Isso é criatividade! Os caras pegam um clássico mexicano e o revestem com o frescor da hora, sem corrompê-lo ou invertê-lo, apenas apresentando-o com as tintas restauradas. Magnífico.
Personagem complexa e controvertida, Malinche (La Llorona) é adorada por uns e odiada por outros. Tem sido representada de várias maneiras desde uma visão histórica, propriamente dita, passando pelo mitológico chegando à feminista.
Como figura histórica é admirada por sua inteligência e capacidade de comunicação, por outro lado é também historicamente acusada de trair sua raça ao prestar serviços como tradutora entre o espanhol Hérnan Cortés e o povo azteca. Octávio Paz em Os filhos da Malinche (1984) descreve a conquista do México como uma violação e Malinche, sendo considerada a responsável por essa violação, ganhou o título de la chingada, perpetuando sua imagem de mulher traidora.
Malintzin ou Malinalli nasceu em família nobre azteca foi oferecida como escrava pela própria família a comerciantes maias logo após a morte de seu pai e o novo casamento da mãe. Como era muito inteligente logo aprendeu a falar seu idioma. Quando Hernan Cortés chegou ao México ela foi novamente oferecida como escrava a ele. Em pouco tempo os espanhóis descobriram que aquela índia sabia falar tanto maia quanto o nahuatl (sua língua nativa) o que facilitava o diálogo com os índios.
Diante de seus préstimos Malintzin foi convertida ao Cristianismo e passou a ser chamada por Marina ou Doña Marina, rapidamente aprendeu o castelhano e tornou-se tradutora, intérprete e amante de Hernan Cortés com quem teve dois filhos.
No desfecho desse romance está o ato máximo que condena ou absolve a figura daquela que é considerada a Eva Latina. Após conquistar e dominar os povos maia e asteca, sempre com a ajuda de Malintzin, Cortés é assediado pelo rei da Espanha a voltar para casa; como se recusava em aceitar tal pedido a rainha manda uma bela dama espanhola para seduzi-lo. Caindo na armadilha, Cortés decide voltar para a Espanha com os dois filhos, mas sem Malintzin.
Desesperada com a perda do amante e a eminente perda dos filhos, na véspera da partida de Cortés, Malintzin tenta fugir com seus filhos; perseguida pelos soldados de Cortés a índia, num gesto de extrema aflição, ela mata seus filhos a apunhaladas e lança seus corpos nas águas do lago Texcoco, se joga nas águas em seguida na intenção de se matar. Resgatada pelos soldados, Malintzin, se arrepende. Condenada pelo povo por sua traição, e sem conseguir o perdão de Cortés, Malintzin passou o resto de seus dias chorando a morte de seus filhos, até que finalmente morreu por volta do ano de 1531. Anos após sua morte ela é vista e ouvida chorando perto do lago chamando por suas crianças: “Oh, hijos mios”. Recebeu o nome de “a mulher que chora”, ou“La Llorona”
Maravilha!
ResponderExcluirA Joan Baez também gravou essa música há muitos anos.
Emocionante.
Personagem complexa e controvertida, Malinche (La Llorona) é adorada por uns e odiada por outros. Tem sido representada de várias maneiras desde uma visão histórica, propriamente dita, passando pelo mitológico chegando à feminista.
ResponderExcluirComo figura histórica é admirada por sua inteligência e capacidade de comunicação, por outro lado é também historicamente acusada de trair sua raça ao prestar serviços como tradutora entre o espanhol Hérnan Cortés e o povo azteca. Octávio Paz em Os filhos da Malinche (1984) descreve a conquista do México como uma violação e Malinche, sendo considerada a responsável por essa violação, ganhou o título de la chingada, perpetuando sua imagem de mulher traidora.
Malintzin ou Malinalli nasceu em família nobre azteca foi oferecida como escrava pela própria família a comerciantes maias logo após a morte de seu pai e o novo casamento da mãe. Como era muito inteligente logo aprendeu a falar seu idioma. Quando Hernan Cortés chegou ao México ela foi novamente oferecida como escrava a ele. Em pouco tempo os espanhóis descobriram que aquela índia sabia falar tanto maia quanto o nahuatl (sua língua nativa) o que facilitava o diálogo com os índios.
Diante de seus préstimos Malintzin foi convertida ao Cristianismo e passou a ser chamada por Marina ou Doña Marina, rapidamente aprendeu o castelhano e tornou-se tradutora, intérprete e amante de Hernan Cortés com quem teve dois filhos.
No desfecho desse romance está o ato máximo que condena ou absolve a figura daquela que é considerada a Eva Latina. Após conquistar e dominar os povos maia e asteca, sempre com a ajuda de Malintzin, Cortés é assediado pelo rei da Espanha a voltar para casa; como se recusava em aceitar tal pedido a rainha manda uma bela dama espanhola para seduzi-lo. Caindo na armadilha, Cortés decide voltar para a Espanha com os dois filhos, mas sem Malintzin.
Desesperada com a perda do amante e a eminente perda dos filhos, na véspera da partida de Cortés, Malintzin tenta fugir com seus filhos; perseguida pelos soldados de Cortés a índia, num gesto de extrema aflição, ela mata seus filhos a apunhaladas e lança seus corpos nas águas do lago Texcoco, se joga nas águas em seguida na intenção de se matar. Resgatada pelos soldados, Malintzin, se arrepende. Condenada pelo povo por sua traição, e sem conseguir o perdão de Cortés, Malintzin passou o resto de seus dias chorando a morte de seus filhos, até
que finalmente morreu por volta do ano de 1531.
Anos após sua morte ela é vista e ouvida chorando perto do lago chamando por suas crianças: “Oh, hijos mios”. Recebeu o nome de “a mulher que chora”, ou“La Llorona”