


Está sendo construída uma versão apolítica e inodora para a morte violenta do secretário de Fogaça
No sábado ainda, horas depois do assassinato do secretário da Saúde do prefeito José Fogaça, Marcelo Rech, diretor-geral de produto do grupo RBS escrevia em Zero Hora que Eliseu Santos foi um "semeador de tempestades". E perguntava: "Quem são os executores? Quem mandou matar?"
Hoje, segunda-feira, o jornalista Humberto Trezzi escreve, na página 35 de ZH, em tom falsamente queixoso que "são tantas as informações que conspiram contra a tese de atentado que fica difícil resumir em tão pouco espaço".
Há, portanto, uma guinada no tratamento midiático do chamado caso Eliseu. A espontaneidade das primeiras horas cede espaço para um tratamento editorial que visa esvaziá-lo de conteúdos políticos ou que envolvam interesses relativos ao submundo das disputas licitatórias, ligações com o caso Pathos, o recentíssimo depoimento da vítima à Polícia Federal que apura suspeitas de corrupção na prefeitura de Porto Alegre, ameaças de morte recebidas reiteradas vezes pelo secretário, etc.
É de estranhar uma informação dada pelo próprio jornal da RBS, o fato de o prefeito José Fogaça ter permanecido cerca de dez longas horas junto ao caixão do seu ex-subordinado, no velório realizado na Assembléia Legislativa estadual.
Especialmente quando se sabe que Fogaça não chega a permanecer dez horas por semana no seu gabinete do Paço Municipal de Porto Alegre, haja vista a sua manifesta inapetência para atos administrativos ou que exijam esforços físicos prolongados como viagens, velórios e inspeções burocráticas de rotina.
Isso revela que Fogaça está vivendo momentos de grande tensão e expectativa pelos desdobramentos que o "caso Eliseu" pode desencadear.
A morte do secretário de Fogaça está certamente no centro dos novos requerimentos de disputa política inaugurada pela direita guasca, desde o advento do yedo-tucano-peemedebismo no estado, onde grupos de lúmpens ascensionais e "politizados" sentem-se em casa e à vontade para imporem seus métodos heterodoxos e sem limites morais.
A versão de latrocínio - não se estranhe se prevalecer finalmente a versão de abigeato, por mais punk que possa parecer - é o caminho mais curto para pendurar um novo esqueleto no armário da direita sulina. Pode não ser inodoro, mas é apolítico, sim.
Aliás, no Rio Grande, hoje, depois do pântano yedista, quem está preocupado com mau cheiro?
Época do Liquida Porto Alegre
ResponderExcluirCaros do blog,
ResponderExcluirComeçou hoje a série: A Idade das Trevas - uma radiografia detalhada do ruinoso governo e FHC, em meu humilde blog Terra Goyazes! No ar e na rede, o primeiro capítulo: A Precarização do Estado. No endereço: http://terragoyazes.zip.net
Foi morte NÃO seguida de assalto.
ResponderExcluirUma nova categoria criminal será anunciada: o a-oinícortal.
Uma ocasião tive a oportunidade de conversar com membro do alto escalão do governo Simon.
Confessou-me que a Secretaria da Segurança era uma "caixa preta", na qual se nomeava o camarada com "transito entre os grupos, panelinhas e quadrilhas" que vicejavam lá dentro, mas que nenhum partido realmente conseguia mexer nas coisas lá dentro.
Dava para entender, era o primeiro governo depois da ARENA, mas hoje se vê que a sociedade foi muito acomodada e acovardada em lidar com sua polícia.
Quem vai fazer campanha falando em destampar esse esgoto e detonar com a bandidagem com estabilidade e sacudir o pessoal acomodado em suas zonas de conforto ?
Digo mais, Anônimo das 10h19
ResponderExcluirO único Governo de Estado que mexeu fundo na estrutura da Segurança Pública, encaminhando sua unificação, fechando cabides de emprego e, até, fechando o Colégio Tiradentes, foi o Bisol - Olívio.
A reação do stablishment foi violenta!
Roubo? E não levaram a pistola que o Secretário descarregou num deles? Que assaltantes incompetentes!
Tá aparecendo corpo baleado abandonado em matagal às pencas. Tentando disfarçar?
Sr. blogueiro. Qual assassinato não é violento?
Me chamou a atenção a presença, ao lado do Fogaça, quando falava do homicídio para a RBS TTV, do Delegado Alexandre Vieira. Será seu novo assessor? Alô Polícia Federal, socorro!!!!
ResponderExcluirIncrível, incrível.
ResponderExcluirÉ óbvio que há relação com as licitações... Não dizem que ele era um grande propineiro? Li até que ele tinha tabela de preços!
Assalto ???? só se for a nossa inteligencia . . . pouco a pouco esta sendo afanada . . .
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