablo Feinmann. Ele escrevia com regularidade no ótimo diário Página/12 de Buenos Aires. Mas, por algum motivo, não tem comparecido com tanta frequência aos diários. Contudo, segunda-feira passada, o filósofo argentino publicou um agudo e preciso artigo comentando sobre o poder e a mídia, a propósito do candente tema de Papel Prensa e a consciência que o governo de Cristina Kirchner tem do mesmo.
Feinmann desmontou o discurso de poder das oligarquias rurais argentinas, cujos porta-vozes são os jornais impressos, especialmente Clarín e La Nación. Para ele, a presidente Cristina ao analisar o caso Papel Prensa, em primeiro lugar, destotalizou a totalidade e depois a remontou outra vez para escancarar o seu funcionamento. E pergunda o inquieto professor: "Do quê mesmo estava falando a Presidente?" E ele mesmo responde: "Do poder das sombras, do poder por trás do trono, do verdadeiro poder. E qual é esse poder? É o poder midiático".
Feinmann (foto ao lado), cuja mãe é brasileira, de sobrenome Albuquerque, e pai judeu, é autor de novelas de ficção, ensaios de filosofia política, cineasta, roteirista de cinema, apresentador de programas sobre filosofia na televisão, e sempre professor da Universidade de Buenos Aires. Suas novelas ficcionais sempre mesclam humor, sarcasmo, filosofia e histórias policiais, tudo amarrado num texto refinado e inteligente.
Leia o artigo de José Pablo Feinmann aqui, no portal Carta Maior, em tradução da Katarina Peixoto.
Está imperdível.
É fundamental o papel da grande mídia - corporativa por natureza - em qualquer sociedade. O importante é que o povo (quem é o povo?) tenha opção e consciência de escolher que tipo de informação ele quer. Limitar a participação da grande mídia ou fazer com que ela seja submetida a grupelhos com interesses particulares como a proposta absurda e burra de controle social (controle feito por quem, cara pálida?) é um passo muito grande para o autoritarismo. Se não fosse a participação da grande mídia muita picaretagem e falcatrua que existe por ai ( e continua existindo sim no governo Lula) não seria divulgado. Podem falar isso e aquilo da mídia corporativa, mas a participação dela na democracia é essencial.
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