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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007



A oratória fácil do sabujismo desavergonhado

Abaixo transcrevemos o discurso inteiro da deputada federal Maria do Rosário Nunes (PT-RS) proferido por ocasião da Sessão de Homenagem aos 50 anos do grupo RBS, realizado na Câmara Federal, no último dia 18 de Setembro, às 11h3min.

Prezados cavalheiros, distintas damas, antes de iniciarem a leitura desta exemplar peça oratória de sabujismo explícito, sugiro que Vossas Senhorias – especialmente aqueles e aquelas de estômago frágil – ingiram preventivamente algum medicamento anti-emético (para evitar o vômito).

De qualquer forma, vale a pena conhecer até onde se desqualifica alguém que já fez a luta social no campo da esquerda.


A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) - Exmo. Sr. Deputado Luiz Carlos Busato, a quem cumprimento não apenas por ter agora assumido a presidência dos trabalhos, mas também por ser autor do requerimento de realização desta sessão.


Receba um grande abraço, Presidente Arlindo Chinaglia, pela abertura de tão importante sessão solene.
Cumprimento os Srs. Nelson Sirotsky, Jaime Sirotsky, Pedro Parente e Paulo Tonet; o colega Deputado Mendes Ribeiro Filho, competente coordenador da bancada gaúcha; e o amigo, nosso vizinho de Santa Catarina, Deputado João Matos, que coordena a bancada catarinense.


Falo em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores nesta homenagem à Rede Brasil Sul de Comunicação. E o faço a partir da consideração de que a comunicação é um processo complexo, que vai desde a escolha daquilo que é a notícia até a análise de como os fatos se desdobram e interferem na vida das pessoas. No entanto, quero buscar certo afastamento de visões por demais pragmáticas, simplificadoras, segundo as quais os veículos de comunicação podem tudo e formam completamente a opinião pública.


Penso que os veículos de comunicação podem - como, no caso, da RBS -desenvolver argumentos e dispô-los a serviço da sociedade, para que, com liberdade, cidadãos e cidadãs possam posicionar-se.
Portanto, uma posição excessivamente diretiva, de poder absoluto, não me parece coerente com o tempo em que vivemos, um tempo plural, em que falar de verdade pressupõe considerar, especialmente no plano da comunicação, todas as possibilidades de verdades e posicionamentos, sempre alçando a liberdade como o objetivo primeiro de qualquer ação em comunicação.


O processo, portanto, de fazer comunicação não é fácil. Talvez seja um tanto mais difícil em um Estado como o nosso, porque, para homenagear a RBS, quero homenagear o próprio Rio Grande e os valores que nesta antevéspera farroupilha nos formam como uma terra - permitam-me dizer isso os colegas que participam do atual processo político, conhecem a nossa própria bancada na Câmara Federal e a trajetória política gaúcha -, um Estado marcado por polarizações, dicotomias e enfrentamentos.


Historicamente, somos maragatos ou ximangos, com lenços vermelhos ou brancos; somos gremistas ou colorados - às vezes, com certa dor que vem de um domingo mais triste para alguns, como no meu caso; somos de esquerda ou de direita, mas não temos medo ou vergonha de ser o que somos e de apresentar claramente nossos posicionamentos.


Porém, antes de tudo, na condição de gaúchas e gaúchos, egressos do Sul do Brasil, com espírito que perpassa fronteiras num diálogo possível e importante com Santa Catarina, com o Paraná ou com o Brasil, mas especialmente com a alma que o MERCOSUL inaugura em seu próprio Parlamento, recentemente instituído, somos um povo amante da liberdade, da democracia, da cultura, da transparência e, portanto, da comunicação.


Homenageio a RBS a partir da visão de 5 décadas, visão que nos faz chegar a este momento com uma perspectiva contemporânea de comunicação, com diferentes veículos interpretando o mundo e fazendo a análise global, mas, ao mesmo tempo, compreendendo a importância do lugar em que vivemos, das nossas origens, do que somos e da nossa cultura.


Sr. Presidente, parabenizo os dirigentes e os trabalhadores e trabalhadoras da RBS, cuja história foi feita por homens e mulheres apaixonados.


E aqui quero sublinhar um dos aspectos que me fala muito fundo: o compromisso social e a responsabilidade social exercida por essa empresa de comunicação. E, sem dúvida, merece destaque a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, porque a alma desse Grupo.


Destaco ainda responsabilidade social da RBS na comunicação, na notícia e nas boas práticas desenvolvidas em nosso Estado, no Brasil e no mundo. Ressalto o carinho e o cuidado que a RBS dedica às crianças. Aliás, já registrei nesta Casa o trabalho da empresa com os educadores e com as famílias, realçando que empresa prega que o amor é a melhor das heranças e valoriza a educação.


