quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Abrindo os arquivos da mídia oligárquica

Em se tratando do combate à mídia oligárquica (herdeira do escravagismo e de todos os movimentos golpistas, sobretudo o golpe militar de 1964), tenho observado um movimento criativo, inteligente e que deve ser estimulado pela blogosfera.

Me refiro à abertura dos arquivos de jornais e publicações da direita que estão sendo desovados por almas combativas e originais.

Ontem ainda, recebi um imel cujo conteúdo é um artigo no qual o autor chamava a atenção para uma matéria do jornal O Globo, de 1o de agosto de 1957. Pois bem, o jornal da família Marinho noticiava – em 1957 – que na região de Sierra Maestra, Cuba, um grupo de guerrilheiros comandados por Fidel Castro cometeu “vários atos de sabotagem, inclusive um atentado contra uma escola rural”.

Vejam que a preocupação e o zelo com a “verdade” permanece a mesma, cinqüenta anos depois. O Globo, em 1957, era um panfleto ideológico, em 2007, segue sendo um panfleto ideológico. Cinco décadas de coerência a serviço da mentira, do mito e da espuma suja que encobre a verdade factual.

Na Carta Maior, o professor Caroni lembra de um editorial de O Globo em abril de 1964, onde exaltam cinicamente o “intuito redentor” do golpe e “externam gratidão” aos golpistas civis e militares, em nome do “nosso povo”. Nauseante!

Os arquivos da mídia oligárquica devem ser pesquisados e divulgados, especialmente naquelas conjunturas críticas do País. Por exemplo, como a mídia do pensamento único tratou o governo Collor?, antes de esse conluio de aproveitadores ser desmascarado pelo movimento de massa. Como se portaram os “guardiões da moral e da ética pública” quando a ética pública foi enxovalhada pelo impostor da elite branca, apoiado desavergonhadamente pela mídia?

Esses arquivos são testemunhos incontestáveis do pensamento conservador e reacionário de uma mídia que se faz passar por moderna, democrática, neutra, plural e patriótica – precisamente o inverso do que é.

As máscaras nunca caem sozinhas, devem ser arrancadas, e seus portadores denunciados publicamente.

8 comentários:

  1. Perfeito. Temos que explorar esta mina de ouro.

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  2. Cristovão, existe um corporativismo muito grande da mídia golpista, uma empresa não fala da outra em hipótese nenhuma, a não ser que haja algum interesse por trás.
    Precisamos reunir publicações, mostrando a incoerência desta imprensa reacionário que temos hoje em nosso país
    Abs
    Cido

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  3. Anônimo8/8/07 09:51

    Vejam que este é o papel de um partido político, conceitualmente falando, leninisticamente falando. Se o PT fosse o "intelectual orgânico" que deveria ser (até foi, no início) estava sendo protagonista desta ação política referida por Cido. O conceito de imprensa revolucionária de Lênin é imorredouro, portanto, atual. A própria conjuntura e suas exigências se encarrega de obsoletizar o PT, um aglomerado de parlamentares voltados para a luta meramente institucional, e ainda mal feita. Onde está a reforma política? só para ficarmos num ponto importante. Companheiro Cido, o PT já era... e o pior é que o PSOL e o PSTU são duas piadas fracas.

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  4. Anônimo8/8/07 11:26

    Gustavo, temos que construir um novo intelectual orgânico. O Movimento da Consulta Popular está fazendo uma discusão nesse sentido. É uma proposta de discussão aberta e sem sectarismo.

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  5. Anônimo8/8/07 11:50

    ...a mídia golpista e canalha se desautoriza a cada dia, mas aos olhos dos de sempre. A grande consumidora da imprensa escrita, por exemplo, que é a classe média, está infensa a um entendimento do caráter ideológico da manipulação e da desinformação. Portanto, resta-nos, como na música, as escolas, o local de trabalho, o sindicato, a praça, o partido político, a rua, etc, para num trabalho de esclarecimento e denúncia mostra / separar o joio do trigo, ou quase isso. Claro o papel de internet também é decisivo e tem incomodado os jornalões.
    armando

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  6. Uma perguntinha, existe alguma grande mídia no mundo que não seja oligárquica?

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  7. Anônimo9/8/07 08:05

    Maia, só que as mídias de outros países assumem sua coloração partidária e ideológica. "Le Figaro" é um jornal de direita, até os pombos do Eliseu sabem disto. Nas eleições dos States os grandes jornais assumem os seus respectivos candidatos, as suas plataformas, tudo é feito às claras, sem o véu da da falsa neutralidade.

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  8. Todo mundo sabe, Gustavo, que a ZH não gosta do PT. Isso não é e nunca foi novidade.

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