Finalmente, quero dizer que a comunicação produzida pela RBS todos os dias também nos põe em contato com o mundo real, com o sofrimento das pessoas, fazendo com que nosso mandato se transforme em espaço significativo para os gaúchos e os brasileiros, gente comprometida com a paz, com a liberdade e com a democracia, acima de tudo.


Parabéns ao grupo RBS. Que os 50 primeiros anos sejam apenas, por mais relevantes que verdadeiramente tenham sido, o início de uma longa história!


Felicidades. (Palmas.)

.....

Pescado diretamente da fonte, aqui.


19 comentários:

Anônimo disse...

Faço uso da técnica do blogueiro e pesco uma frase da despudorada deputada: O processo ... de fazer comunicação não é fácil. Concordo plenamente. Escolher o que publicar deve ser algo doloroso. Tomemos o exemplo do chuvoso fim de semana, quando o PT comandava a prefeitura hoje teríamos, certamente, págimas de fotos e críticas as inundações da capital. Hoje saiu alguma crítica a gestão do Fogaça? Nada. E as denúncias do Macalão que três deputados, inclusive um vice-presidente da Assembléia, foram beneficiado com o seloduto, onde estavama? Nada. É duro o processo de comunicação.

Anônimo disse...

A deputada faz parte desse regime político pseudo democrático em crise. Que sem vergonha!

Anônimo disse...

Jesus, me chicoteia!

Anônimo disse...

"Compromisso social e a responsabilidade social" dessa míidia golpista e única?

Realmente, estamos com problemas sérios, pois se essa senhora é a possível candidata à prefeitura de POA, que será daqueles que não comungam da mediocridade como modo de governar?

Anônimo disse...

BLEAAAAAAAAAARRRRRRRRGHHHHHHHHHH!!!e pensar que já votei nessa fulana... NUNCA MAIS!!!!!

sueli halfen ( POA) disse...

não voto nela messsmo !!!!!!

Carlos Eduardo da Maia disse...

E se fosse o Rossetto, o discurso seria muito parecido. Aquele PT "bom de guerra" não existe mais. Os insatisfeitos que procurem outra turma. TEm o pessoal do 16, aquele que não vota em burguês.

Anônimo disse...

Maia, porque tu procura a tua turma dos torturadores e assassinos do TERNUMA? Porque retirastes o link do TERNUMA do teu blog, o Depósito do Maia? Foi porque foste denunciado nos comentários deste blog? Porque tu não fica fazendo comentários no blog dos teus amiguinhos assassinos e torturadores do Ternuma?

Anônimo disse...

Feil, isto foi como aqueles avisos de filme de terror, em que, mesmo previamente advertidos, insistimos em assisitr, peneirando a tela por entre os dedos. Mesmo com o teu aviso, insisti em continuar lendo, somente para levar "choque". Talvez o meu lado masoquista tivesse falado mais alto. Triste. A que ponto chegamos. E depois não sabemos como a direita "empilha" uma eleição em cima da outra.

Jens disse...

Putz, não deu pra segurar. Golfei.

Anônimo disse...

Baita pereba!

Claudinha disse...

É, tem que puxar o saco do patrão!!! Já votei nesta mala em 2002, em 2004 para vice e ainda bem que não confirmei meu voto em 2006. Estaria vomitando mais ainda. "Respçonsabilidade Social" da RBS só no nome do seu guia, porque a última coisa que a empresa se preocupa é com isso. Nojo, nojo, nojo!

Anônimo disse...

A luciana Genro tb rasgou seda pro PRBS...acho q é o fim do mundo...

Anônimo disse...

Essas lambe-botas dos tubarões da mídia nunca tiveram meu voto e nunca terão.

Anônimo disse...

É por estas e outras qe na ultima eleição votei no Raul, no Adão Preto e no Rosseto

Anônimo disse...

Quase todos os representantes da esquerda dos pampas rasgaram seda por lado desse conglomerado pseudo-informativo. Pediria um pouco de vergonha na cara a essa gente e que buscassem filiação em algum dos protegidos desse veículo (PMDB, PSDB, PFL...). É insuportável esse tipo posicionamento simplista de homenagear a tudo, sem qualquer análise histórica. Ou seriam simplesmente casos de amnésia?

Anônimo disse...

Rosseto, Raul e etc também rasgam seda...

Carlos Eduardo da Maia disse...

É verdade, anônimo, Rosseto e Raul rasgam sedas, mas esta seda é omitida por alguns blogs.

Anônimo disse...

maia, o bárbaro diz mas não mostra onde...

rosário está com o pensamento nas prévias do PT e na sua posterior (e imaginária) campanha.

coisa que já vem acontecendo aliás. Ro-ro Oliveira passou metade do ano dizendo que os candidatos do PT eram Olivio e Rosário.

Alimenta uma atmosfera artificial para de um lado construir um nome e de outro, construir o nome mais fácil de ser derrubado.

com formação no PCdoB, Rosário nem tem culpa de sua ingenuidade (e personalismo exagerado)político.

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